sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Casamento na CCB

Quando lemos a Bíblia, podemos notar que a maior de todas as coisas que pode acontecer na vida de uma pessoa, é conhecer a Cristo, recebendo-o como Salvador, e tornando-se assim um filho ou filha de Deus (João 1:12). À partir desse momento passa a ter comunhão com Deus e com os irmãos em Cristo. Esses irmãos se encontram nas mais diferentes denominações evangélicas e grupos cristãos, que juntos formam a Igreja do Senhor (Efésios 2:15-19, 3:6). Os filhos de Deus compõe uma grande família, mas não é um povo ligado pela raça ou nacionalidade,como acontecia com o antigo Israel, mas ligado espiritualmente pela fé em Cristo. Então desenvolvem seus relacionamentos dentro dessa esfera, inclusive o matrimônio. Sobre esse assunto é interessante observar que entre os evangélicos é comum o casamento entre membros de denominações diferentes. Por exemplo: Um membro da Batista pode se casar com outro da Assembléia de Deus; um da Metodista pode se casar com outro da Presbiteriana, e vice- versa. Não existe restrição nesse quesito porque entendem que são filhos de Deus todos os que o receberam pela fé, e não por pertencer a esta ou aquela denominação. Acreditam no ensino da Palavra de Deus, no qual o matrimônio deve ser realizado entre fiéis em Cristo (II Coríntios 6:14-15; I Coríntios 7:39), e esses são aqueles que o receberam como Salvador.
Mas não é isso o que acontece com a Congregação Cristã no Brasil, que apesar de acreditar que o casamento não deva ser com infiéis, entende que entre esses "infiéis" estão os evangélicos. Dessa maneira lemos no manual de doutrinas 'Pontos de Doutrina e Fé que uma vez foi dada aos santos', na página 15:

"Comunhão com os infiéis: A Palavra de Deus não admite sociedade com os infiéis em negócios desta vida, nem tampouco em enlaces matrimoniais. (II Cor. 6 vs. 14/16). É obrigação do ancião ou cooperador apresentar com cuidado esta exortação feita à Igreja de Deus, a fim de evitar uma ruptura no perfeito plano de Deus."

Enquanto os cristãos acreditam que os "infiéis" sejam apenas os incrédulos, os adeptos da CCB incluem entre eles os próprios evangélicos. Acreditam que os evangélicos são seitários, excluídos da fé da CCB, portanto, como indivíduos que não são da mesma fé, são reputados como infiéis, estranhos a doutrina, e distantes da verdade. Tendo isso em vista, uma das principais exigências para que um evangélico se una a fé da CCB, é o rebatismo, que é visto como o meio pelo qual a pessoa se torna crente ou fiel. Com essa postura equivocada e antibíblica a CCB chega a punir os que querem se casar com evangélicos, cortando seus cargos ministeriais . Para dar força a argumentação que dita a separação entre adeptos da CCB e evangélicos citam no geral dois motivos:
1. Abraão buscou para seu filho Isaque uma esposa entre sua própria parentela.
Refutação: Trazendo esse fato para a Nova Aliança, entendemos que a própria "parentela" do cristão é a Igreja. Não podemos tomar na carne esse assunto, senão teríamos de nos casar apenas com parentes na carne, e isso até mesmo a CCB não pratica. Todos os filhos de Deus são parte da Igreja (João 1:12; I Coríntios 1:12). Entender que a Igreja se restringe a um grupo religioso específico, como quer a CCB e outras seitas similares, é se posicionar contrariamente ao princípio bíblico da universalidade e inclusividade da Igreja de Deus. A conclusão a que chegamos é que o pensamento da CCB de que o casamento de Isaque tipifica sua atitude para com a rejeição da união com os evangélicos, além de ser exclusivista, é uma distorção da mensagem bíblica.
2. As denominações evangélicas não aceitam toda a "verdade" que só se encontra na CCB, o que geraria conflitos no futuro entre os cônjuges se houvesse casamento.
Refutação: Estranho esse argumento para uma igreja que se intitula de cristã. Na essência doutrinaria os evangélicos são unidos, em pontos secundários existe humildade para aceitar a diversidade. Ora, se a CCB acredita que um casamento com evangélicos gerará conflitos por causa das doutrinas da CCB, de certo essas mesmas doutrinas não são genuinamente cristãs. Porque o que são motivos de conflitos para os evangélicos são as heresias. Agora, se aquilo que a CCB defenda é ortodoxo, não há nenhuma razão para temer abrir caminho para uniões matrimôniais com evangélicos.

Diante disso tudo, a conclusão a que chegamos é que a CCB através de sua atitude radical contrária ao casamento com evangélicos, demonstra mais uma vez que está longe de ser uma igreja verdadeiramente cristã.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Deus Todo Poderoso

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.
A. Creio em Deus
Se nenhum homem jamais viu a Deus como Ele realmente é (1 Jo 4:12); se Deus habita em luz
inacessível (1 Tm 6:16) e se Ele está acima de toda a criação (2 Cr 2:6), perguntamos: Deus pode
ser definido?
Sendo Deus um ser infinito, é impossível que qualquer criatura o conheça exatamente
como ele é. No entanto, ele bondosamente revelou-se mediante linguagem compreensível a
nós. São as Escrituras essa revelação (Myer Pearlman).
O que se pode entender de Deus é fruto do que conhecemos por Revelação. A Teologia
define duas maneiras da auto-revelação de Deus: a Revelação geral e a Revelação especial. O
mesmo Deus que fez a natureza, com suas belezas e maravilhas, fez também o homem dotado
de capacidade para observar, através da natureza, o seu Criador. Todavia, não é objeto do
presente estudo tratar sobre a revelação geral, por isso seguimos adiante esclarecendo apenas o
que mostra a Revelação especial, ou seja, aquela formulada através das Escrituras Sagradas, a
Bíblia. É a Bíblia que nos dá a possibilidade de traçar os principais conceitos que temos de
Deus.
Os Nomes de Deus e Seus atributos, por exemplo, revelam qualidades e perfeições
inerentes ao SER ETERNO, Deus. Na Bíblia o nome de uma pessoa é a descrição do seu caráter.
Assim os “nomes” de Deus na Bíblia descrevem o Seu caráter.
No Antigo Testamento podemos encontrar:
Adonai - Senhor, Mestre, Cabeça, Meu Senhor. (Gn 15.2; 18.3)
Adonai Há Adonim – Senhor dos Senhores (Dt 10.17b)
Elohim - Deus Criador.(Gn 2.4; Dt 5.36). Plural de Eloah.
Elohim Bashamayin – Deus nos céus (Js 2.11)
Elohim Kedoshim – Deus sagrado (Js 24.19)
Elohim Machase Lanu – Deus é o nosso Refúgio (Sl 62.8)
Elohim Ozer Li – Deus meu Ajudador (Sl 54.4)
Elohim Shophtim (Shephtim) Ba-arets – Deus que Julga na Terra (Sl 58.11)
Elohim Silihot – O Deus dos Perdões (Ne 9.17)
Elohim Tsebaoth – Deus Onipotente ou Deus de Multidões (Hostes) (Sl 80.7)
El - Mais simples dos nomes. Significa: ser o primeiro
El Bethel – Deus de Betel ou a Casa de Deus (Gn 35.7)
El-Berit : Deus que faz pacto ou aliança (Gn 31:13, 35:1-3).
El Deot – Deus das Sabedorias (1Sm 2.3b)
El Eliom - Deus Altíssimo. (Nm 24.16; Sl 7.17; Sl 18.13).
El Emunah – O Deus Fiel (Dt 7.9)
El Gibbor – Deus poderoso (Is 9.6).
El Hanu – Deus Misericordioso (Ne 9.31).
El Hakabodh – Deus da Gloria (Sl 29.3).
El Hay (He) – O Deus Vivo (Js 3.10; 1Sm 17.26) .
El Hayyay – O Deus da minha vida (Sl 42.8).
El Kainna (Kanno; Kenno’)– Deus zeloso (Ex 20.5; Js 24.19).
El Marom – Deus Altíssimo (Sl 57.2; Mq 6.6).
El Mistater – O Deus Misterioso (Is 45.15).
El Nekamoth (Nakamoth) – O Deus que me vinda (Sl 18.47).
El Nose – O Deus que Perdoou (Sl 99.8).
El Olam. - Deus da eternidade. (Gn 21.33).
El Rai (Rhoí)– Deus da Vista (Gn 16.13).
El Sali (Sela) – Deus, minha Rocha (Sl 42.9).
El Shaddai – Deus Onipotente (Gn 17.1-2; Ex 6.3).
El Simchath Gili – Deus minha alegria excessiva (meu encanto ou grande alegria) (Sl 43.4).
El Tsur Israel – O Deus rocha de Israel (Is 30.29).
YAHWEH - Eu sou o que sou. (Ex 3.13-15).
YHWH Chereb – O SENHOR... A Espada Gloriosa (Dt 33.29).
YAHWEH-ELOENU - YAHWEH nosso Deus. (Sl 99:5,8).
YHWH Elohe Hashamaim – O Senhor DEUS dos céus (Gn 24.7).
YAHWEH-ELOEKA - YAHWEH teu Deus. (Êx 20:2,5,7).
YAHWEH-ELOAI - YAHWEH meu Deus. Zacarias 14:5.
YHWH Elohim : Criador de todas as coisas.
YHWH Hashopet – O Senhor o Juiz (Jz 11.27).
YHWH Hoshiah (Hoshe’ah) – O Senhor poupa (salva) (Sl 20.9).
YHWH Immeka (‘Immeku) – O senhor é contigo (Jz 6.12),
YHWH Izuz Wegibbor (‘Izoz Hakaboth) – O Senhor Forte e Poderoso (Sl 24.8).
YHWH Jireh : O Senhor proverá – Deus proverá.(Gn 22:14).
YHWH Kainna - O Senhor Zeloso (Ex 20.5, Ex 34.14).
YHWH Kadosh - Deus santo. (Jr 15. 19 ).
YHWH Kabodhi – O Senhor a minha Gloria (Sl 3.3).
YHWH Kanna Shemo – O Senhor é Zeloso (Ex 34.14).
YHWH Keren Yishi – O Senhor Força de minha Salvação (Sl 18.2).
YHWH Machsi – O Senhor meu Refugio (Sl 91.1; Sl 91.9).
YHWH Mephalti – O Senhor Meu Libertador (Sl 18.2).
YHWH Mekaddishkhem – O Senhor que vos santifica (Ex 31.13; Lv 20.8).
YHWH Metsudhathi O Senhor, (meu lugar forte),minha Fortaleza (Sl 18.2).
YHWH Mishgabbi – O Senhor minha Torre Alta (meu Alto Refugio) (Sl 18.2).
YHWH Moshiekh – O Senhor Seu Redentor (Is 49.26; 60.16).
YHWH Norah – O Senhor é Tremendo (Sl 47.2).
YHWH Nissi : O Senhor é a Minha Bandeira.(Ex 17:15).
YHWH Raah : O Senhor é o Meu Pastor (Sl 23:1).
YHWH Rafa : O Senhor Que Te Sara (Ex 15-26).
YHWH Rhahum – O Senhor é piedoso (2Cr 30.9).
YHWH Sabaoth : O Senhor dos Exércitos (Sl 24:10).
YHWH Shalom : O Senhor é Paz (Jz 6:24).
YHWH Shammah : O Senhor Está Ali (Ez 48:35).
YHWH Tov – Bom é o Senhor (Sl 145.9).
YHWH Tsidikenu : Senhor Justiça Nossa (Jr 23:6).
Outros nomes: Avinú – Nosso Pai (Is 63.16); Eyaluth - Força (Sl 22.29;Gaal - Redentor (Jó.19:25); Yasha - Senhor
Salvador (Is 43.3); Magen - Senhor nosso escudo (Sl 3.3); Maor - Doador da luz (Gn 1.16; Melech Hakavod – O Rei
da Gloria (Sl 24.7); Palar - Senhor Libertador (Sl 18.2); Shapar - Juiz, Gn 18.25; Tsaddia - Justo, Sl 7.9.
Conhecemos a Deus não somente pelos os Seus Nomes, mas também em Seus Atributos.
Qual a diferença entre os nomes de Deus e os seus atributos?
O nomes de Deus expressam as qualidades do seu ser inteiro, enquanto os seus atributos
indicam vários aspectos do seu caráter. (Myer Pearlman).
Os atributos divinos são classificados em dois grupos principais: Incomunicáveis e
Comunicáveis.
Atributos Incomunicáveis - São aqueles que Deus não partilha conosco ou não nos
“comunica”. São atributos exclusivos de Deus, que distinguem Deus como Deus, sendo
ímpar naquilo que é e faz. Esses atributos são a marca distintiva do Altíssimo que o
torna absolutamente inigualável (CAMPOS, O Ser de Deus e os seus atributos. p. 165).
Estes atributos enfatizam a distinção absoluta entre Deus e a criatura (não podem ser
comunicados à criatura).
Atributos Comunicáveis – São aqueles que Deus partilha conosco ou nos “comunica”.
São qualidades em que são encontradas semelhanças ou analogias na criatura,
especialmente no ser humano (estes atributos podem ser comunicados à criatura).
01 - Espiritualidade de Deus
Deus não é corpóreo ou tangível. Deus é uma pessoa, mas não possui uma natureza
corpórea, como os homens. “Deus é Espírito” (Jo 4.24) e “um espírito não tem carne nem ossos”
(Lc 24.39).
Porque os egípcios são homens e não Deus; e os seus cavalos, carne e não espírito (Is 31.3).
Deus não possui aparência material e é invisível a nós (1Tm 1.17). Por esta razão, ele
proibiu qualquer tentativa de representação física, através da confecção de imagens de
escultura (Ex 20.4). Quando Deus quis revelar-se aos homens, ele assumiu forma, como, por
exemplo, nas aparições do Anjo do Senhor (Gn 18.1-16; Ex 3.10-4; Js 5.13-15; Jz 13.3), no Antigo
Testamento (as chamadas teofanias). Entretanto, Jesus ensinou que ninguém jamais viu a Deus
(Jo 1.18). Quando alguém afirma ter visto Deus, não significa que viu a pessoa divina, em sua
essência, mas uma aparição divina; uma manifestação da sua glória.
Sendo Deus espírito, Ele pode ser adorado em qualquer tempo ou lugar. Ele pode ser
buscado e glorificado em todo o tempo e em quaisquer circunstâncias. Sendo Deus espírito, só
pode ser adorado através do espírito. Isto significa que Deus só poderá ser plenamente
adorado por aqueles que tiveram seus espíritos vivificados e completamente renovados pelo
Espírito Santo. (Jo 4:24; Ef 2:18).
02 - A Auto-existência de Deus
"Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a
eternidade, tu és Deus." Salmo 90.2
Deus sempre existiu. Deus não tem término ou fim (1 Reis 8:27; Atos 17:24). Ele existe
de um modo diferente do nosso: nós existimos de uma forma derivada, finita e frágil,
mas nosso Criador existe como eterno, auto-sustentado e todo-suficiente. Sua existência é
eterna e infinita, não há possibilidade de Ele cessar de existir.
Deus tem vida em si mesmo e tira de si mesmo a energia infindável e de nada
necessita. (Sl 90. 1- 4; 102.25-27; Is 40.28-31; Jo 5.26; Ap 4.10).
03 - A imutabilidade de Deus
Deus é sempre o mesmo. “Porque eu, o Senhor, não mudo”(Ml 3.6); “o Pai das luzes, em
quem não pode existir variação, ou sombra de mudança”(Tg 1.17).
Deus não está em crescimento ou formação. Deus não muda para melhor ou pior, Ele é
perfeito e perfeitamente santo, e não pode mudar. Ele nunca foi menos santo do que é e nunca
será mais santo do que é ou já foi.
Nele não há mudança nem sombra de variação (Tg 1.17).
Tudo o que Deus é Ele sempre foi e tudo o que Ele é e foi Ele sempre será. (Ap 1.8). O
termo hebraico Yahweh (Javé) é o nome que Deus designa a si mesmo em resposta ao pedido
de Moisés (Ex 3.13-15). Seu significado, “Eu sou o que sou”, que pode ser também traduzido
“Serei o que serei”, representa a fidelidade de Deus a seu povo e a infalibilidade de suas
promessas.
Deus não muda em Seus atributos, em Seus propósitos, em Suas promessas. Não se
desvia de si mesmo. Sua Palavra não muda (Mt 24.35; Is 40:8;55.11; Sl 89.34).Deus é fiel para
cumprir Suas promessas (Hb 10.23; 1 Jo 1.9; 2 Tm 2.13; 1 Ts 5.24; 2 Ts 3.3; 1 Co 10.13). Seus
planos são imutáveis e permanentes (Sl 33.11; Jó 42.2; Mt 13.35; 25.34; Ef 1.4,11; 3.9, 11; 2 Tm
2.19; 1 Pe 1.20; Ap 13.8).
04 - A infinitude de Deus:
Deus não tem limitações. Ele “habita em luz inacessível”(1 Tm 6.16).
Infinitude aplicada ao espaço -A infinitude de Deus em relação ao espaço é denominada
imensidão ou imensidade. Deus é imenso (Grande ou Majestoso; Jó.36:5,26; Jó.37:22,23;
Jr.22:18; Sl.145:3). Imensidão é a perfeição de Deus pela qual Ele transcende (ultrapassa)
todas as limitações espaciais e, contudo está presente em todos os pontos do espaço com
todo o seu Ser PESSOAL.
Infinitude aplicada ao tempo - A Infinitude de Deus em relação ao tempo é chamada de
eternidade. Deus é antes do próprio tempo. (Sl.90:2/ Hc.1:12/ Dt.33:27/ Is.40:28/ Jr.11:10).
B. Creio em Deus Pai (Paternidade).
Deus, como Primeira Pessoa da Trindade não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim,
princípio sem princípio”; por si só, é Princípio de Vida, de quem tudo procede.
No judaísmo, Deus é chamado Pai porque é o criador, o governador e o protetor.
Muitas pessoas pensam em Deus como um Deus distante, ausente e impassível, que não sente
emoções. Mas o Deus da Bíblia é ao mesmo tempo infinito e pessoal. Por ser um Deus pessoal,
Ele interage conosco e sente emoções. Deus se alegra (Is 62.5), se entristece (Sl 78.40; Ef 4.30), se
enfurece (Ex 32.10). Além disso, Deus é Pai.
Deus, como Criador, manifesta disposição paternal para com todos os homens.
Historicamente Ele se revelou primeiro como Pai ao povo de Israel. Ele é o Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, a quem enviou a este mundo para salvar os pecadores e deles fazer filhos por
adoção. Aqueles que aceitam Jesus Cristo e Nele creem são feitos filhos de Deus, nascidos pelo
seu Espírito, e, assim, passam a tê-lo como Pai celestial (Jo 1:12).
Os Relacionamentos do Pai.
1. Pai de toda a criação (At 17:29).
2. Pai da nação de Israel (Êx 4:22).
3. Pai do Senhor Jesus Cristo (Mt 3:17).
4. Pai dos crentes em Cristo (Gl 3:26)
C. Creio em Deus Pai, o Todo Poderoso (Soberania,Onipresença, Onisciência e Onipotência).
Jeremias 23.24: "Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? —diz o
SENHOR; porventura, não encho eu os céus e a terra? —diz o SENHOR".
C.1 - A Soberania Divina
"Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu,
tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao
que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração.
Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade,
ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa
deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?". Daniel 4:34,35:
Soberania ou Supremacia é um atributo pelo qual Deus possui completa autoridade
sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gn.14:19; Ne.9:6; Ex.18:11;
Dt.10:14,17; ICr.29:11; IICr.20:6; Jr.27:5; At.17:24-26; Jd.4; Sl.22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5;
145:11-13; Ap.19:6).
Somos constantemente lembrados, em termos explícitos, que o SENHOR (Javé)
reina como rei, exercendo o seu domínio sobre grandes e pequenos, igualmente (Ex 15.18;
Sl 47; 93; 96.10; 97; 99.1-5; 146.10; Pv 16.33; 21.1; Is 23.23; 52.7; Dn 4.34-35; 5.21-28; 6.26;
Mt 10.29-31). O domínio de Deus é total: ele determina como ele mesmo escolhe e realiza
tudo o que determina, e nada pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos. Ele exerce
o seu governo no curso normal da vida, bem como nas mais extraordinárias
intervenções ou milagres.
Deus governa o mundo e sua vontade é a causa final de todas as coisas, incluindo
especificamente a criação e a preservação (Sl 95.6; Ap 4.11), a vida e o destino do homem (At
18.21; Rm 15.32) e até os mínimos detalhes da vida (Mt 10.29). Deus reina em seu universo,
exaltado sobre todos os demais seres que reivindicam poder e autoridade. Ele e só ele é Deus:
“Eu sou o Senhor, e não há outro”(Is 45.6; 43.11; 44.8; 45.21). Deus, de Seu elevado ponto de
observação, vê e opera a história sem interferir com a liberdade do homem.
A soberania de Deus é expressa em três perfeições a ela relacionadas: Onipresença,
Onisciência e Onipotência.
C.2 – Onipresença -
Deus está presente em todos os lugares (Jr 23.23,24; Sl 139.7-10). Contudo, não
devemos pensar sobre Ele como se ocupasse todos os espaços, porque Deus não tem
dimensões físicas. É como espírito que Deus está em todo lugar. Não há um único ponto
em todo o universo onde Deus não esteja presente e onde Ele está, está com todo o Seu Ser e
não apenas uma parte dele. Deus está presente em toda a sua criação, mas é distinto dela,
diferentemente do que afirma o panteísmo (Deus é tudo). Deus, porém, age de modo diferente
em lugares diferentes.
Deus escolhe certos lugares para manifestar sua presença: o Céu é o lugar do Seu trono
(Sl 113.5). Ele não está mais presente em algum lugar do que em outro, mas manifesta a Sua
presença de modo especial (Mt 18.20).Quando o povo de Deus estava no deserto, a arca era o
lugar, geograficamente falando, onde Deus se manifestava em Israel e para Israel (Ex 25.21,22).
Quando a arca é levada pelos filisteus, Deus continua presente em Israel por causa da Sua
Onipresença, contudo, não mais se manifesta (1 Sm 4.17-22). Um exemplo da Onipresença
versus Presença manifesta é que Ele está presente, em uma sessão mediúnica por causa de Sua
Onipresença, mas Sua Presença não é manifesta ali.
C.3 – Onisciência -
Deus conhece todas as coisas, reais e possíveis. Mt 11:21.
“Deus conhece plenamente a si mesmo e todas as coisas reais e possíveis num ato simples
e eterno” (Grudem).
.
Pessoas que oram a Deus de toda parte no mundo estão à sua vista e recebem sua
atenção pessoal. Ele sabe todas as coisas. Nada é oculto de seu infinito entendimento (Hb 4:13;
Sl 147:5). Sendo onisciente, Ele sabe o fim desde o começo e pode, sem errar, predizer o futuro
(Is 46:10; 41:23). Exatamente como ele faz isto está além do nosso conhecimento (Rm 11:33).
Deus conhece tudo simultaneamente, sem precisar pensar, raciocinar ou contar algo
para saber seu número. Todo o conhecimento está presente na sua consciência (Sl 90.4; 2 Pe
3.8). Deus conhece o futuro (Is 41.26; 42.9; 46.9-10; 42.8-9; 1 Sm 23.10-14; Jr 38.17-20).
Deus conhece plenamente a si mesmo, Seu eterno e infinito Ser (1 Co 2.10-11).
Deus conhece todas as coisas no universo (Hb 4.13; 2 Cr 16.9; Jó 28.24; Mt 10.29-30).
Deus conhece todas as coisas que Ele criou (1 Jo 3.20; Dn 2.22). Seu conhecimento não se pode
medir (Sl 147.5; Rm 11.33).
Deus conhece cada detalhe do nosso ser (Mt 10.30; Ap 2.23) e todas as nossas
necessidades (Mt 6.8).Deus conhece as palavras que ainda vamos falar (Sl 139.4), os nossos
pensamentos (Sl 139.1-2). Conhece nossa vida antes mesmo de nascermos (Sl 139.16).Deus
conhece o coração humano (1 Sm 16.7; 1 Cr 28.9; Jr 17.10) e suas intenções (Ez 11.5; Sl 139.2-4;
Pv 15.11).
C.4 – Onipotência -
Deus possui todo o poder (Ap 19:6).
"Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado" (Jó 42.2).
Jó testifica que Deus é onipotente. Ele é o Todo-Poderoso. Deus tem poder para fazer
tudo aquilo que, em sua perfeita sabedoria e vontade, deseja fazer.
A onipotência divina refere-se ao seu próprio poder de fazer o que decidir fazer. O
Senhor Deus apenas fala e sua palavra não volta vazia (Is 55.11). Deus possui o poder ilimitado
para fazer qualquer coisa que Ele queira. Deus é a fonte da possibilidade e o que é possível é
determinado pela natureza de Deus. A onipotência divina não significa que Ele pode fazer uma
mentira ser verdade, ou que Ele possa pecar. Não há poder absoluto em Deus que opere em
contradição com Suas perfeições.Ele pode realizar tudo quanto está presente em Sua vontade
ou conselho. Entretanto há muitas coisas contrárias à natureza de Deus e, sendo assim, Ele não
pode realizá-las. Ele não pode mentir, pecar, mudar ou negar-se a Si mesmo (Nm.23:19;
ISm.15:29; IITm.2:13; Hb.6:18; Tg.1:13,17; Hb.1:13; Tt.1:3), isto porque não há poder absoluto em
Deus, divorciado de Sua perfeições, e em virtude do qual Ele pudesse fazer todo tipo de coisas
contraditórias entre Si (Jó.11:7). Deus faz somente aquilo que quer fazer (Sl.115:3; Sl.135:6).
D. Creio em Deus Pai, o Todo Poderoso, Criador do Céu e da terra
Este Deus Todo-poderoso é o nosso Criador. Pelo seu poder trouxe a existência tudo que
conhecemos, assim como o desconhecido.
D.1. Deus criou o universo
Essa é a inferência de Gênesis 1.1 que diz: "No princípio Deus criou os céus e a terra".A
frase "os céus e a terra" inclui a totalidade do universo, O salmo 33 também nos diz: "Mediante
a palavra do SENHOR foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de sua boca
[...] Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu" (Sl 33.6,9).
No NT encontramos uma afirmação de caráter universal no começo do evangelho
de João: "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria
sido feito" (Jo 1.3). A expressão "todas as coisas" é mais bem entendida como referindo-se à
totalidade do universo (cf. At 17.24; Hb 11.3). Hebreus 11.3 diz: "Pela fé entendemos que o
universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do
que é visível".
D.2. A criação é distinta de Deus e, todavia, sempre dependente dele.
A Bíblia ensina que Deus é distinto de sua criação. O termo usado para dizer que
Deus é muito maior que sua criação e independente dela é a palavra transcendente.
Deus está também muito envolvido com a criação, pois ela é continuamente
dependente dele para existir e funcionar. O termo usado para falar do envolvimento de Deus
com a criação é o termo imanente, que significa "permanecer em" a criação. O Deus da
Bíblia não é uma divindade abstrata removida da criação e sem interesse nela.
A Bíblia é a história do envolvimento de Deus com sua criação e particularmente com os
seres humanos criados.
"Em sua mão está a vida de cada criatura e o fôlego de toda a
humanidade" (Jó 12.10).
No Novo Testamento, Paulo afirma que Deus "dá a todos a vida, o fôlego e as demais
coisas" e que "nele vivemos, nos movemos e existimos" (At 17.25,28).
D.3. Deus criou o universo para mostrar a sua glória
"Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas
mãos" (Sl 19.1,2).
O cântico da adoração celestial em Apocalipse conecta a criação de todas as coisas por
Deus com o fato de que ele é digno de receber a glória que elas lhe conferem:
"Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder,
porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas" (Ap
4.11).
O que a criação mostra a respeito de Deus? Primeiramente ela mostra seu grande
poder e sabedoria, muito acima de qualquer coisa que poderia ser imaginada por qualquer
criatura.
"Mas foi Deus quem fez a terra com o seu poder, firmou o mundo com a sua
sabedoria e estendeu os céus com o seu entendimento" (Jr 10.12).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

INTRODUÇÃO

Há um grande debate sobre a doutrina da Trindade no Antigo Testamento. Os Pais da Igreja afirmaram categoricamente que o Deus de Israel é Trino. Desconsideraram assim a revelação progressiva. Outros teólogos, em contrapartida, defendem que a doutrina da Trindade inexiste no contexto veterotestamentário. Existe também a afirmação de que embora no Antigo Testamento Deus seja Trino, ali a doutrina da Trindade não é manifesta de maneira tão clara. Assim, ensinar essa doutrina tendo por fundamento o Antigo Testamento é cristianizar por demais o texto.

É verdade que na antiga aliança não existe uma manifestação clara da Trindade. No entanto, podemos afirmar que a manifestação do Deus de Israel é plural. Muitos estudiosos até afirmam que essa pluralidade é apresentada porque originalmente o conceito de Deus surgiu num contexto politeísta. O pluralismo a respeito do divino apresenta-nos um resquício da crença politeísta1. Mas prefiro acreditar que essa pluralidade está de acordo com a crença cristã na Trindade.

Começaremos nossa discussão com Deuteronômio 6.4. O foco inicial é a palavra hebraica ehad “um”, “único”. Analisaremos também outros textos, para afirmamos que, apesar de Deus no Antigo Testamento ser Um, ele é plural, o que favorece a doutrina cristã da Trindade nos textos veterotestamentários.

1. A UNICIDADE DE DEUS – DEUTERONÔMIO 6.4
Como conciliamos a fé num Deus único expressa no Antigo Testamento com a afirmação de que ele é o Deus Trino? Ora, antes de tudo, deve ser afirmado que a crença cristã na Trindade não é a crença em três deuses, mas a crença em três pessoas que participam da natureza divina de maneira plena e integral. Assim, mesmo em Dt 6.4, onde lemos a afirmativa que Deus é único, podemos identificar o Deus Trino. Vejamos:

Shemá Israel YHWH Eloheinu YHWH ehad.
“Javé nosso Deus Javé Um”

Atentemos-nos para a palavra “um’. Na língua hebraica existem duas palavras que expressam unidade:
1) ehad “único”, “um”: “enfatiza a unidade, embora reconheça diversidade dentro da unidade”2.
2) Yahid: também significa “único”, “um”, mas se refere a uma unidade simples (singular) ou absoluta.

A palavra usada em Dt 6.4 é ehad! Sobre isso, Stanley Rosenthal afirma:


A última palavra hebraica da Shema ‘Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é único’ (Dt 6.4) é echad, que, embora traduzido por ‘único’, é um substantivo coletivo, em outras palavras, um substantivo que, embora, denote unidade, a classifica, pois, representa uma unidade que contém várias unidades. Poderíamos citar um bom número de exemplos. Em Números 13.23 lemos que os espias pararam em Escol onde ‘cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas’. A palavra hebraica que aqui aparece como ‘um’, em ‘um cacho’, novamente é echad; porque, como é evidente, esse único cacho de uvas consistia em muitas uvas3.
Portanto, a palavra ehad seria uma alusão ao Deus único, mas que contém em si a diversidade de pessoas4.

Vejamos ainda ouros usos da palavra ehad:

Gênesis 2.24: Portanto, o homem deixa o seu pai e a sua mãe, e deve decompor-vos a sua mulher: e eles serão uma (ehad) carne. (grifo do autor)

Êxodo 24.3: E Moisés chegou e disse ao povo todas as palavras do SENHOR, e todos os acórdãos: e todo o povo respondeu a uma (ehad) voz. (grifo do autor).

Veja que nesses dois textos ehad é uma unidade na diversidade: uma carne (duas pessoas); uma voz (de muitas pessoas).

A título de exemplo, a palavra hebraica yahid é usada nos seguintes textos:
Jeremias 6.26: Ó filha do meu povo, cinge-te de saco, e revolve-te na cinza; pranteia como por um filho único (yahid), em pranto de grande amargura...(unidade simples).

Amós 8.10: ..., e calva sobre toda cabeça; e farei que isso seja como o luto por um filho único (yahid), e seu fim como dia de amarguras...(unidade simples).

Provérbios 4.3: Quando eu era filho aos pés de meu pai, tenro e único (yahid) em estima diante de minha mãe...(unidade simples).

Gênesis 22.2: Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho, o teu único (yahid) filho Isaque, a quem amas...(unidade simples).

É verdade que a palavra ehad também pode referir-se a uma unidade simples:

Deuteronômio 17.6: "Pela boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, aquele que merece a morte deve ser posto à morte; mas pela boca de uma (ehad) testemunha, ele não deve ser posto à morte."

Eclesiastes 4.8: "Há apenas um (ehad), sem uma companhia; sim, ele nem tem filho...".

Vê-se, então, que a palavra ehad pode se referir a uma unidade coletiva e a uma unidade singular.
Mas e quanto a Dt 6.4? A palavra ehad significa unidade coletiva ou unidade singular? É verdade que o versículo enfatiza o fato de que há um só Deus, e “Israel deve a ele sua exclusiva lealdade (Dt 5;9; 6.5)”5. . No entanto, outros pontos precisam ser considerados, para a afirmativa de que a palavra ehad alude a uma unidade na diversidade. Comecemos com uma explicação do nome Elohim.

2. O NOME ELOHIM
Elohim é a palavra hebraica que normalmente é traduzida em nossas Bíblias como “Deus”, e em alguns casos como “deuses”. Em Gn 1.1,26 a palavra hebraica está no plural, bem como os pronomes que a acompanham. Isso leva a teologia cristã a afirmar que o texto faz referência à Trindade (veja também Is 6.8a).

Muitos especialistas, no entanto, pensam que o nome Elohim é um plural majestático, pelo qual se quer enfatizar a grandeza do Deus de Israel. O “plural sem dúvida é um aumentativo de exaltação, frisando a majestade de Deus, e não a ideia de pluralidade de pessoas”6.

Entretanto, pode-se averiguar que uma plenitude plural é encontrada no Antigo Testamento com referência a Deus, o que indica a doutrina da Trindade.

Antonio Neves Mesquita afirma que não havia o uso do plural majestático na antiguidade7. “Assim, se Moisés dizia, desçamos, vejamos, façamos, e outras, era porque mais de uma pessoa estava sendo envolvida no ato. Não havia, podemos dizer, tal uso na antiguidade; tudo que se diz, nesse sentido, é pura invenção moderna”8. Esse mesmo estudioso diz que o pronome e o verbo no plural em Gn 1.27 indicam as três Pessoas da Trindade, pois está “de acordo com o teor geral da Bíblia de que as três pessoas da Santíssima Trindade tomaram parte na criação (Gn 1.2; João 1.1-5 e ref.)9. Assim, “é mais provável que o significado seja de uma pluralidade de personalidade, visto que Deus e o Espírito de Deus aparecem em Gênesis 1”10.

Outros pensam que o termo Elohim é um superlativo. Sobre isso, afirma Botterweck: “Provavelmente o plural não significasse originalmente uma pluralidade, mas uma intensificação. Neste caso, ‘elohim poderia significar ‘grande’, ‘o mais alto’, e finalmente, ‘apenas’ Deus, isto é, Deus, em geral”11.

Além disso, outros estudiosos têm afirmado que uma das formas de se expressar o superlativo na língua hebraica é o uso do plural. Assim, para se dizer que El é fortíssimo (El significa ‘forte’) usar-se-ia o plural Elohim (‘fortes’). Essa seria a razão de o verbo estar no singular (“e disse”) e o sujeito no plural em Gn 1.26.

Mas cabe afirmar que a teologia cristã tem interpretado o plural em Gn 1.26 como uma referência à Trindade. Agostinho assim procedeu.12 Mas, muito antes de Agostinho, o apóstolo João já havia afirmado que o Logos estava com Deus antes da criação, e que por Ele foram criadas todas as coisas (Jo 1.1-3)!

Portanto, a Trindade é manifesta no Antigo Testamento pelo nome Elohim. Nas palavras de Walter A. Elwell, o “plural do nome de Deus (Elohim), bem como o uso dos pronomes (Gn 1.26; 11.7), e dos verbos (Gn 11.7; 35.7) no plural assim indicam.”13

Há, ainda, outras razões para pensarmos que o nome Elohim alude a uma manifestação plural de Deus no antigo Israel: a manifestação ‘o Anjo’, da ‘palavra’, e do ‘Espírito’. Esses três são identificados com o próprio Deus.

3. O ANJO DO SENHOR
No Antigo Testamento, o Anjo do Senhor é distinto de Deus, mas também é identificado com o próprio Deus. Ele aparece em Gn 16.7-13. As promessas feitas (v.10) claramente demonstram que o Anjo do Senhor não era um anjo qualquer. Em Gn 32.22-32 ‘o Anjo’ aparece para Jacó, e assim se identifica: “Eu sou o Deus de Betel” (v.13). Assim, ele se identifica com o Deus que se manifestou em Betel (Gn 28.18-22). Em Gn 48.15-16 essa idenficação é objetiva:

"O Deus em cuja presença andaram meus pais Abraão e Isaque,
o Deus que me sustentou durante a minha vida até este dia,
o Anjo que me tem livrado de todo mal, abençoe estes rapazes; seja neles chamado o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e cresçam em multidão no meio da terra.”

Outros textos poderiam ser citados (Êx 3.2, as esses bastam para a afirmação de que o “Anjo do Senhor” no Antigo Testamento é Deus. É uma pessoa distinta na divindade.

Muitos estudiosos afirmam que essa identificação do Anjo do Senhor com o próprio Senhor é uma interpolação tardia no texto bíblico, feita para evitar uma descrição do Deus de Israel excessivamente antropomórfica.

A meu ver, no entanto, o Anjo do Senhor é mais uma evidência de que a manifestação divina é plural. “Isso aponta para distinções pessoais dentro da Deidade.” 14

É curioso que as aparições do ‘Anjo do Senhor’ terminaram após a encarnação de Cristo. Muita coincidência, não!? No Antigo Testamento, o Anjo do Senhor acompanhou Israel na caminhada pelo deserto (Êx 14.19; cf.23.20). O Novo Testamento diz que a Pedra que seguia Israel era Cristo (1Co 10.4).

4. A PALAVRA
Além do Anjo do Senhor, que no Antigo Testamento se apresenta como Deus, há outro elemento que contribui para pluralidade da manifestação do divino: a Palavra, participante da criação (Sl 33.6; 107.20).

No Sl 33.6 lemos:

Os céus por sua palavra se fizeram,
e, pelo sopro (ruah) de sua boca, o exército deles.
H. J. Kraus diz que a palavra criativa do Senhor traz à existência os céus e a terra. “Há uma correspondência intrínseca entre o Espírito de Deus e o fôlego da vida procedente da boca de Deus, e a palavra de Deus com o sopro de sua boca (Is 11.4)”.15

Mas a teologia cristã afirma que há muito mais do que uma correspondência entre Deus, o Espírito e a palavra. “A palavra não é simplesmente uma comunicação a respeito de Deus, nem o Espírito é um mero poder divino. São, pelo contrário, o próprio Deus em ação”.16

Mesquita afirma que os antigos rabinos acreditavam na divindade do Messias.17 Essa afirmação é feita a partir de uma interpretação do Sl 2.7 enquanto uma alusão ao Messias Filho de Deus, bem como a partir da identificação do Anjo do Senhor como sendo o próprio Senhor. Além disso, o fato de o Novo Testamento ser “escrito por judeus, é uma prova que eles acreditavam no Messias divino”, diz Mesquita.18 Oskar Skarsaune demonstrou veementemente que a cristologia do Logos Encarnado, encontrada em Jo 1.14, é oriundo não do mundo helênico, mas do mundo judaico.19 Isso significa afirmar que o judaísmo antigo interpretava a Palavra como mediadora da criação. Além disso, a crença judaica na Sabedoria como mediadora da criação nos textos apócrifos judaicos é tão parecida com a Trindade cristã, que quando os estudiosos procuraram um termo que explicasse seu papel — na relação com Deus único, e ao mesmo tempo externo a ele — “viram-se obrigados a recorrer à terminologia trinitária”.20

5. O ESPÍRITO SANTO
No Antigo Testamento lemos que o Espírito é Deus.
Vejamos Gn 1.2: “o Espírito pairava sobre a face as águas”. A palavra hebraica Espírito é ruah, que significa ‘vento’, espírito, ‘Espírito’. Alguns comentaristas pensam que Gn 1.2 deveria ser traduzido como “e um vento de Deus pairava...”.
Mas outros textos bíblicos demonstram a participação do Espírito na criação (Is 63.10; Sl 33.6; Sl 104.30). Wilf Hildebrandt afirma que o “Salmo 33.6 é uma reflexão de Gn 1 e assevera que o evento da criação foi resultado da palavra falada de Deus trazida à realidade pelo seu ruah”.21 Hildebrandt mostra que a frase ruah ’elohim (Espírito de Deus) “ocorre quinze vezes em hebraico e cinco vezes em aramaico. Ela nunca é traduzida como ‘um vento poderoso’ ou ‘um vento de Deus nestas ocorrências”.22 Conclui-se assim que em Gn 1.2 o ruah é o Espírito de Deus, que também é agente na criação.

CONCLUSÃO
Pudemos averiguar que a manifestação de Deus no Antigo Testamento é plural. Assim, sou levado a concluir que palavra ehad usada em Dt 6.4 alude a uma unidade na diversidade. Isso é evidenciado pelas seguintes idéias: o uso plural do nome de Deus; a associação do Anjo do Senhor e da Palavra Criadora com o próprio Deus; e o Espírito Criador. Mesmo que a palavra “Trindade” não apareça na Bíblia, o Deus do Antigo Testamento é Trino. A Trindade, portanto, é apresentada no Antigo Testamento, ainda que de forma incompleta.
Termino com as palavras de John Theodore Murller:


Não afirmamos que haja no Antigo Testamento a mesma clareza e evidência de testemunhos referentes à Trindade que há em o Novo Testamento; todavia asseveramos que tanto se podem como se devem citar do Antigo Testamento alguns testemunhos para exposição da doutrina da Trindade, visto que assim sempre se revelou desde o começo, a fim de que a Igreja de todos os tempos o pudesse conhecer, adorar e bendizer (...) como as três pessoas distintas numa só essência.23

Autor: Luciano R. Peterlevitz

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Seita Maranata

1. Utilização sistemática e fundamental da Bibliomancia (de olhos fechados, abre-se randomicamente um livro, e a esmo ler um fragmento de um texto ou versículo, dependendo do teor, positivo ou negativo, se obtém, supostamente, a resposta divina - chamada pela Denominação de “consulta à palavra”). É o meio pelo qual utilizam para resolver questões, dúvidas, a respeito de aquisições de bens e obter direções para áreas da vida pessoal (profissional, espiritual e sentimental); bem como é o meio que usam para “consultar a Deus” sobre a procedência de dons espirituais (visões e revelações) concedidos pelos membros; e, por fim, para tomar conhecimento se Deus aprova ou reprova determinada decisão administrativa da Denominação;




2. A dogmatização de uma frase, isto é, transformada em reza, chamada “clamor”, a qual consiste em iniciar orações petitórias recitando, fundamentalmente, a frase “Clamamos pelo poder do sangue de Jesus”. Toda atividade iniciada com uma devida oração é obrigatório, de antemão, o recite de tal reza, seja essa atividade espiritual ou secular, seja nas dependências da instituição ou não, enfim, sob pena de Deus não atender à oração - abençoar o pedido que estar a ser feito – justificam. Esquecendo ou ignorando tal frase, imediatamente, o orador é interrompido por um adepto atento, o qual, então, recita a reza devidamente; porque, assim não recitando tal frase, a igreja ou, se for o caso, o pedinte, não foram purificados dos pecados pelo poder do sangue, logo, não irão ser abençoados ou não estarão aptos para realizar o que, afinal, estejam a fazer em nome de Deus;




3. Os Cultos são rigorosamente cronometrados em 30 minutos, por vezes chegam a 45 minutos. Tolerável, porém, quando é o próprio pastor ou um eloqüente pregador que ministra a palavra. Ocorrem severamente todos os dias da semana, exceção de sexta-feira, que deve ser o culto da família. Alegam que toda essa rotina é revelada pelo Senhor, por isso, exaltam-se a si mesmo desfazendo dos cultos das demais Denominações que chegam a 02 horas ou mais e que somente ocorrem em alguns dias da semana. O protocolo dos cultos deve seguir piamente o que é determinado: ministração de 05 louvores (uma ou duas glorificações entre os hinos), posteriormente, a mensagem de 15 a 30 minutos, no máximo. Assim também são os cultos nas famílias (sexta-feira), que devem seguir o formalismo e o protocolo da Denominação, porém, reduzindo para 02 ou 03 louvores (uma glorificação e uma intercessão) e uma mensagem de 05 minutos ou leitura de um versículo. Bater palmas, gritos de júbilo e louvar em pé são terminantemente proibidos sob pena do adorador ser convidado a se retirar do local, pois afirmam que é carnal, irreverente e libertino tal expressão de louvor: “é coisa de “movimento”, da “religião”, que quer trazer o mundo para a Obra”, afirmam. Os cultos se processam com formalismo e reverência extrema, e muita mecanização;




• O Culto-Profético consiste no “momento de busca” a Deus de “dons espirituais” a respeito das necessidades do subseqüente culto principal. A composição, geralmente, é de, no mínimo, 03 membros (para a “consulta” dar certo), permissivo somente àqueles que são batizados na Denominação, ou que já fizeram o “Seminário de Principiantes”. É realizado 30 minutos antes de todos os cultos, e perdura comumente 15 minutos. As ditas “revelações” são dadas com caráter adivinhatório para saber quem, como e por que a pessoa, normalmente o visitante, estará no culto principal; por meio das quais, no final, sempre o Senhor (ou um anjo) supostamente dará a benção a certa pessoa presente. Por revelação, também, determinam quem serão os “varões” que ministrarão o louvor e a mensagem. As “visões”, por sua vez, são dadas com cunho metafórico, ilustrativo e também adivinhatório, seguidas pela interpretação dos ouvintes, que eles chamam de “discernimento da visão” (ou dos dons), as quais também são a respeito de visitantes ou membros que estarão no culto principal. Não é permitido o culto não haver “dons”,. Tem que ter. Para tanto, os pastores cobram do corpo de membros que “busquem” cada vez mais dons espirituais e apresentem no Culto-Profético, sob pena da igreja ser reprimida ou aquele que está em falta ou não é “usado” ser estigmatizado como réprobo espiritual;




• A Consulta dos dons (visões e revelações) é realizada, fundamentalmente pela “consulta à palavra” (Bibliomancia), para qual, apresentado o dom, alguém, presente no culto-profético, obrigatoriamente se levanta para recitar o “clamor” e orar para abençoar a “consulta”, de modo que, logo em seguida, 03 consulentes abrem as suas Bíblias, e cada um ler um versículo, revelado a esmo. Segundo eles, dependendo do teor dos versículos, obtém-se a resposta da procedência dos dons espirituais, na melhor de 03 leituras de versículos. Por exemplo, se dois lidos tiverem teor positivo e um negativo, é “amém”, o Senhor aprovou, caso contrário, não aprovou. Porém, independente da resposta dada pela “consulta”, o dom espiritual sujeitar-se-á à vontade do pastor ou ungido, que eles justificam pelo dogma ministério acima dos dons;




4. Imposição indireta (através “revelações”, “sonhos”, “orientações” – sob chantagem para realizar certas atividades) de Usos e Costumes: Homens devem está sempre com o rosto feito, com exceção do bigode que é permitido; bem como, em regra, é impelido o uso de roupa formalista; mulheres devem, expressamente, se ataviar apenas com vestidos e saias, e, alguns casos, o uso de certos adornos como brincos de argola são proibidos. Os membros só são considerados espirituais, “na revelação”, obedientes a Deus, conseqüentemente, fiéis e postos como permissivos para atividades e funções na Denominação se, e somente se, estiverem e seguirem piamente com tais conformes. Segundo eles, observar tais usos e costumes é ter “aparência de servo”, “andar na revelação” ou porque “entendeu a Obra”;




5. O Batismo nas Águas só é permitido caso o membro seja aprovado por Deus – “Se o Senhor permitir” - através da revelação da “consulta” (Bibliomancia) realizada pelo “Grupo de Intercessão” (composto por membros considerados, aparentemente, os mais espirituais da igreja local – pastores, ungidos e suas esposas, diáconos e alguns obreiros e senhoras). Deus, segundo eles, revela a tal grupo que determinado neófito está apto ou não para “descer às águas”. Caso Deus aprove, será batizado; caso contrário, aguardará alguns meses até ser, novamente, submetido à “consulta” quando for período de batismo, para testificar se, agora, Deus permite ou não se o neófito pode, finalmente, batizar;




6. O Batismo no Espírito Santo é feito de modo similar ao anterior, mas agora de forma pessoal pela Bibliomancia. No final do “Seminário de Principiantes”, na última aula, os neófitos presentes são convidados a realizarem a “consulta” particularmente, com o “clamor” antes devidamente recitado, a fim de obterem a “resposta de Deus” se eles, cada um dali, receberam o “Batismo no Espírito Santo”. O teor do versículo (a resposta) será devidamente aferido por um diácono ou pastor. Em caso de passarem pelo crivo da Bibliomancia (versículo com teor positivo), estarão aptos para ir aos próximos seminários; caso contrário, terão que aguardar um tempo, em espera ao próximo “Seminário de Principiantes” para repetir tal alto, para assim, quem sabe, ser finalmente “Batizado no Espírito Santo”. Frisa-se que a reprovação do neófito nesse “Batismo” (versículo de teor negativo), de antemão, já o proíbe automaticamente de “batizar nas águas” – “o Senhor não permitiu”;




7. Espiritualização ou veneração de objetos, tais como, arranjos de flores, o púlpito e o terno e gravata, usados pelos “varões” que possuem cargos na Denominação:




• O Púlpito só pode ser utilizado por homens; já que mulheres quando pregam à igreja, em “culto de senhoras”, é obrigatório que fiquem ao lado do púlpito, sem jamais ministrar sobre ele, assim, deixando-o, ali, vazio. Frisa-se, também, que ao iniciar o culto, recitando o “clamor”, é devido que todos estejam prostrados em direção ao púlpito, logo, é proibido que algum membro dê às costas a ele; ainda que ninguém esteja sobre Púlpito, no caso, em “cultos de senhoras”, é determinado que a senhora que ministrará a palavra, ajoelhe-se voltada para ele. Também, homens que exercem o cargo de “obreiro” que no passado foram divorciados, seja antes ou depois da conversão em Cristo, não importa, jamais devem subir a púlpito. O púlpito é tipo do altar de Deus, onde o Espírito Santo está, por isso que todos devem se voltar ao púlpito quando prostrados - defendem;




• O Arranjo de Flores sobre o púlpito é radicalmente obrigatório para o processamento dos cultos, reuniões e aulas nos templos e auditórios; o qual deve ser ordenado somente com flores ou rosas naturais, sob a justificativa de não desagradar a Deus, proibido, assim, o uso das artificiais. Bem como é terminantemente proibido qualquer pessoa da igreja tocar no Arranjo de Flores, pois, segundo eles, é uma tarefa revelada pelo próprio Deus para que somente determinadas senhoras da igreja, consagradas para esse serviço, possam tocá-lo, ordená-lo, prepará-lo e pô-lo e retirá-lo do púlpito. O mesmo vale para a toalha que fica sobre o púlpito. Reputam como algo sacrílego um homem, mesmo o pastor, tocar no “sagrado” Arranjo, a não ser que sejam essas “consagradas” senhoras. Tipificam o Arranjo de Flores como um objeto consagrado para ofertar-se a Deus: é tido como o tipo do Espírito Santo. Inclusive, alguns membros depreciam outras Denominações por não utilizarem Arranjos sobre o púlpito;




• O Terno e Gravata é traje eclesiástico obrigatório, pois alegam que obtiveram uma revelação de Deus de que ao se ataviarem com requinte perante as autoridades seculares, assim também, devem fazer perante a Autoridade Divina, por isso, só quem pode subir a púlpito, orar para visitantes, em cultos principais (à noite) são pessoas impecavelmente trajadas de terno e gravata;




8. A Idolatria é vigorosa, mas muito sutil e imperceptível pelos membros; veneram, espiritualizam e estimam exarcebadamente os patrimônios da Denominação, como “santos” e “sagrados”, dignos de serem depositados sobre eles até mesmo amor; inclusive em detrimento do ser humano, do próximo. Segundo eles, toda a arquitetura desenhada, a estrutura e os locais onde são erguidos são provenientes de revelação de Deus, “consultados”. Inclusive, a mobília padronizada segue, também, um padrão estabelecido pelo próprio Senhor Jesus.




• Os Templos são considerados e espiritualizados como a “Casa de Deus”, como é no judaísmo e no catolicismo, por isso devem os membros demonstrar todo amor, cuidado, apreço e zelo por ele; com efeito, se portando com extrema reverência e seriedade para não cometer algum sacrilégio; até mesmo quando não estiver havendo atividades neles. Uma vez dentro dos templos, em regra, não podem demonstrar alegria, descontração, naturalidade e espontaneidade, mas o comportamento deve ser formal e protocolizado. Sobre a arquitetura dos templos padrões, em forma de chalé, alegam que foi devido a uma revelação do Senhor a seus líderes, que assim era o modelo que o Altíssimo queria para os templos de sua “Obra”;




• Os Maanains, sítios onde membros se isolam da civilização para receberem doutrinamento, são estimados como lugares separados por Deus aqui na Terra para o adorarem. É considerado como “um pedacinho da eternidade”, “onde a Obra tem mais alcance” e “onde Deus fala de forma especial”. Ressalte-se que por serem tão “sagrados”, a rigor, é proibido a entrada de pessoas, de acordo com a visão deles, inadequadamente mal trajadas (informais e intrigantes) ou que não se libertaram do mundo, a saber: homens vestidos de bermuda (ainda que estejam a trabalho de limpeza e manutenção) ou barbado; mulheres de calças compridas ou bermuda, pois é um lugar “santo” e “sagrado” que deve ser respeitado e reverenciado. Assim como maltrapilhos, travestis, pessoas que ainda alimentam o tabagismo ou alcoolismo, não podem freqüentar o “santo lugar”. Estimulam o amor a este patrimônio – “devemos amar o maanaim” – por ser um presente de Deus a Obra, para eles cuidarem. Trabalhar em mutirões e manutenções do maanaim, voluntariamente, afirmam aos membros que é um privilégio para se alcançar bênçãos, pois Deus zela por ele, e por isso, satisfeito, agracia os membros em vitórias na vida estudantil, espiritual, financeira e matrimonial. Por ser um lugar “separado por Deus”, alegam que é muito comum anjos e querubins serem vistos caminhando e sobrevoando por lá dada a tamanha santificação do local, afirmam;




• A Obra é o apelido do sistema religioso da ICM. A idolatria a instituição em si é intensa, enquanto arcabouço de patrimônios, dogmas e costumes, enfim, o sistema. É altamente suscitada nos corações dos adeptos a paixão à Denominação, principalmente, em seminários e aulas nas chácaras, onde se exalta muito as virtudes da “Obra” (ICM), em desfavor das demais Denominações, que, de pronto, são rebaixadas e reprovadas espiritualmente. Ainda que se desculpem que a “Obra”, na verdade, é o projeto de Deus na vida do homem e que pode haver em outros lugares, na prática mesmo, esse projeto se canaliza tão-somente no próprio sistema religioso da ICM. Constatação material é que só se referem à ICM como à “Obra”: “igrejas da Obras”, “louvores da Obra”, “pastores da Obra”, “só a Obra conhece os segredos”, “só a Obra não cobra dízimos”, “só a Obra tem o segredo do clamor”, “só a Obra conhece a revelação do [livro de] Cantares”, “só a Obra tem o jejum de acordo com o horário da Eternidade”, enfim. Falar mal da ICM é mesma coisa que falar mal da “Obra”, ao passo que falar mal de outra Denominação não é falar mal da obra de Deus, por exemplo. Falam muito, mas muito esse nome “Obra”, até mesmo mais do que o nome de Jesus. A Salvação em Cristo depende não apenas da fé e uma vida pautada na Palavra, mas, para eles, a pessoa deve viver a “Obra como forma de vida”, o que, em suma, significa viver seguindo draconianamente o legalismo do sistema, como um membro dependente do que o sistema dita ou não dita. Esse ídolo “Obra”, que eles escrevem como nome próprio mesmo (“o” maiúsculo), interpõe-se, na vida prática religiosa deles, como uma quarta pessoa da Trindade – Pai, Filho, Espírito Santo e a “Obra”;




9. O Fundamentalismo de tolherem seus membros nas orações o uso de expressões como “Paizinho”, “Papai do Céu”, “Muito Obrigado” e “Obrigado”, uma vez que não há tais palavras na Bíblia, não se devem proferir – justificam. Bem como, é considerado falta de respeito dirigir-se a Deus de tal modo, alegam que é “chulo” e coisa de “crente da religião”. “Eu te amo Jesus!” e derivadas, também, é uma expressão em oração proibida, pois a reputam como carnal e emotiva, logo, Deus não aprecia essa forma coloquial e informal de dirigir-se a Ele – apregoam. Falar também “diabo”, “Satanás” e outros nomes referentes ao Adversário de nossas almas é reprovável e escandalizável, dizem que é invocá-lo ou respeitá-lo, assim, referindo-se a ele exclusivamente como “o Inimigo” ou “o Adversário”.




• Esportes e Lazer não são algo naturalmente aceito pela Denominação, antes são vistos como algo inclinável à libertinagem. Praticar atividades como musculação, trilha, ciclismo, corrida, natação e ginástica são rigorosamente reprováveis pela liderança e membros fundamentalistas. Alguns raríssimos ministérios, porém, não abominam, mas também não vê com bons olhos, mas sem farisaicamente acusar como pecador o praticante. Já esportes ditos radicais (surfe, skate, patins etc.) taxativamente são abomináveis. Alegam que pelo fato dos praticantes possuírem posturas irreverentes, logo, não condiz que um “servo” adote tal esporte. Inclusive, profissionais e competidores desses ramos que passam a congregar na Denominação são, jeitosamente, induzidos a abandonarem tais atividades sempre sob o subterfúgio que “o Senhor revelou”;




• Artes e banalidades tradicionais em geral são consideradas como “opressão”. Cinemas são terminantemente proibidos pela liderança da Denominação, alegam que é sentar-se com escarnecedores, embora, intrigantemente, em restaurantes não inclinem para tal conclusão. Teatros, por sua vez, são demonizados duas vezes mais, sendo alvos de escárnio em aulas e pregações. Filmes da Disney também são proibidos, desenhos animados também são reprovados pelo Presbitério. Alguns brinquedos, como os produtos da Hellokit (que dizem ser a representatividade de um demônio) também são combatidos junto aos pais e crianças;




• Alimentos são proibidos a depender de sua origem e rótulo. Alimentos provenientes de festas juninas são coibidos pela Denominação, pois alegam que, por serem oriundos de uma festa idólatra, ingeri-los é pecado e pode trazer uma maldição para a vida do crente. O mesmo vale para ovos de chocolate em função do período da “páscoa” (mas outros produtos de chocolate, que não seja referente ao “coelho da páscoa”, pode comer). Tais alimentos se forem ingeridos pelos membros podem lhes trazer juízos por parte de Deus, pois comeram algo proveniente de uma idolatria ao “coelho da páscoa”, a uma festa pagã. Também, a maionese hellman’s (devido à tradução do nome) é um tempero do diabo para oprimir os “servos da Obra” - justificam.




10. O Exclusivismo é gritante, visto que, segundo eles, o fundador de sua Denominação foi o próprio Jesus Cristo, mediante uma revelação extraordinária a 06 dissidentes presbiterianos que receberam o Batismo no Espírito Santo na década de 60, em Vila Velha, Espírito Santo. Inclusive, pelo fato da Denominação ter nascido nesse Estado, acreditam que não foi por acaso, mas sim como uma obra divina. Essa revelação consistia em estabelecer novamente o Corpo de Cristo, segundo eles, perdido há tempos, vivido tão-somente no período da Igreja Primitiva, pois foi extirpado durante o Romanismo e o Protestantismo. Alegam que, num dos momentos de busca, esses 06 homens foram visitados por um anjo que lhes entregaram uma pasta com todas as orientações para reformarem o Corpo de Cristo e fundarem a “Igreja Fiel”, a Noiva que será arrebatada. Reputam ser os únicos que exercem plenamente os noves dons espirituais (se prendendo aos mencionados em Coríntios), enquanto as demais Denominações carecem de alguns ou abominam todos, por isso se autointitulam de a “Obra Revelada” ou “Obra Maravilhosa”, muito comum, também, proclamarem, quando isolados, “a Obra é filho único” ou a “Igreja Fiel”;




11. A Intolerância Religosa é aberrante. Consideram que todas as demais denominações estão contaminadas com pragas desse mundo, motivo pelo qual as definem como “Tradição”, “Mescla” e “Movimento”, ou, simplesmente, a “Religião”. Rotulam os membros das demais denominações de “primos”, “amalequitas”, “bodes”, “filhos de Baal”, “religiosos” etc. Apregoam que se associar com qualquer um que professe uma fé cristã que não esteja sob o domínio do Presbitério da Denominação (PES), ou seja, que “não é da Obra”, é taxativamente, segundo eles, praticar o próprio “Ecumenismo”. Às vezes, em pregações de autodefesa, pelas críticas que estão a sofrer, afirmam que admitem que algumas denominações “tem Obra”; embora, contraditoriamente, não permitem que seus membros visitem, comunguem, confraternizem com outras denominações;




12. O Sectarismo é intenso, pois não permitem que membros engajados à Denominação sequer possam visitar outros grupos religiosos, por mais que tais grupos sejam sérios e compromissados com Deus. Coíbem o relacionamento afetivo, a fraternidade corriqueira e casamentos de seus adeptos com os de outras Denominações. Afirmam que “Namoro só na Obra”, “Amizade só na Obra” e “Confraternizações só na Obra”. Até mesmo casamentos, batismos, confraternizações ou ordenações de ministério de parentes e conhecidos em outras Denominações, são seus membros compelidos expressamente de não irem;




13. O Proselitismo é bastante suscitado. Uma vez que se consideram os únicos detentores da plenitude e da ciência real e verdadeira do Espírito Santo, motivam seus membros “a pescarem nos aquários dos outros”, segundo eles, com o fim de libertarem as pessoas do “cristianismo falido” ou da “religião”. Sim, generalizam tudo e todos. Convidam evangélicos de outras Denominações para lhes visitarem, inclusive pastores, mas, contraditoriamente, é proibido aos membros aceitarem convites de outros grupos;




14. O Autoritarismo é vigoroso de tal modo que pastores e “ungidos” (cargo probatório para a ordenação a pastor) são acobertados pela aura da “unção”; dessa forma, jamais podem ser questionados, discordados e desobedecidos, sob pena do desobediente incorrer ao pecado do “tocar nos ungidos do Senhor”. Ainda que digam que são pastores de Jesus, seus poderes e autoridades são fundamentados no sacerdócio veterotestamentário, pois são postos como mediadores entre Deus e o povo; pois suas palavras, ordenanças, enfim, a sua autoridade são embasadas em “revelações”, “visões”, “sonhos” e “profecias” de Deus sobre a vida alheia. Na prática, portanto, os pastores da “Obra” são como “canais” ou mediadores entre Deus e a igreja;




• A Cobertura Espiritual, então, é doutrina da Denominação. Pessoas são diretamente subalternas e subservientes ao pastor da igreja local, tendo que sempre se justificarem para eles das suas decisões de faltar o culto ou outra atividade; bem como sempre pedindo seu aval em viajar com a família, evangelizar, realizar determinados cursos em hora de atividades da igreja etc. Namoros e casamentos, também, só serão aceitos se passar pelo crivo do pastor, posteriormente, sua permissão; observado também a opinião do Grupo de Intercesssão. É muito comum namoros serem terminados por ordens de pastores, e casamentos serem proibidos por eles, às vezes, até terminados, sempre embasados supostamente em revelações de Deus. Essas revelações são mais comuns vindas do ministério, mas também podem vim de diáconos, obreiros, senhoras e professoras, mas sempre passando pelo crivo do pastor. Em alguns ministérios, namoros e casamentos ainda são incitados por revelação de algum pastor, prática dogmatizada no passado pela Denominação; mas o Senhor, hoje, revogou - justificam;




• Ministério acima dos Dons é um dogma de alto cumprimento e pregação na Denominação. Consiste em que a opinião e a vontade do ministério (pastor e ungido) estar acima de quaisquer dons espirituais. Ainda que Deus – suponhamos - conceda um sonho, uma revelação sobre a vida de determinado membro ou mesmo sobre a vida do pastor, o pastor ou o ungido tem toda a autoridade de sustar esse dom espiritual; e ainda que esse dom tenha sido submetido ao crivo da “consulta” e dado positivo. Em suma, a vontade do pastor está acima da vontade do próprio Deus. Isso é facilmente observado nos “cultos proféticos” quando há supostas revelações para que determinado varão suba a púlpito, mas a autoridade do pastor pode sustar essa revelação em prol de sua opinião em escolher outra pessoa;




• Grupo de Intercessão é formado pelos membros, supostamente, mais espirituais da igreja local. Toda igreja local tem o seu. A composição é formada pelo pastor, ungido e suas respectivas esposas, os diáconos da igreja, e alguns obreiros, senhoras e professoras, visivelmente, mais engajadas e obedientes aos usos e costumes, dogmas e ordenanças da Denominação. Nele, essencialmente, é tratado sobre assuntos supervisionais, disciplinatórios e fiscalizatórios. A vida de cada membro da igreja é pauta dessas reuniões: seus erros, suas atitudes, suas obras são aferidas e valoradas pelo grupo. Por isso, é comum que membros desse grupo sejam incumbidos, pelo ministério, para vigiarem os passos dos certos membros da igreja, descobrir o que ocorre com cada um, fiscalizar suas vidas, averiguar como são fora da igreja etc. Nas reuniões, por fim, decidem se disciplinam, excomungam determinado membro, ou se agraciam com determinados funções e cargos. Essas reuniões têm alto apelo carismático, sempre o grupo embasando suas decisões por dons espirituais, claro, testificados pela “consulta” e pelo dogma “ministério acima dos dons”;




15. O Totalitarismo é extremado, haja vista que as suas “unidades locais” (assim denominadas pelo Estatuto da ICM, e não igrejas) espalhadas por todo o país e mundo estão plenamente subordinadas e subservientes aos quereres e ordens do órgão central da igreja, o Presbitério; o qual é absurdamente centralizador. Não há respeito pela individualidade e liberdade para o ministério local, tampouco há para com as características e necessidades da igreja local. Todos devem seguir pragmaticamente o modelo, as determinações e as ordens estabelecidas pelo Presbitério, pois, segundo eles, Deus é quem governa a igreja e usa tal órgão como seu representante. Mensalmente todas as “unidades locais” se reúnem para receberem doutrinamento do Presbitério, não pelos seus pastores locais, mas pelos 07 presbíteros do órgão central, mediante videoconferência. Semanalmente, todos os membros se deslocam para suas igrejas para serem recrutados e renovados na ideologia a fim de assistirem, via satélite, as diretrizes e inovações da ICM, pelo presidente e demais homens que compõem o Presbitério;




16. O Absolutismo é um apoio ao Autoritarismo e ao Totalitarismo, dado que para eles vingarem, é imperioso que os pastores e o Presbitério sejam acobertados da infalibilidade. Sobretudo o Presbitério que jamais admite os erros, sempre está certo, porque sempre age debaixo das ordens supostamente reveladas por Deus para cuidar da “Obra”, e os pastores, a seu turno, para cuidar dos membros das “unidades locais”;




17. Estabelecidos esses elementos governistas, a Hierarquia está em voga, a qual é extremamente baseada na filosofia militar, cujos cargos, seguindo a ordem crescente, são os membros, Professora, Senhora da Frente, Obreiro, Diácono, Ungido e Pastor, Coordenador do Pólo, Coordenador da Área, Coordenador Regional, Presbitério e o Presidente. Na medida do grau hierarquia, a obediência deve ser demasiadamente subalterna e submissa, tal como no militarismo, baseada em revelações de Deus e na “unção hierárquica” de que cada cargo é acobertado, sob pena de “tocar nos ungidos”;




18. A Censura é um meio sempre utilizado para proibir os membros a terem contato com literatura, alguns filmes, músicas em geral, ainda que sejam de caráter cristão; também é coibido a busca de estudos bíblicos sistemáticos, inclusive a Teologia Cristã é altamente discriminada, ridicularizada e abominada pelas pregações da liderança da Denominação. A literatura cristã também é altamente reprovada e coibida. Por outro lado, apostilas, vídeos, áudios de pregações, álbuns musicais da Denominação e livros de editoras das quais são vinculados, são comercializados em Maanains e distribuídos entre os membros. Todo produto da Denominação ou de grupos vinculados a ela (de propriedade de pastores próximos ao Presbitério) são estimados como “revelados”; ao passo que os produtos literários, musicais, didáticos, são tidos como “letra”, “religião”, “razão”, “teologia”, “sem-revelação” etc.;




• O Orkut é o meio que causa maior pavor ao Presbitério, pastores e membros, porque nele se encontra a comunidade de ex-adeptos (pastores, ungidos, diáconos, obreiros, senhoras etc.) - Já Fui Um Maranata - cujo conteúdo é bastante similar a deste espaço. Por isso, segundo eles, Deus havia revelado que o Orkut é uma arma do diabo para enganar os “servos da Obra”, por isso decretou que nenhum membro tenha acesso a esse meio de comunicação. E mais, segundo eles, a etimologia de Orkut vem do gaulês que significa: Ork: Potro e Ut: Inimigo - Potro do Inimigo;




19. O Escravismo é intenso. Toda a estrutura organizacional e administrativa da Denominação é edificada por trabalhos voluntários, salvos algumas exceções; bem como a manutenção de patrimônios fica a cargo dos trabalhos voluntários dos membros. Fazem isso sob o pretexto de estarem “fazendo a Obra”. Pois enquanto estão trabalhando para “Obra”, Deus está resolvendo os seus problemas. Em regra, Grupos de Louvores e Instrumentistas são submetidos a ensaios semanais rigorosamente. Obreiros, diáconos, senhoras de frente, professoras, pastores participam, severamente, quase todo fim de semana de seminários, mutirões de limpeza, reuniões, encontros de igrejas, sem contar as presenças diárias na Denominação, nos cultos da madrugada, ao culto de meio-dia, e rigorosamente à noite, para as suas atividades do culto convencional;




20. Os Meios de Graça é uma doutrina que, depois da Bibliomancia, é a mais importante da Denominação. São 05 Meios de Graça: Madrugada [cultos às 06h:00min da manhã], Jejum [de sábado para domingo, rigorosamente, de 00h:00min até às 09h:00min; sim, parte do jejum é dormindo.(?) Alegam que tal horário foi revelado pelo próprio Deus, pois está de acordo com o relógio da Eternidade], Louvor [somente os cânticos da Denominação são permitidos: são reputados como revelados direito da eternidade; assim, louvores de outros grupos, são considerados “cospel”, “da mescla”, “sem revelação” ou “do homem”], Oração [oração recitando sempre a reza do “clamor”, “segredo dessa Obra”, dizem] e Palavra Revelada [espécie de cabala, que ao decifrar supostos simbolismos (simbologia), tipos (tipologia) e números (numerologia), supostamente ocultos nas Escrituras, a pessoa foi agraciada com essa benção que a chamam de “Além da Letra”. Reputam que essa é a maneira que Deus se compraz em pregar a sua Palavra, mas só eles conhecem, pois dizem que é mais um “segredo dessa Obra”]. Os Meios de [obter] Graça devem ser feitos periodicamente para buscarem cada vez mais Graça. Alegam que só eles alcançaram tais doutrinas, logo, é um “segredo” que Deus revelou só para eles, dada o tamanho prestígio que eles conseguiram com Deus – apregoam. Embora apregoam que a Salvação e a Graça de Deus vem através da fé em Cristo Jesus, induzem que sem o exercício de tais meios, dessas obras (jejum, madrugada etc.), não adquiriram bênçãos, graça e vitória em Cristo. Portanto, eminentemente, tais “meios de graça” servem para adquirir bênçãos de Deus ou para vencerem tribulações do dia-a-dia do servo - justificam;




21. A Liderança e as Decisões Carismáticas: são todas, absolutamente, carismáticas. Isto é, todas diretrizes, seja administrativas, doutrinárias e organizacionais da Denominação são provenientes de “revelação” de Deus. Segundo eles, “nessa Obra” não há dedo do homem como a “religião”, pois tudo é revelado. Simplesmente tudo eles dizem que é Deus que revela. É muito comum, por isso, se notar a exaustiva repetição da frase “o Senhor revelou que...” para embasar suas decisões e afirmativas, seja qual for. Porém, quando resolvem mudar ou alterar alguma rotina , doutrina ou costume da Denominação, dizem também que é o próprio Deus que mudou de idéia, sob a justificativa de que a "Obra é dinâmica";




22. A Doutrina do Medo é extremamente implantada na Denominação. Não se pode questionar ou discordar da Liderança geral e nem do subseqüente superior hierárquico, sob pena de estar “tocando no ungido do Senhor” ou “blasfemando contra a própria pessoa do Espírito Santo”, uma vez que foi, teoricamente, o Espírito que revelou para pô-los em seus cargos eclesiásticos. Também, a doutrina do Fatalismo é apregoada massificamente, em defesa de “não poder tocar na Obra” (questionar ou discordar das doutrinas), “tocar nos ungidos” e “sair da Obra” (ser dissidente da Denominação), pois, em caso de desobediência, o resultado seria infortúnios decorrentes do “peso da mão do Senhor” e das investidas do “adversário” (como chamam o diabo). Proíbem, assim, que membros jamais continuem a fraternidade e a ligação com os dissidentes, sob pena de punições e excomunhão da Denominação. Apregoam a discriminação e a rejeição sobre os dissidentes, ainda que sejam os próprios familiares;




• As Punições são bastante rigorosas, as quais são advertência, cassação das funções e cargos (“banco”) e, em último caso, excomunhão. Todas as decisões, toda a doutrina que fora cuidadosamente elencada acima deve ser cumprida draconianamente pelos membros, sob prejuízo de sofrer tais sanções. Como toda e qualquer Denominação existe homens falhos, mas aqueles que caem em pecado escandaloso são julgados e excluídos. Sim, para eles existe pecadinho, pecado e “pecadão”. O pecadão é intolerante e imperdoável para eles;




23. Sobre Dinheiro, publicamente não é falado, como, por exemplo, são as cobranças de dízimos e ofertas na “Religião”, alegam. Adotam, porém, o estabelecimento do dízimo judaico, o legalismo dos 10% dos vencimentos, cobrados, indiretamente, em reuniões fechadas, em reuniões sobre batismo e em algumas aulas de Seminários, sob pena do “desacertado” ter as funções cassadas, e “diagnosticado” como “enfermo espiritual”. Em teoria, os pastores não são remunerados, pois eles não são “profissionais da Bíblia” ou “teólogos” (mas buscam a revelação de Deus), pois o certo é servir voluntariamente, já que a Bíblia não aprova isso - fundamentam (?). É muito comum eles se auto-elogiarem por causa dessa política camuflada;




23. A Maledicência e o Juízo Temerário são praxe, são demasiados sobre aqueles que abandonam a Denominação, pois, segundo eles, jamais alguém “sai da Obra” de forma nobre, honesta e fiel a Deus, mas são pessoas que estão em busca de libertinagem e mundanismo nas igrejas. É comum, também, em reuniões fechadas e seminários nos Maanains, os dissidentes serem taxados de “caídos”, “vadios”, “pedófilos”, “alcoólatras”, “prostitutos”, “porcos”, “roubadores de dízimos”, “defuntos”, “bodes”, “adúlteros”, “perderam a Salvação” e “foram para a religião” etc. Os que refutam suas doutrinas, por sua vez, recebem a acusação de “apóstatas”, “hereges”, “serpentes da internet”, “filhos do diado”, “pastores de si mesmos” etc.




24. A Linguagem Padronizada é extremamente comum entre os membros da Denominação. Possuem um dialeto assustadoramente padronizado e robotizado. O uso de jargões e clichês religiosos, próprios do meio deles, é algo corriqueiro e comum de se escutar. Esse problema do comportamento de manada, de consciência coletiva, da falta de identidade própria dos membros é decorrido muito da forma de pregação e ensino da Denominação que consiste em utilizar exaustivamente de discursos pautados na Linguagem do Não-Pensamento ou da Programação Neuro-Linguística, os mesmos meios utilizados por empresas de marketing de multi-nível e empresas super capitalistas em recrutamento de investidores e novos adeptos. Frases de efeito, bordões, frases prontas e repetitivas, repetição exaustiva de palavras são recursos massivamente utilizados pelos doutrinadores da Denominação. Além do que, algo que colabora bastante para tal formatação cerebral, é a indução expressa do isolamento social e religioso, coibindo qualquer interação espiritual com membros de outros grupos,




“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.” 2 Timóteo 4:3-4

Voz da Verdade

O Conjunto Voz da Verdade e o Show do Fest-Gospel
em São José do Rio Preto - SP
O Conjunto Voz da Verdade fez "um show" no Fest-Gospel 2001 de SJ Rio Preto. Infelizmente esse "show" não foi no sentido qualitativo, mas pejorativo. O líder do Conjunto Carlos A. Moisés, no meio da apresentação, começou a desafiar os pastores presentes no recinto a provarem a ele que Deus tem sócio (se referindo à Trindade). Argumentou que quem acredita na possibilidade de Deus viver em sociedade crê na doutrina inventada pelo Papa. Além desses impropérios, o conjunto distribuiu um Cd onde faz apologia contra a doutrina da Trindade (E isso sem a autorização do Conselho de Pastores da Cidade). Quando um de nossos apologistas tentou conversar com o Líder do Grupo por e-mail e questioná-lo sobre suas declarações feitas no Fest-Gospel e sobre a Doutrina da Trindade, recebemos a seguinte resposta: "Primeiramente, eu gostaria de lhe informar que quem vos escreve é o mesmo que estava gritando no palco em São José do Rio Preto. Em segundo lugar, não estou nem um pouco preocupado... você e nada pra mim, é igual a NADA. Alguém , como você, que nega o nome de JESUS não é merecedor de minha apreciação. Se a tua igreja não cantar, MILHÕES de igrejas cantarão por todo o Brasil, por isso você não faz DIFERENÇA. O dia que você conseguir fazer com que as igrejas de todo o país parem de cantar nossos hinos, aí você será um vencedor. - Pastor Carlos A. Moysés".
Nenhum argumento teológico foi recebido da parte do nobre conjunto, mas somente afrontas infantis sem redundância alguma. Nenhuma de nossas apologias à favor da Trindade foi objetada pelo Sr. Carlos Moisés a não ser o que imprimimos acima. Isso é lamentável!
Sobre a questão "Unitarista" do referido conjunto, vamos fazer apenas algumas observações:
O ARGUMENTO UNICISTA - A doutrina unicista está baseada nas seguintes verdades bíblicas: A primeira verdade bíblica é que há somente um Deus e a segunda é que Jesus é Deus. Destas duas verdades, os Unicistas deduzem que Jesus Cristo é Deus em sua totalidade, sendo assim, Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo, rechaçando a doutrina da Trindade.
O ARGUMENTO TRINITÁRIO - A Igreja, através dos séculos, sempre ensinou que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, esses três são o único Deus. A teologia unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo é Jesus Cristo também. Estes ensinamentos são o pilar da teologia unicista. Vejamos se esta noção está em harmonia com as Escrituras.
É JESUS O PAI? - Isaías 9:6 – o "Pai Eterno"
Este versículo não ensina que Jesus é o Pai. O título "Pai eterno" refere-se ao fato de que Jesus é o Pai da eternidade; em outras palavras, Jesus sempre existiu (João 1:1); Ele não foi criado, não teve princípio (João 17:5). O termo "Pai" não era o título que se costumava usar para dirigir-se a Deus no Antigo Testamento. Assim, este versículo não ensina que Jesus é o "Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (1ª Pedro 1:3); em outras palavras, Jesus não é seu próprio Pai.
João 10:30 – "Eu e o Pai somos um". Se Jesus tivesse querido dizer que ele é o Pai, teria dito: "Eu e o Pai sou um" ou "Eu sou o Pai", que seria a expressão gramatical correta. Jesus não pode ser acusado de ter sido um mal comunicador. "Somos" (gr. esmen), a primeira pessoa do plural. Jesus e o Pai são um em natureza e em essência, porque Jesus é Deus, como o Pai, mas não é o Pai.
É JESUS O ESPÍRITO SANTO?
Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Espírito Santo: 2ª Coríntios 3:17 — "Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade". O texto não diz que "Jesus é o Espírito". Se a passagem dissesse isto, talvez os Unicistas tivessem um ponto forte, mas como não diz isto, eles assumem que a palavra "Senhor" se refere a Jesus Cristo. O "Espírito" aqui é chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Javé (Nome que se refere a Trindade) ou Deus, e NÃO com Jesus, já que o versículo 16 diz: "Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado". Trata-se de uma referência a Êxodo 34:34: "Porém, vindo Moisés perante o SENHOR [Javé] para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado". O contexto sempre é que determina a quem se está referindo quando a palavra "Senhor" é usada. No versículo 17 a palavra "Senhor" está referindo-se a Javé e não a Jesus, já que o versículo 16 e todo o contexto assim demonstra. Se os Unicistas estivessem sempre corretos ao interpretar "Senhor" como "Jesus", como ficaria Filipenses 2:11? O texto diz: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai". Seguindo a linha de raciocínio dos Unicistas, teríamos de concluir erroneamente que: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Jesus...". Isto não é o que este versículo está dizendo, mas o que está ensinando é que: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é Deus. Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo versículo diz que isso será feito "para a glória de Deus Pai".
Depois de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos concluir de que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus. Se Jesus não é o Pai, mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é Jesus e é Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três são o único Deus. Uma coisa é dizer "Eu não entendo a doutrina da Trindade" e outra coisa é dizer que "a doutrina da Trindade é falsa", "pagã", "diabólica", "antibíblica". A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta classe de pessoas quando nos diz: "... Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho".(1ª João 2:22) - "... e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo (I Jo. 1:3)".

sábado, 8 de janeiro de 2011

Avivamento e a Síndrome de “Denorex”

eu assistia a propaganda na televisão acerca de um produto chamado “denorex”… e uma frase se seguia dizendo “aquele que parece… mas não é”. Falamos muito em Avivamento no Brasil não é mesmo? Mas, será que não é apenas sindrome de ‘denorex’?, ou seja: fogo e euforia que parace avivamento… mas não é.

Há um clamor em muitos lábios pelo mundo inteiro. O povo de Deus no Brasil clama em alto e bom som na letra dos louvores, nos hinos, na própria estrofe do louvor do grupo Diante do Trono, em que se canta: “chuvas de um avivamento”. Nossos púlpitos e tribunas gritam por avivamento. Surge uma febre intitulada: pregadores avivalistas. Mas, o que seria uma avivalista? Um pregador que fala sobre a importância dos crentes darem “glória a Deus e Aleluia” enquanto o sermão está em andamento, ou talvez sejam aqueles que viajam pelo mundo com seus “assopros”, ou jogando seus paletós nas multidões, que eufóricas aguardam a hora final da mensagem para “repousarem no Espírito”; enfim, quem serão esses tais avivalistas? Talvez, você já se aborreceu com o que acabou de ler, mas, aguarde um pouco mais, pois é precioso que eu deixe claro desde o início, que não sou contra o movimento PentecostaL, no entanto não sou inimigo do Movimento Tradicional ou Igrejas Históricas. Tenho minhas origens no movimento pentecostal e creio na liberdade do Espírito Santo, pois na Bíblia sagrada diz:

“O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito”(João 3:8 – Tradução da Nova Versão Internacional das Escrituras).

Conforme esse texto, duas coisas ficam bem claras: Primeiro: Não só a Palavra não está presa, como o Espírito também não está. O Espírito Santo é livre e não está e nem pode ser trancafiado nas nossas compreensões pseudo-espirituais, muito menos cabe dentro da nossa teologia muitas vezes tupiniquim e sistematizada. O texto é claro ao dizer que, “o Espírito sopra onde quer”. Não diz que ele é submisso aos nossos concílios, nem a nossa batisticidade, nem a nossa presbiterianicidade, muito menos a nossa adventisticidade. Segundo: O Espírito Santo não só não está preso, como também é misterio puro, não sabemos de onde vem nem para onde vai. Não haverá avivamento enquanto não deixarmos de lado nossos preconceitos a respeito da obra poderosa do Espírito. Sim, precisamos urgentemente de um avivamento que faça ruir esses pré-conceitos.

Estou escrevendo desta maneira, para que fique claro que quando faço observações, talvez duras para alguns, mas que em nenhum momento se trata de preconceito ou incredulidade à ação do Espírito, mas sim, uma chamada à reflexão do tipo de pentecostalismo que vivemos e pregamos, se é que podemos incluir estes grupos dentro do conceito real do que é ser um pentecostal.

Não há dúvidas de que a igreja está crescendo, cultos evangelísticos, pregações nas praças, cruzadas em ginásios, passeatas e carreatas estão anunciando a Jesus. Igrejas, associações e seminários teológicos tem tratado de missões locais e transculturais. Nunca se falou tanto em janela 10/40. Igrejas estão sendo despertadas e reconhecendo que “antes não tinham esta visão missionária”. Homens como: Edson Queirós, Caio Fábio, José Wellington Bezerra, Russel Shedd e tantos outros tem ministrado sobre a igreja e sua missão Integral. Pregadores maravilhosos como Billy Graham tem anunciado o evangelho a milhões, enfim, a igreja está crescendo. As estatísticas mostram com números este fato. Porém, há algumas coisas que elas não mostram, mas, infelizmente os jornais as estampam em primeira página, não fazendo com que o nome de Deus seja glorificado, e sim blasfemado entre os hipócritas que não tem coragem de olhar para si próprios antes de por o dedo em riste em direção a igreja.

Porém, independente da hipocrisia mundana, não dá mais para brincar de denoréx, lembra? Ou seja, “aquele que parece, mas não é”. Se o mundo vê algo que não vemos, isto significa que estamos de alguma maneira dormindo, pois há áreas em que existem certas esquisitices em nosso meio, há sintomas de que o crescimento não está sendo proporcional. Você pode estar questionando, o que isso tem haver com avivamento? Antes de lhes responder esta pergunta, quero recitar uma frase que o pastor Ricardo Gondim citou no seu sermão na passagem do ano de 2001 para 2002 na Betesda: “… para ver defeitos basta ser cínico…” Hoje, no nosso caso específicamente falando, não se trata de ver defeitos, (se bem que muitas vezes somos cínicos) mas de observarmos os acontecimentos que não estão contribuindo para melhorar a igreja, nem proporcionar a oportunidade de ser sal da terra, de dar gosto no desgosto da humanidade. Para a igreja não resta alternativa, precisamos de um avivamento que é caracterizado, marcado pela santidade, pelo equilíbrio entre Palavra e Poder, entre Caráter e Carisma, entre ação social e culto…

Citando ainda o pastor Ricardo Gondim no seu livro sobre pós-modernidade, encontramos observações sobre a “geração sem conteúdo”. É nesta geração que vivemos, é para esta geração que temos de ser voz profética, é para esta geração de irmãos e irmãs que terminam o culto e saem correndo para casa, reclamando da demora do sermão (e que na verdade reclamam da demora pois estão atrasados para acompanhar quem será eliminado na “Fazenda” ou no Big Brother Brasil ou “No Limite”) que temos que levantar nossa voz. Sim, é para estes que se dirige a nossa palavra. Creio que é possível sonhar com o verdadeiro avivamento, com o dia em que as coisas serão levadas mais a sério na igreja, sonhar com o dia onde possamos falar o que deve ser dito, sem ter que ver tudo sendo jogado em ouvidos que estão com comichão, verdadeiros “túneis do vento”, porque parece que o que estamos presenciando por aí em muitos lugares (não disse em todos) é aquilo que o Pastor Caio Fábio abordou no seu livro “Avivamento à Brasileira”, ou seja, é aquele avivamento gerado não pelo Espírito Santo, mas sim pelas estratégias humanas fabricadas pelo “jeitinho brasileiro”, ou por Marketeiros da fé.

Não desejamos esse avivamento fabricado pelas estratégias humanas, não queremos avivamento sem conteúdos bíblicos sólidos, sem quebrantamento, sem amor pelo pobre, pelo mendigo da praça da Sé, ou pela indiferença para com a prostituta que vende seu corpo nas esquinas do Brasil. Não queremos um avivamento misturado à insensibilidade pelo próximo. Muitos menos gostaríamos de ver apenas um avivamento cheio de agitação, gesticulação, pula-pula, aeróbica espiritual, muita transpiração, no entanto descaracterizado e desassociado da unção e presença de Deus.

O que é avivamento? Infelizmente, muitos ainda não sabem ou não entendem o que é isso. Outros sabem, mas não conseguem discernir a respeito da necessidade e do preparo necessário para que ele aconteça, e ainda há aqueles que não compreendem como ele começa, muito menos de que precisamos dele urgentemente.

Quando criança costumava ouvir expressões como: “hoje à noite teremos um culto de avivamento poderoso (Será que existia algum avivamento que não fosse poderoso?). Outras vezes era comum ouvir sobre oração de avivamento”. Hoje, certas igrejas já fazem “oração forte” por avivamento (Será que existe oração fraca?). Geralmente o que acontecia é que não passava de um culto normal, isto é, dentro do ambiente pentecostal é ‘normal’ aquele culto repleto de línguas, profecias, irmãos cujas vozes parecem verdadeiros trovões bradando glórias e aleluias, sapatinho de fogo, etc… Isto no conceito de muitos é um culto avivado, e fora desse conceito, é culto tradicional, frio, morno. Talvez haja quem discorde e diga: “na minha igreja não é bem assim”. Essa é a razão pela qual não estou generalizando. Mas, cresci em ambientes parecidos com este e sei que ainda existem muitas igrejas assim aqui no Brasil. Lembro quando há algum tempo atrás, um pastor avivalista me chamou para conversar em seu gabinete, por causa de um comentário que fiz como professor de homilética na aula, dizendo ser ele um pregador temático, ou seja, aquele que monta seus sermões tomando por base temas e assuntos, procurando depois textos que substanciem suas afirmações. Ele afirmou que eu tinha “mexido com sua unção”, o que para ele era intolerável. Pediu educadamente que eu deixasse de lecionar no seminário de sua dominação, e disse-me “que eu tinha a lepra do tradicionalismo”, e olha que eu sempre fui desde o berço, membro de um movimento “pentecostal”. Veja bem, ele não entendeu o que eu havia dito, porém…

Como uma forma de rechaçar, há aqueles que chamam nossos irmãos conservadores de forma pejorativa de “sorveterianos”, e “cemiterianos” para descrevê-los como frios e mortos. No entanto esses amados irmãos ultrajados e ofendidos constantemente têm tido a firmeza de continuarem e não se abalarem com esses comentários perniciosos. Particularmente, fico muito triste de ver tanta insensibilidade. Talvez vocês já tenham percebido que não sou um escritor como Caio Fábio ou um perito como Max Lucado, muito menos um comunicador como Ricardo Gondim, mas gostaria de deixar claro que amo meu Senhor, amo a igreja, e quero contribuir em algo para edificar e conscientizar esta amada igreja de Jesus Cristo, que com certeza, não foi estabelecida para ter uma liturgia atropelada, nem atrofiada, muito menos para ser toda certinha, bonitinha, ortodoxazinha, mesquinhazinha, hipocritazinha, ou aquela coisa rotineira com fortes tendências ao fanatismo ou intelectualismo árido. Pedimos a Deus um avivamento onde as pessoas saiam transformadas, restauradas diante de Deus, com vidas nobres, com comportamentos diferentes e saudáveis, com o coração quebrantado e disposto a endireitar veredas e aplainar caminhos outrora tortuosos. Pois já saí diversas vezes da igreja, com a sensação de que naquele dia o teto do templo não veio ao chão por misericórdia de Deus, de tanto “PODER” que caiu na igreja naquele dia. No entanto apesar de muito choro, pranto e “quase ranger de dentes”, de muitas reações físicas, não passavam de avivamento do tipo bateria com descarga rápida onde o poder era apenas por uma hora e meia, até o culto terminar, mas, que de nada serviria para a segunda-feira de manhã, onde as pessoas estariam de novo ansiosas, egoístas, pedradas, achando que estão renovadas, mas continuam insensíveis… Vivendo dentro da igreja uma espiritualidade utópica, e durante a semana, como um possesso. Amarrando Satanás quando está na igreja, e soltando-o quando chega em casa. Na verdade não sou contra as igrejas “quietíssimas ou quentíssimas”, cada uma tem sua história e sua contribuição, cada uma ao meu ver podem se alegrar com o que hoje são, mas podem se alegrar ainda mais com o que podem vir a ser. Sou de linhagem pentecostal, e estou certo de uma coisa, aprendi que pular, transpirar, fazer sapatinho de fogo, repousar no Espírito não são marcas, nem sinônimos de avivamento verdadeiro. Não entrarei no mérito se estas “reações” são certas ou erradas. Existem muitos bons livros que tratam do assunto. Recomendo que se leia “Evangélicos em crise” do pastor Paulo Romeiro e “Surpreendido pelo poder do Espírito” de Jack Deere, e por último creio que será de grande valia ler também, “Igrejas da palavra e do poder” de Doug Banister, ambos os livros são bem acessíveis.

Quando eu digo que essas “manifestações” e “reações (ex. cair no Espírito, línguas, profecias, dentes de ouro…) não são prova cabal do verdadeiro avivamento, não estou dizendo que sou contra algumas delas, mas também não sou a favor de todas elas. Por mais que alguns comentaristas e escritores escrevam certas coisas em nome de Deus, isto não significa que o próprio Deus esteja falando. Pois muitas coisas estão sendo ditas por um grupo de gente que não conhece a Palavra e muito menos o Poder. Sem tal conhecimento é possível que hajam extremos de ambos os lados, e se não houver extremos, provavelmente haverá erros. Por isso as escrituras nos advertem:

“… Errais por não conhecer a palavra e nem o poder de Deus…”

A atitude mais nobre a ter é que se encontra em Atos 17:11, que diz assim: “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse examinando todos os dias as escrituras, para ver se tudo era assim mesmo.” (NVI). Esse texto nos ajuda a entender, que são as escrituras e não o pastor avivalista com suas leituras proféticas que vão determinar o certo e o errado.

Avivamento não é fanatismo, legalismo, religiosidade disfarçada de espiritualidade, muito menos misticismo, orgulho espiritual, nem um movimento empírico de gente que quer estabelecer doutrina em cima de suas experiências próprias.

“…Em torno do assunto do avivamento há muita confusão e isto tem gerado diferentes reações: medo, confusão e escândalo, e assim desmotiva o povo de Deus com relação ao assunto.” Diz o reverendo Messias Anacleto Rosa.

Avivamento é um despertamento espiritual. Sendo assim, é o ato de Deus em acordar, despertar o seu povo fazendo-o voltar à vida quanto à realidade do reino do espírito. Tem muita gente com a bíblia na mão, porém estão dormindo; outros falando em línguas, que estão com os olhos totalmente fora da realidade; outros que caíram no Espírito, mas dormem na cama do pecado, não conseguem também andar no Espírito; outros acomodados em suas poltronas reclináveis, no seu luxo, dormem no sono da indolência. Parece que ultimamente vivemos meio que sonâmbulos.

Somente acordados para a realidade é que seremos uma igreja forte, relevante e dinâmica. Pois nunca vi uma pessoa ser dinâmica enquanto dorme, nunca vi alguém ser útil ao reino de Deus, enquanto dorme. Creio que já é hora de despertamos deste terrível mal. Para muitos, somos a igreja dos nossos sonhos, mas se você despertar, verá que, o que verdadeiramente importa é sermos a igreja dos sonhos de Deus.

Avivamento é também um movimento de reforma, de protesto. Quando ocorre um avivamento, quando a igreja se desperta, então já com seus olhos abertos para as realidades tanto sociais quanto espirituais é que então podemos mudar alguma coisa que percebemos não estar agradando nosso bom Deus. Então é quando começam as mudanças radicais. Foi isto o que aconteceu nos séculos passados com a reforma protestante que iniciou-se com o protesto de Martinho Lutero, no século XVI, quando declarou que a salvação é somente pela graça e somente mediante a fé, sendo as escrituras a única autoridade do cristão (expressões que se eternizaram como: “sola gratia, sola fide, sola scriptura”)

Martinho Lutero sabia do preço que teria de pagar por desafiar a toda poderosa igreja romana, mas isto não o impediu de continuar sua busca de reforma, mudanças e transformações. Foi julgado em Worms, na Alemanha no ano de 1521, por heresia. A famosa resposta deste grande homem permanece até hoje nos nossos corações. Foram essas suas palavras finais no seu julgamento:

“Se eu não for convencido de que estou errado pelas escrituras e pela razão pura, não aceito a autoridade de papas e concílios, pois se contradizem, a minha consciência está cativa pela palavra de Deus. Não posso, nem vou me retratar de nada, pois ir contra a consciência não é correto nem seguro. Que Deus me ajude. Assim permaneço. Não posso agir de maneira diferente.”

Toda a reforma e os reformadores estariam respaldados pelo que as escrituras dissessem. Sola scriptura logo se tornaria o grito de batalha da reforma. Essa participação especial e também principal das escrituras numa reforma ou avivamento, não ocorreu pela primeira vez na época de Lutero, visto que se examinarmos nas escrituras, veremos que o rei Josias também começou uma reforma quando as escrituras passaram a fazer parte de sua vida. Abordaremos mais a frente o caso de Josias.

Logo em seguida, temos o famoso expositor das escrituras, teólogo e reformador, João Calvino. Assim como Spurgeon foi conhecido como príncipe dos pregadores, Calvino seria conhecido como o príncipe dos expositores. Foi um homem muito importante e suas palavras são reconhecidas até hoje. Muitos homens deram continuidade ao seu trabalho, ou avivamento e reforma, estes seriam os casos de Jonh Wesley, Charles Finney e outros. Avivamento é o instrumento, o canal no qual Deus trabalha diversas transformações no ser humano e não tem necessariamente a ver com “aeróbica espiritual”.

Rubens Goulart

A Herética Teologia da Prosperidade

Introdução


A herética teologia da prosperidade está desmoralizada e detonada pela atual crise econômica mundial, e ironicamente onde ela nasceu: nos Estados Unidos, no mesmo país onde também se originou essa terrível crise.


Essek W. Kenyon (1867-1948) foi o pensador americano na dimensão cristã do poder da confissão positiva da fé. Ele foi metodista, batista e depois um pregador pentecostal itinerante.

Podemos afirmar que o verdadeiro pai da teologia da prosperidade é outro pregador americano Kenneth E. Hagin (1917-2003). Ele foi batista e depois pentecostal. Após três visitas ao inferno e ao céu, converteu-se a Jesus. Sua meditação em Marcos 11, 23 e 24, chegou à conclusão de que era necessário crer, determinar verbalmente a fé e agir como se já tivesse posse da bênção, ou seja, “creia no seu coração, determine com as suas palavras e receba a bênção”.


A bênção, a cura, milagre e a prosperidade têm como fundamento a “confissão positiva da fé com a devida determinação”. Focalizar, visualizar o bem que deseja receber e determinar como filho de Deus de que você tem direito na bênção de Abraão, em Isaías 53 e em Filipenses 4:13.

Esse era o entendimento de Hagin, fez disso o seu ministério e a árvore de seus escritos, não precisa afirmar que a sua raiz foi completa e profundamente herética.

A POBREZA AMERICANA
Nos Estados Unidos, os sociólogos estão estudando um grupo ao qual aplicam o termo “quase pobres”. O risco de essas pessoas ficarem pobres é muito grande nos dias de hoje. Mais de 50 milhões de indivíduos estão nessa situação, apesar da grande riqueza do país.


Há 2,3 milhões de pessoas presas nos Estados Unidos e a população carcerária quadruplicou desde 1980. Há uma taxa de 750 presos por cem mil habitantes, a mais alta do mundo (1).


36,5 milhões de seus cidadãos vivem abaixo da linha da pobreza, segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos. A eles, poderão se juntar outros 10,3 milhões de novos empobrecidos nos próximos meses.


17% das crianças vivem na pobreza: destas, 2 milhões, em extrema miséria.


O food stamps, programa federal que distribui às famílias um carnê, utilizado para a aquisição de bens de primeira necessidade, atende 29 milhões de pessoas.


São 45,7 milhões de norte-americanos sem assistência médica.

Em novembro de 2008, o percentual de desocupados era de 6,7 da população, a mais alta taxa dos últimos 14 anos, e agora em 2010 este percentual exorbitante passou para mais de 17% da população.

Cresceu entre 35 e 40% a afluência dos pobres aos bancos alimentares, segundo a America’s Second Harvest. As doações, porém, aumentaram apenas 18%. (2).

DETONANDO A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


A teologia da prosperidade é a base doutrinária das igrejas neopentecostais. Ela gera literaturas “ditas cristãs” de auto-ajuda, confissão positiva, batalha espiritual, determinação da bênção, quarta dimensão, sacrifícios por meios de dízimos e ofertas (fogueira de Israel), encontros de células e G12 da onda apostólica.

É fácil identificar as igrejas neopentecostais pelo seu triunfalismo exacerbado, liderança centralizadora e autoritária, seus líderes tem idolatria pela mídia, pregam demasiadamente a total saúde e riqueza, falam demais nos demônios como causadores de todas as desgraças e misérias, atacam vergonhosamente os profetas, atalaias e os eleitos que se levantam contra a apostasia nas igrejas e que se opoem a esta teologia humanística, e finalmente em cima da boa fé dos fiéis constroem seu poderoso império religioso e financeiro.

Certo missionário neopentecostal disse pregando: Quando acreditamos na Palavra de Deus, ganhamos o poder de expulsar de nós e de nossos familiares os demônios do desemprego, da separação de casais, dos vícios, da prostituição e de tudo que é mal. A partir daí, todos os males vão embora, a pessoa prospera e tem vida em abundância. (3).

Os fatos a seguir provam que esse pregador mente e todos aqueles que ensinam a teologia da prosperidade e seus congêneres.


1. A FAO divulgou as novas estimativas sobre a fome no mundo: 2008 deverá terminar com 963 milhões de subnutridos, 40 milhões a mais que em 2007 (4).


2. Diante da perspectiva de 50 milhões de novos desempregados até o final de 2010, segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). (5) O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou ontem que a crise econômica mundial vai afetar mais profundamente as economias, reduzindo o crescimento e fazendo o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos em um país) global encolher 1,3% – o mesmo percentual de retração previsto para o Brasil. Em janeiro, o FMI ainda estimava que a economia brasileira cresceria 1,8% este ano. Para 2010, o organismo prevê que o Brasil crescerá 2,2%, contra os 3,5% estimados anteriormente. A queda da economia mundial será a maior desde a Segunda Guerra Mundial, com recessão atingido 75% das economias do planeta, segundo o estudo “Perspectivas para a economia mundial”, divulgado ontem. Os países da América Latina, como um todo, vão encolher 1,5% afetados, principalmente, pela queda nos preços internacionais das matérias-primas exportadas pela região. (O Globo, 23/04/09, p.17).


3. Nas últimas duas décadas, o número de favelados dobrou na Índia. Um relatório das Nações Unidas estima que daqui a 20 anos metade da população estará em favelas, com o aumento do fluxo migratório do campo para a cidade. Um quarto dos indianos esta abaixo da linha da miséria, sobrevivendo com menos de US$ 1 por dia (6).

Dados do Instituto Municipal Pereira Passos (IPP) concluiu que o Rio de Janeiro ganhou mais 218 novas favelas. Elas são agora 968, contra 750 registradas em 2004, ano do último levantamento do Instituto (7).

O americano Ronald J. Sider, professor de teologia e de políticas públicas, colaborador da Cristianity Today e autor do livro “O Escândalo do Comportamento Evangélico”, escreve: “Nos Estados Unidos o divórcio é mais comum entre crentes 'nascidos de novos [que se dizem realmente convertido]' do que entre a população em geral” (8).


4. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em qualquer época, mais de 150 milhões de pessoas sofrem de depressão, cerca de 25 milhões sofrem de esquizofrenia, e 38 milhões de epilepsia. No Brasil, nos primeiros anos do século XXI 17 milhões de pessoas foram diagnosticadas como depressivas, com o apoio desses dados e estatísticas, considerando a hipótese de que a depressão poderia estar se tornando um sintoma social no século XXI, diz a doutora em psicanálise pela PUC de São Paulo, Maria Rita Kehl (9).

De acordo com a (OMS), até hoje, cerca de 60 milhões de pessoas foram infectadas com o HIV, e cerca de 20 milhões morreram de AIDS. A vasta maioria das vítimas do HIV não tem acesso a tratamento adequado.


5. O número de divórcios no Brasil bateu recorde em 2007, quando a figura legal da dissolução do matrimônio completou 30 anos no país. Foi 179.342 registros de divórcios no ano passado, um número 200% maior do que o verificado em 1984, segundo dados divulgados na pesquisa Estatística do Registro Civil 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (10).


Diante de tantos problemas sociais e humanos, não são oportunistas como: magos, gurus, astrólogos, profetas, médiuns e pregadores carismáticos e pentecostais da teologia da prosperidade que vão solucionar, ao contrário, os tais ganham muito dinheiro em cima do doente, do desempregado, do desesperado, da dor e do sofrimento das pessoas?


Tais pregadores são aves de rapina com o seu falso evangelho.


O Apóstolo Paulo chama esses pregadores de lobos cruéis (Atos 20:29), cães (Fl 3:2), falsificadores da Palavra de Deus (2 Cor 2:17), corruptos (2 Tm 3:1-8), apóstolos de Satanás (2Cor 11:13-15) e de hereges (Tito 3:10.11), porque eles pregam outro Jesus, outro espírito e outro evangelho (2 Cor 11:4).
Igrejas sérias com pastores sérios sofrem constrangimentos por causa desses fraudulentos mercadejantes do enganoso evangelho da saúde e da riqueza.


O ilustre historiador britânico e professor de História e Religião na Penn State University, nos Estados Unidos, Philip Jenkins escreve: “Os grupos pentecostais têm o tipo de Deus capaz de solucionar meus problemas de hoje e de amanhã. As pessoas de hoje buscam soluções, e não a eternidade”.


Philip ainda critica com justiça esses mercenários da fé dizendo: “Em sua pior versão, um evangelho de fé voltado para o sucesso e a saúde pode promover abusos e materialismo, e é fácil escarnecer dele” (11).

CONCLUSÃO

O pregador temente ao bom Deus não prega a si próprio e nem as suas próprias ideologias contrárias ao santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. O arauto do Evangelho de Cristo não inventa, não recebe e nem passa adiante outro evangelho, pelo contrário, condena categoricamente todo evangelho espúrio. O proclamador das Boas Novas exerce a nobre missão numa única visão: “por amor a Cristo”. Por amor a Cristo significa: “Pregar a verdade que liberta o pecador da perdição eterna e das garras dos falsos pregadores.

Para o verdadeiro pregador da gloriosa Palavra de Deus, não existe outro interesse, ao não ser o amor e paixão pela salvação das almas e por amor ao nosso Eterno Redentor.


Como verdadeiros profetas e eleitos de Deus podem morrer doentes (Eliseu 2 Rs 13:14), podem se tornar escravos (Daniel Dn 1:1-6), podem viver pobres (os apóstolos Mt 10:7-10; Atos 3:6; 2 Cor 11:25-28), podem ficar e viver doente (Epafrodito Fl 2:25-27; Timóteo, 1 Tm 5:23). Podemos usar como exemplo, o mistério do espinho na carne do maior apóstolo e teólogo de todos os tempos: Paulo (2 Cor 12:7-10).

Com todas as incompatibilidades, nada, absolutamente nada, impede ao fiel ministro de Cristo de anunciar às Boas Novas da salvação. Há um grande poder que move o servo pregador de Deus a essa mais alta missão do mundo: “O amor a Cristo Jesus, Nosso Senhor e Salvador.

Como é magnífico viver para amar e executar o projeto d’Aquele que na cruz nos amou primeiro.

NOTAS

(1) O Globo, 21/09/2008, p.31.

(2) Mundo e Missão, Março de 2009, p.17.

(3) Jornal Show da Fé, nº 32, pp. 12 e 19.

(4) Valor, sexta-feira e fim de semana, 2,3 e 4 de janeiro de 2009, p.A10.

(5) O Globo, 19/04/2009, p.25.

(6) O Globo, 01/03/2009, p.37.

(7) O Globo, 11/01/2009, p.14.

(8) Ultimato, Março-Abril, 2007, PP. 64 e 65.

(9) Valor, sexta-feira e fim de semana, 3,4 e 5 de Abril de 2009, p.17.

(10) Jornal do Brasil, 05/12/2008, p.A5.

(11) JENKINS, Philip. A Próxima Cristandade, Rio de janeiro: Record, 2004, p.112.