terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Seita Maranata

1. Utilização sistemática e fundamental da Bibliomancia (de olhos fechados, abre-se randomicamente um livro, e a esmo ler um fragmento de um texto ou versículo, dependendo do teor, positivo ou negativo, se obtém, supostamente, a resposta divina - chamada pela Denominação de “consulta à palavra”). É o meio pelo qual utilizam para resolver questões, dúvidas, a respeito de aquisições de bens e obter direções para áreas da vida pessoal (profissional, espiritual e sentimental); bem como é o meio que usam para “consultar a Deus” sobre a procedência de dons espirituais (visões e revelações) concedidos pelos membros; e, por fim, para tomar conhecimento se Deus aprova ou reprova determinada decisão administrativa da Denominação;




2. A dogmatização de uma frase, isto é, transformada em reza, chamada “clamor”, a qual consiste em iniciar orações petitórias recitando, fundamentalmente, a frase “Clamamos pelo poder do sangue de Jesus”. Toda atividade iniciada com uma devida oração é obrigatório, de antemão, o recite de tal reza, seja essa atividade espiritual ou secular, seja nas dependências da instituição ou não, enfim, sob pena de Deus não atender à oração - abençoar o pedido que estar a ser feito – justificam. Esquecendo ou ignorando tal frase, imediatamente, o orador é interrompido por um adepto atento, o qual, então, recita a reza devidamente; porque, assim não recitando tal frase, a igreja ou, se for o caso, o pedinte, não foram purificados dos pecados pelo poder do sangue, logo, não irão ser abençoados ou não estarão aptos para realizar o que, afinal, estejam a fazer em nome de Deus;




3. Os Cultos são rigorosamente cronometrados em 30 minutos, por vezes chegam a 45 minutos. Tolerável, porém, quando é o próprio pastor ou um eloqüente pregador que ministra a palavra. Ocorrem severamente todos os dias da semana, exceção de sexta-feira, que deve ser o culto da família. Alegam que toda essa rotina é revelada pelo Senhor, por isso, exaltam-se a si mesmo desfazendo dos cultos das demais Denominações que chegam a 02 horas ou mais e que somente ocorrem em alguns dias da semana. O protocolo dos cultos deve seguir piamente o que é determinado: ministração de 05 louvores (uma ou duas glorificações entre os hinos), posteriormente, a mensagem de 15 a 30 minutos, no máximo. Assim também são os cultos nas famílias (sexta-feira), que devem seguir o formalismo e o protocolo da Denominação, porém, reduzindo para 02 ou 03 louvores (uma glorificação e uma intercessão) e uma mensagem de 05 minutos ou leitura de um versículo. Bater palmas, gritos de júbilo e louvar em pé são terminantemente proibidos sob pena do adorador ser convidado a se retirar do local, pois afirmam que é carnal, irreverente e libertino tal expressão de louvor: “é coisa de “movimento”, da “religião”, que quer trazer o mundo para a Obra”, afirmam. Os cultos se processam com formalismo e reverência extrema, e muita mecanização;




• O Culto-Profético consiste no “momento de busca” a Deus de “dons espirituais” a respeito das necessidades do subseqüente culto principal. A composição, geralmente, é de, no mínimo, 03 membros (para a “consulta” dar certo), permissivo somente àqueles que são batizados na Denominação, ou que já fizeram o “Seminário de Principiantes”. É realizado 30 minutos antes de todos os cultos, e perdura comumente 15 minutos. As ditas “revelações” são dadas com caráter adivinhatório para saber quem, como e por que a pessoa, normalmente o visitante, estará no culto principal; por meio das quais, no final, sempre o Senhor (ou um anjo) supostamente dará a benção a certa pessoa presente. Por revelação, também, determinam quem serão os “varões” que ministrarão o louvor e a mensagem. As “visões”, por sua vez, são dadas com cunho metafórico, ilustrativo e também adivinhatório, seguidas pela interpretação dos ouvintes, que eles chamam de “discernimento da visão” (ou dos dons), as quais também são a respeito de visitantes ou membros que estarão no culto principal. Não é permitido o culto não haver “dons”,. Tem que ter. Para tanto, os pastores cobram do corpo de membros que “busquem” cada vez mais dons espirituais e apresentem no Culto-Profético, sob pena da igreja ser reprimida ou aquele que está em falta ou não é “usado” ser estigmatizado como réprobo espiritual;




• A Consulta dos dons (visões e revelações) é realizada, fundamentalmente pela “consulta à palavra” (Bibliomancia), para qual, apresentado o dom, alguém, presente no culto-profético, obrigatoriamente se levanta para recitar o “clamor” e orar para abençoar a “consulta”, de modo que, logo em seguida, 03 consulentes abrem as suas Bíblias, e cada um ler um versículo, revelado a esmo. Segundo eles, dependendo do teor dos versículos, obtém-se a resposta da procedência dos dons espirituais, na melhor de 03 leituras de versículos. Por exemplo, se dois lidos tiverem teor positivo e um negativo, é “amém”, o Senhor aprovou, caso contrário, não aprovou. Porém, independente da resposta dada pela “consulta”, o dom espiritual sujeitar-se-á à vontade do pastor ou ungido, que eles justificam pelo dogma ministério acima dos dons;




4. Imposição indireta (através “revelações”, “sonhos”, “orientações” – sob chantagem para realizar certas atividades) de Usos e Costumes: Homens devem está sempre com o rosto feito, com exceção do bigode que é permitido; bem como, em regra, é impelido o uso de roupa formalista; mulheres devem, expressamente, se ataviar apenas com vestidos e saias, e, alguns casos, o uso de certos adornos como brincos de argola são proibidos. Os membros só são considerados espirituais, “na revelação”, obedientes a Deus, conseqüentemente, fiéis e postos como permissivos para atividades e funções na Denominação se, e somente se, estiverem e seguirem piamente com tais conformes. Segundo eles, observar tais usos e costumes é ter “aparência de servo”, “andar na revelação” ou porque “entendeu a Obra”;




5. O Batismo nas Águas só é permitido caso o membro seja aprovado por Deus – “Se o Senhor permitir” - através da revelação da “consulta” (Bibliomancia) realizada pelo “Grupo de Intercessão” (composto por membros considerados, aparentemente, os mais espirituais da igreja local – pastores, ungidos e suas esposas, diáconos e alguns obreiros e senhoras). Deus, segundo eles, revela a tal grupo que determinado neófito está apto ou não para “descer às águas”. Caso Deus aprove, será batizado; caso contrário, aguardará alguns meses até ser, novamente, submetido à “consulta” quando for período de batismo, para testificar se, agora, Deus permite ou não se o neófito pode, finalmente, batizar;




6. O Batismo no Espírito Santo é feito de modo similar ao anterior, mas agora de forma pessoal pela Bibliomancia. No final do “Seminário de Principiantes”, na última aula, os neófitos presentes são convidados a realizarem a “consulta” particularmente, com o “clamor” antes devidamente recitado, a fim de obterem a “resposta de Deus” se eles, cada um dali, receberam o “Batismo no Espírito Santo”. O teor do versículo (a resposta) será devidamente aferido por um diácono ou pastor. Em caso de passarem pelo crivo da Bibliomancia (versículo com teor positivo), estarão aptos para ir aos próximos seminários; caso contrário, terão que aguardar um tempo, em espera ao próximo “Seminário de Principiantes” para repetir tal alto, para assim, quem sabe, ser finalmente “Batizado no Espírito Santo”. Frisa-se que a reprovação do neófito nesse “Batismo” (versículo de teor negativo), de antemão, já o proíbe automaticamente de “batizar nas águas” – “o Senhor não permitiu”;




7. Espiritualização ou veneração de objetos, tais como, arranjos de flores, o púlpito e o terno e gravata, usados pelos “varões” que possuem cargos na Denominação:




• O Púlpito só pode ser utilizado por homens; já que mulheres quando pregam à igreja, em “culto de senhoras”, é obrigatório que fiquem ao lado do púlpito, sem jamais ministrar sobre ele, assim, deixando-o, ali, vazio. Frisa-se, também, que ao iniciar o culto, recitando o “clamor”, é devido que todos estejam prostrados em direção ao púlpito, logo, é proibido que algum membro dê às costas a ele; ainda que ninguém esteja sobre Púlpito, no caso, em “cultos de senhoras”, é determinado que a senhora que ministrará a palavra, ajoelhe-se voltada para ele. Também, homens que exercem o cargo de “obreiro” que no passado foram divorciados, seja antes ou depois da conversão em Cristo, não importa, jamais devem subir a púlpito. O púlpito é tipo do altar de Deus, onde o Espírito Santo está, por isso que todos devem se voltar ao púlpito quando prostrados - defendem;




• O Arranjo de Flores sobre o púlpito é radicalmente obrigatório para o processamento dos cultos, reuniões e aulas nos templos e auditórios; o qual deve ser ordenado somente com flores ou rosas naturais, sob a justificativa de não desagradar a Deus, proibido, assim, o uso das artificiais. Bem como é terminantemente proibido qualquer pessoa da igreja tocar no Arranjo de Flores, pois, segundo eles, é uma tarefa revelada pelo próprio Deus para que somente determinadas senhoras da igreja, consagradas para esse serviço, possam tocá-lo, ordená-lo, prepará-lo e pô-lo e retirá-lo do púlpito. O mesmo vale para a toalha que fica sobre o púlpito. Reputam como algo sacrílego um homem, mesmo o pastor, tocar no “sagrado” Arranjo, a não ser que sejam essas “consagradas” senhoras. Tipificam o Arranjo de Flores como um objeto consagrado para ofertar-se a Deus: é tido como o tipo do Espírito Santo. Inclusive, alguns membros depreciam outras Denominações por não utilizarem Arranjos sobre o púlpito;




• O Terno e Gravata é traje eclesiástico obrigatório, pois alegam que obtiveram uma revelação de Deus de que ao se ataviarem com requinte perante as autoridades seculares, assim também, devem fazer perante a Autoridade Divina, por isso, só quem pode subir a púlpito, orar para visitantes, em cultos principais (à noite) são pessoas impecavelmente trajadas de terno e gravata;




8. A Idolatria é vigorosa, mas muito sutil e imperceptível pelos membros; veneram, espiritualizam e estimam exarcebadamente os patrimônios da Denominação, como “santos” e “sagrados”, dignos de serem depositados sobre eles até mesmo amor; inclusive em detrimento do ser humano, do próximo. Segundo eles, toda a arquitetura desenhada, a estrutura e os locais onde são erguidos são provenientes de revelação de Deus, “consultados”. Inclusive, a mobília padronizada segue, também, um padrão estabelecido pelo próprio Senhor Jesus.




• Os Templos são considerados e espiritualizados como a “Casa de Deus”, como é no judaísmo e no catolicismo, por isso devem os membros demonstrar todo amor, cuidado, apreço e zelo por ele; com efeito, se portando com extrema reverência e seriedade para não cometer algum sacrilégio; até mesmo quando não estiver havendo atividades neles. Uma vez dentro dos templos, em regra, não podem demonstrar alegria, descontração, naturalidade e espontaneidade, mas o comportamento deve ser formal e protocolizado. Sobre a arquitetura dos templos padrões, em forma de chalé, alegam que foi devido a uma revelação do Senhor a seus líderes, que assim era o modelo que o Altíssimo queria para os templos de sua “Obra”;




• Os Maanains, sítios onde membros se isolam da civilização para receberem doutrinamento, são estimados como lugares separados por Deus aqui na Terra para o adorarem. É considerado como “um pedacinho da eternidade”, “onde a Obra tem mais alcance” e “onde Deus fala de forma especial”. Ressalte-se que por serem tão “sagrados”, a rigor, é proibido a entrada de pessoas, de acordo com a visão deles, inadequadamente mal trajadas (informais e intrigantes) ou que não se libertaram do mundo, a saber: homens vestidos de bermuda (ainda que estejam a trabalho de limpeza e manutenção) ou barbado; mulheres de calças compridas ou bermuda, pois é um lugar “santo” e “sagrado” que deve ser respeitado e reverenciado. Assim como maltrapilhos, travestis, pessoas que ainda alimentam o tabagismo ou alcoolismo, não podem freqüentar o “santo lugar”. Estimulam o amor a este patrimônio – “devemos amar o maanaim” – por ser um presente de Deus a Obra, para eles cuidarem. Trabalhar em mutirões e manutenções do maanaim, voluntariamente, afirmam aos membros que é um privilégio para se alcançar bênçãos, pois Deus zela por ele, e por isso, satisfeito, agracia os membros em vitórias na vida estudantil, espiritual, financeira e matrimonial. Por ser um lugar “separado por Deus”, alegam que é muito comum anjos e querubins serem vistos caminhando e sobrevoando por lá dada a tamanha santificação do local, afirmam;




• A Obra é o apelido do sistema religioso da ICM. A idolatria a instituição em si é intensa, enquanto arcabouço de patrimônios, dogmas e costumes, enfim, o sistema. É altamente suscitada nos corações dos adeptos a paixão à Denominação, principalmente, em seminários e aulas nas chácaras, onde se exalta muito as virtudes da “Obra” (ICM), em desfavor das demais Denominações, que, de pronto, são rebaixadas e reprovadas espiritualmente. Ainda que se desculpem que a “Obra”, na verdade, é o projeto de Deus na vida do homem e que pode haver em outros lugares, na prática mesmo, esse projeto se canaliza tão-somente no próprio sistema religioso da ICM. Constatação material é que só se referem à ICM como à “Obra”: “igrejas da Obras”, “louvores da Obra”, “pastores da Obra”, “só a Obra conhece os segredos”, “só a Obra não cobra dízimos”, “só a Obra tem o segredo do clamor”, “só a Obra conhece a revelação do [livro de] Cantares”, “só a Obra tem o jejum de acordo com o horário da Eternidade”, enfim. Falar mal da ICM é mesma coisa que falar mal da “Obra”, ao passo que falar mal de outra Denominação não é falar mal da obra de Deus, por exemplo. Falam muito, mas muito esse nome “Obra”, até mesmo mais do que o nome de Jesus. A Salvação em Cristo depende não apenas da fé e uma vida pautada na Palavra, mas, para eles, a pessoa deve viver a “Obra como forma de vida”, o que, em suma, significa viver seguindo draconianamente o legalismo do sistema, como um membro dependente do que o sistema dita ou não dita. Esse ídolo “Obra”, que eles escrevem como nome próprio mesmo (“o” maiúsculo), interpõe-se, na vida prática religiosa deles, como uma quarta pessoa da Trindade – Pai, Filho, Espírito Santo e a “Obra”;




9. O Fundamentalismo de tolherem seus membros nas orações o uso de expressões como “Paizinho”, “Papai do Céu”, “Muito Obrigado” e “Obrigado”, uma vez que não há tais palavras na Bíblia, não se devem proferir – justificam. Bem como, é considerado falta de respeito dirigir-se a Deus de tal modo, alegam que é “chulo” e coisa de “crente da religião”. “Eu te amo Jesus!” e derivadas, também, é uma expressão em oração proibida, pois a reputam como carnal e emotiva, logo, Deus não aprecia essa forma coloquial e informal de dirigir-se a Ele – apregoam. Falar também “diabo”, “Satanás” e outros nomes referentes ao Adversário de nossas almas é reprovável e escandalizável, dizem que é invocá-lo ou respeitá-lo, assim, referindo-se a ele exclusivamente como “o Inimigo” ou “o Adversário”.




• Esportes e Lazer não são algo naturalmente aceito pela Denominação, antes são vistos como algo inclinável à libertinagem. Praticar atividades como musculação, trilha, ciclismo, corrida, natação e ginástica são rigorosamente reprováveis pela liderança e membros fundamentalistas. Alguns raríssimos ministérios, porém, não abominam, mas também não vê com bons olhos, mas sem farisaicamente acusar como pecador o praticante. Já esportes ditos radicais (surfe, skate, patins etc.) taxativamente são abomináveis. Alegam que pelo fato dos praticantes possuírem posturas irreverentes, logo, não condiz que um “servo” adote tal esporte. Inclusive, profissionais e competidores desses ramos que passam a congregar na Denominação são, jeitosamente, induzidos a abandonarem tais atividades sempre sob o subterfúgio que “o Senhor revelou”;




• Artes e banalidades tradicionais em geral são consideradas como “opressão”. Cinemas são terminantemente proibidos pela liderança da Denominação, alegam que é sentar-se com escarnecedores, embora, intrigantemente, em restaurantes não inclinem para tal conclusão. Teatros, por sua vez, são demonizados duas vezes mais, sendo alvos de escárnio em aulas e pregações. Filmes da Disney também são proibidos, desenhos animados também são reprovados pelo Presbitério. Alguns brinquedos, como os produtos da Hellokit (que dizem ser a representatividade de um demônio) também são combatidos junto aos pais e crianças;




• Alimentos são proibidos a depender de sua origem e rótulo. Alimentos provenientes de festas juninas são coibidos pela Denominação, pois alegam que, por serem oriundos de uma festa idólatra, ingeri-los é pecado e pode trazer uma maldição para a vida do crente. O mesmo vale para ovos de chocolate em função do período da “páscoa” (mas outros produtos de chocolate, que não seja referente ao “coelho da páscoa”, pode comer). Tais alimentos se forem ingeridos pelos membros podem lhes trazer juízos por parte de Deus, pois comeram algo proveniente de uma idolatria ao “coelho da páscoa”, a uma festa pagã. Também, a maionese hellman’s (devido à tradução do nome) é um tempero do diabo para oprimir os “servos da Obra” - justificam.




10. O Exclusivismo é gritante, visto que, segundo eles, o fundador de sua Denominação foi o próprio Jesus Cristo, mediante uma revelação extraordinária a 06 dissidentes presbiterianos que receberam o Batismo no Espírito Santo na década de 60, em Vila Velha, Espírito Santo. Inclusive, pelo fato da Denominação ter nascido nesse Estado, acreditam que não foi por acaso, mas sim como uma obra divina. Essa revelação consistia em estabelecer novamente o Corpo de Cristo, segundo eles, perdido há tempos, vivido tão-somente no período da Igreja Primitiva, pois foi extirpado durante o Romanismo e o Protestantismo. Alegam que, num dos momentos de busca, esses 06 homens foram visitados por um anjo que lhes entregaram uma pasta com todas as orientações para reformarem o Corpo de Cristo e fundarem a “Igreja Fiel”, a Noiva que será arrebatada. Reputam ser os únicos que exercem plenamente os noves dons espirituais (se prendendo aos mencionados em Coríntios), enquanto as demais Denominações carecem de alguns ou abominam todos, por isso se autointitulam de a “Obra Revelada” ou “Obra Maravilhosa”, muito comum, também, proclamarem, quando isolados, “a Obra é filho único” ou a “Igreja Fiel”;




11. A Intolerância Religosa é aberrante. Consideram que todas as demais denominações estão contaminadas com pragas desse mundo, motivo pelo qual as definem como “Tradição”, “Mescla” e “Movimento”, ou, simplesmente, a “Religião”. Rotulam os membros das demais denominações de “primos”, “amalequitas”, “bodes”, “filhos de Baal”, “religiosos” etc. Apregoam que se associar com qualquer um que professe uma fé cristã que não esteja sob o domínio do Presbitério da Denominação (PES), ou seja, que “não é da Obra”, é taxativamente, segundo eles, praticar o próprio “Ecumenismo”. Às vezes, em pregações de autodefesa, pelas críticas que estão a sofrer, afirmam que admitem que algumas denominações “tem Obra”; embora, contraditoriamente, não permitem que seus membros visitem, comunguem, confraternizem com outras denominações;




12. O Sectarismo é intenso, pois não permitem que membros engajados à Denominação sequer possam visitar outros grupos religiosos, por mais que tais grupos sejam sérios e compromissados com Deus. Coíbem o relacionamento afetivo, a fraternidade corriqueira e casamentos de seus adeptos com os de outras Denominações. Afirmam que “Namoro só na Obra”, “Amizade só na Obra” e “Confraternizações só na Obra”. Até mesmo casamentos, batismos, confraternizações ou ordenações de ministério de parentes e conhecidos em outras Denominações, são seus membros compelidos expressamente de não irem;




13. O Proselitismo é bastante suscitado. Uma vez que se consideram os únicos detentores da plenitude e da ciência real e verdadeira do Espírito Santo, motivam seus membros “a pescarem nos aquários dos outros”, segundo eles, com o fim de libertarem as pessoas do “cristianismo falido” ou da “religião”. Sim, generalizam tudo e todos. Convidam evangélicos de outras Denominações para lhes visitarem, inclusive pastores, mas, contraditoriamente, é proibido aos membros aceitarem convites de outros grupos;




14. O Autoritarismo é vigoroso de tal modo que pastores e “ungidos” (cargo probatório para a ordenação a pastor) são acobertados pela aura da “unção”; dessa forma, jamais podem ser questionados, discordados e desobedecidos, sob pena do desobediente incorrer ao pecado do “tocar nos ungidos do Senhor”. Ainda que digam que são pastores de Jesus, seus poderes e autoridades são fundamentados no sacerdócio veterotestamentário, pois são postos como mediadores entre Deus e o povo; pois suas palavras, ordenanças, enfim, a sua autoridade são embasadas em “revelações”, “visões”, “sonhos” e “profecias” de Deus sobre a vida alheia. Na prática, portanto, os pastores da “Obra” são como “canais” ou mediadores entre Deus e a igreja;




• A Cobertura Espiritual, então, é doutrina da Denominação. Pessoas são diretamente subalternas e subservientes ao pastor da igreja local, tendo que sempre se justificarem para eles das suas decisões de faltar o culto ou outra atividade; bem como sempre pedindo seu aval em viajar com a família, evangelizar, realizar determinados cursos em hora de atividades da igreja etc. Namoros e casamentos, também, só serão aceitos se passar pelo crivo do pastor, posteriormente, sua permissão; observado também a opinião do Grupo de Intercesssão. É muito comum namoros serem terminados por ordens de pastores, e casamentos serem proibidos por eles, às vezes, até terminados, sempre embasados supostamente em revelações de Deus. Essas revelações são mais comuns vindas do ministério, mas também podem vim de diáconos, obreiros, senhoras e professoras, mas sempre passando pelo crivo do pastor. Em alguns ministérios, namoros e casamentos ainda são incitados por revelação de algum pastor, prática dogmatizada no passado pela Denominação; mas o Senhor, hoje, revogou - justificam;




• Ministério acima dos Dons é um dogma de alto cumprimento e pregação na Denominação. Consiste em que a opinião e a vontade do ministério (pastor e ungido) estar acima de quaisquer dons espirituais. Ainda que Deus – suponhamos - conceda um sonho, uma revelação sobre a vida de determinado membro ou mesmo sobre a vida do pastor, o pastor ou o ungido tem toda a autoridade de sustar esse dom espiritual; e ainda que esse dom tenha sido submetido ao crivo da “consulta” e dado positivo. Em suma, a vontade do pastor está acima da vontade do próprio Deus. Isso é facilmente observado nos “cultos proféticos” quando há supostas revelações para que determinado varão suba a púlpito, mas a autoridade do pastor pode sustar essa revelação em prol de sua opinião em escolher outra pessoa;




• Grupo de Intercessão é formado pelos membros, supostamente, mais espirituais da igreja local. Toda igreja local tem o seu. A composição é formada pelo pastor, ungido e suas respectivas esposas, os diáconos da igreja, e alguns obreiros, senhoras e professoras, visivelmente, mais engajadas e obedientes aos usos e costumes, dogmas e ordenanças da Denominação. Nele, essencialmente, é tratado sobre assuntos supervisionais, disciplinatórios e fiscalizatórios. A vida de cada membro da igreja é pauta dessas reuniões: seus erros, suas atitudes, suas obras são aferidas e valoradas pelo grupo. Por isso, é comum que membros desse grupo sejam incumbidos, pelo ministério, para vigiarem os passos dos certos membros da igreja, descobrir o que ocorre com cada um, fiscalizar suas vidas, averiguar como são fora da igreja etc. Nas reuniões, por fim, decidem se disciplinam, excomungam determinado membro, ou se agraciam com determinados funções e cargos. Essas reuniões têm alto apelo carismático, sempre o grupo embasando suas decisões por dons espirituais, claro, testificados pela “consulta” e pelo dogma “ministério acima dos dons”;




15. O Totalitarismo é extremado, haja vista que as suas “unidades locais” (assim denominadas pelo Estatuto da ICM, e não igrejas) espalhadas por todo o país e mundo estão plenamente subordinadas e subservientes aos quereres e ordens do órgão central da igreja, o Presbitério; o qual é absurdamente centralizador. Não há respeito pela individualidade e liberdade para o ministério local, tampouco há para com as características e necessidades da igreja local. Todos devem seguir pragmaticamente o modelo, as determinações e as ordens estabelecidas pelo Presbitério, pois, segundo eles, Deus é quem governa a igreja e usa tal órgão como seu representante. Mensalmente todas as “unidades locais” se reúnem para receberem doutrinamento do Presbitério, não pelos seus pastores locais, mas pelos 07 presbíteros do órgão central, mediante videoconferência. Semanalmente, todos os membros se deslocam para suas igrejas para serem recrutados e renovados na ideologia a fim de assistirem, via satélite, as diretrizes e inovações da ICM, pelo presidente e demais homens que compõem o Presbitério;




16. O Absolutismo é um apoio ao Autoritarismo e ao Totalitarismo, dado que para eles vingarem, é imperioso que os pastores e o Presbitério sejam acobertados da infalibilidade. Sobretudo o Presbitério que jamais admite os erros, sempre está certo, porque sempre age debaixo das ordens supostamente reveladas por Deus para cuidar da “Obra”, e os pastores, a seu turno, para cuidar dos membros das “unidades locais”;




17. Estabelecidos esses elementos governistas, a Hierarquia está em voga, a qual é extremamente baseada na filosofia militar, cujos cargos, seguindo a ordem crescente, são os membros, Professora, Senhora da Frente, Obreiro, Diácono, Ungido e Pastor, Coordenador do Pólo, Coordenador da Área, Coordenador Regional, Presbitério e o Presidente. Na medida do grau hierarquia, a obediência deve ser demasiadamente subalterna e submissa, tal como no militarismo, baseada em revelações de Deus e na “unção hierárquica” de que cada cargo é acobertado, sob pena de “tocar nos ungidos”;




18. A Censura é um meio sempre utilizado para proibir os membros a terem contato com literatura, alguns filmes, músicas em geral, ainda que sejam de caráter cristão; também é coibido a busca de estudos bíblicos sistemáticos, inclusive a Teologia Cristã é altamente discriminada, ridicularizada e abominada pelas pregações da liderança da Denominação. A literatura cristã também é altamente reprovada e coibida. Por outro lado, apostilas, vídeos, áudios de pregações, álbuns musicais da Denominação e livros de editoras das quais são vinculados, são comercializados em Maanains e distribuídos entre os membros. Todo produto da Denominação ou de grupos vinculados a ela (de propriedade de pastores próximos ao Presbitério) são estimados como “revelados”; ao passo que os produtos literários, musicais, didáticos, são tidos como “letra”, “religião”, “razão”, “teologia”, “sem-revelação” etc.;




• O Orkut é o meio que causa maior pavor ao Presbitério, pastores e membros, porque nele se encontra a comunidade de ex-adeptos (pastores, ungidos, diáconos, obreiros, senhoras etc.) - Já Fui Um Maranata - cujo conteúdo é bastante similar a deste espaço. Por isso, segundo eles, Deus havia revelado que o Orkut é uma arma do diabo para enganar os “servos da Obra”, por isso decretou que nenhum membro tenha acesso a esse meio de comunicação. E mais, segundo eles, a etimologia de Orkut vem do gaulês que significa: Ork: Potro e Ut: Inimigo - Potro do Inimigo;




19. O Escravismo é intenso. Toda a estrutura organizacional e administrativa da Denominação é edificada por trabalhos voluntários, salvos algumas exceções; bem como a manutenção de patrimônios fica a cargo dos trabalhos voluntários dos membros. Fazem isso sob o pretexto de estarem “fazendo a Obra”. Pois enquanto estão trabalhando para “Obra”, Deus está resolvendo os seus problemas. Em regra, Grupos de Louvores e Instrumentistas são submetidos a ensaios semanais rigorosamente. Obreiros, diáconos, senhoras de frente, professoras, pastores participam, severamente, quase todo fim de semana de seminários, mutirões de limpeza, reuniões, encontros de igrejas, sem contar as presenças diárias na Denominação, nos cultos da madrugada, ao culto de meio-dia, e rigorosamente à noite, para as suas atividades do culto convencional;




20. Os Meios de Graça é uma doutrina que, depois da Bibliomancia, é a mais importante da Denominação. São 05 Meios de Graça: Madrugada [cultos às 06h:00min da manhã], Jejum [de sábado para domingo, rigorosamente, de 00h:00min até às 09h:00min; sim, parte do jejum é dormindo.(?) Alegam que tal horário foi revelado pelo próprio Deus, pois está de acordo com o relógio da Eternidade], Louvor [somente os cânticos da Denominação são permitidos: são reputados como revelados direito da eternidade; assim, louvores de outros grupos, são considerados “cospel”, “da mescla”, “sem revelação” ou “do homem”], Oração [oração recitando sempre a reza do “clamor”, “segredo dessa Obra”, dizem] e Palavra Revelada [espécie de cabala, que ao decifrar supostos simbolismos (simbologia), tipos (tipologia) e números (numerologia), supostamente ocultos nas Escrituras, a pessoa foi agraciada com essa benção que a chamam de “Além da Letra”. Reputam que essa é a maneira que Deus se compraz em pregar a sua Palavra, mas só eles conhecem, pois dizem que é mais um “segredo dessa Obra”]. Os Meios de [obter] Graça devem ser feitos periodicamente para buscarem cada vez mais Graça. Alegam que só eles alcançaram tais doutrinas, logo, é um “segredo” que Deus revelou só para eles, dada o tamanho prestígio que eles conseguiram com Deus – apregoam. Embora apregoam que a Salvação e a Graça de Deus vem através da fé em Cristo Jesus, induzem que sem o exercício de tais meios, dessas obras (jejum, madrugada etc.), não adquiriram bênçãos, graça e vitória em Cristo. Portanto, eminentemente, tais “meios de graça” servem para adquirir bênçãos de Deus ou para vencerem tribulações do dia-a-dia do servo - justificam;




21. A Liderança e as Decisões Carismáticas: são todas, absolutamente, carismáticas. Isto é, todas diretrizes, seja administrativas, doutrinárias e organizacionais da Denominação são provenientes de “revelação” de Deus. Segundo eles, “nessa Obra” não há dedo do homem como a “religião”, pois tudo é revelado. Simplesmente tudo eles dizem que é Deus que revela. É muito comum, por isso, se notar a exaustiva repetição da frase “o Senhor revelou que...” para embasar suas decisões e afirmativas, seja qual for. Porém, quando resolvem mudar ou alterar alguma rotina , doutrina ou costume da Denominação, dizem também que é o próprio Deus que mudou de idéia, sob a justificativa de que a "Obra é dinâmica";




22. A Doutrina do Medo é extremamente implantada na Denominação. Não se pode questionar ou discordar da Liderança geral e nem do subseqüente superior hierárquico, sob pena de estar “tocando no ungido do Senhor” ou “blasfemando contra a própria pessoa do Espírito Santo”, uma vez que foi, teoricamente, o Espírito que revelou para pô-los em seus cargos eclesiásticos. Também, a doutrina do Fatalismo é apregoada massificamente, em defesa de “não poder tocar na Obra” (questionar ou discordar das doutrinas), “tocar nos ungidos” e “sair da Obra” (ser dissidente da Denominação), pois, em caso de desobediência, o resultado seria infortúnios decorrentes do “peso da mão do Senhor” e das investidas do “adversário” (como chamam o diabo). Proíbem, assim, que membros jamais continuem a fraternidade e a ligação com os dissidentes, sob pena de punições e excomunhão da Denominação. Apregoam a discriminação e a rejeição sobre os dissidentes, ainda que sejam os próprios familiares;




• As Punições são bastante rigorosas, as quais são advertência, cassação das funções e cargos (“banco”) e, em último caso, excomunhão. Todas as decisões, toda a doutrina que fora cuidadosamente elencada acima deve ser cumprida draconianamente pelos membros, sob prejuízo de sofrer tais sanções. Como toda e qualquer Denominação existe homens falhos, mas aqueles que caem em pecado escandaloso são julgados e excluídos. Sim, para eles existe pecadinho, pecado e “pecadão”. O pecadão é intolerante e imperdoável para eles;




23. Sobre Dinheiro, publicamente não é falado, como, por exemplo, são as cobranças de dízimos e ofertas na “Religião”, alegam. Adotam, porém, o estabelecimento do dízimo judaico, o legalismo dos 10% dos vencimentos, cobrados, indiretamente, em reuniões fechadas, em reuniões sobre batismo e em algumas aulas de Seminários, sob pena do “desacertado” ter as funções cassadas, e “diagnosticado” como “enfermo espiritual”. Em teoria, os pastores não são remunerados, pois eles não são “profissionais da Bíblia” ou “teólogos” (mas buscam a revelação de Deus), pois o certo é servir voluntariamente, já que a Bíblia não aprova isso - fundamentam (?). É muito comum eles se auto-elogiarem por causa dessa política camuflada;




23. A Maledicência e o Juízo Temerário são praxe, são demasiados sobre aqueles que abandonam a Denominação, pois, segundo eles, jamais alguém “sai da Obra” de forma nobre, honesta e fiel a Deus, mas são pessoas que estão em busca de libertinagem e mundanismo nas igrejas. É comum, também, em reuniões fechadas e seminários nos Maanains, os dissidentes serem taxados de “caídos”, “vadios”, “pedófilos”, “alcoólatras”, “prostitutos”, “porcos”, “roubadores de dízimos”, “defuntos”, “bodes”, “adúlteros”, “perderam a Salvação” e “foram para a religião” etc. Os que refutam suas doutrinas, por sua vez, recebem a acusação de “apóstatas”, “hereges”, “serpentes da internet”, “filhos do diado”, “pastores de si mesmos” etc.




24. A Linguagem Padronizada é extremamente comum entre os membros da Denominação. Possuem um dialeto assustadoramente padronizado e robotizado. O uso de jargões e clichês religiosos, próprios do meio deles, é algo corriqueiro e comum de se escutar. Esse problema do comportamento de manada, de consciência coletiva, da falta de identidade própria dos membros é decorrido muito da forma de pregação e ensino da Denominação que consiste em utilizar exaustivamente de discursos pautados na Linguagem do Não-Pensamento ou da Programação Neuro-Linguística, os mesmos meios utilizados por empresas de marketing de multi-nível e empresas super capitalistas em recrutamento de investidores e novos adeptos. Frases de efeito, bordões, frases prontas e repetitivas, repetição exaustiva de palavras são recursos massivamente utilizados pelos doutrinadores da Denominação. Além do que, algo que colabora bastante para tal formatação cerebral, é a indução expressa do isolamento social e religioso, coibindo qualquer interação espiritual com membros de outros grupos,




“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.” 2 Timóteo 4:3-4

Voz da Verdade

O Conjunto Voz da Verdade e o Show do Fest-Gospel
em São José do Rio Preto - SP
O Conjunto Voz da Verdade fez "um show" no Fest-Gospel 2001 de SJ Rio Preto. Infelizmente esse "show" não foi no sentido qualitativo, mas pejorativo. O líder do Conjunto Carlos A. Moisés, no meio da apresentação, começou a desafiar os pastores presentes no recinto a provarem a ele que Deus tem sócio (se referindo à Trindade). Argumentou que quem acredita na possibilidade de Deus viver em sociedade crê na doutrina inventada pelo Papa. Além desses impropérios, o conjunto distribuiu um Cd onde faz apologia contra a doutrina da Trindade (E isso sem a autorização do Conselho de Pastores da Cidade). Quando um de nossos apologistas tentou conversar com o Líder do Grupo por e-mail e questioná-lo sobre suas declarações feitas no Fest-Gospel e sobre a Doutrina da Trindade, recebemos a seguinte resposta: "Primeiramente, eu gostaria de lhe informar que quem vos escreve é o mesmo que estava gritando no palco em São José do Rio Preto. Em segundo lugar, não estou nem um pouco preocupado... você e nada pra mim, é igual a NADA. Alguém , como você, que nega o nome de JESUS não é merecedor de minha apreciação. Se a tua igreja não cantar, MILHÕES de igrejas cantarão por todo o Brasil, por isso você não faz DIFERENÇA. O dia que você conseguir fazer com que as igrejas de todo o país parem de cantar nossos hinos, aí você será um vencedor. - Pastor Carlos A. Moysés".
Nenhum argumento teológico foi recebido da parte do nobre conjunto, mas somente afrontas infantis sem redundância alguma. Nenhuma de nossas apologias à favor da Trindade foi objetada pelo Sr. Carlos Moisés a não ser o que imprimimos acima. Isso é lamentável!
Sobre a questão "Unitarista" do referido conjunto, vamos fazer apenas algumas observações:
O ARGUMENTO UNICISTA - A doutrina unicista está baseada nas seguintes verdades bíblicas: A primeira verdade bíblica é que há somente um Deus e a segunda é que Jesus é Deus. Destas duas verdades, os Unicistas deduzem que Jesus Cristo é Deus em sua totalidade, sendo assim, Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo, rechaçando a doutrina da Trindade.
O ARGUMENTO TRINITÁRIO - A Igreja, através dos séculos, sempre ensinou que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, esses três são o único Deus. A teologia unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo é Jesus Cristo também. Estes ensinamentos são o pilar da teologia unicista. Vejamos se esta noção está em harmonia com as Escrituras.
É JESUS O PAI? - Isaías 9:6 – o "Pai Eterno"
Este versículo não ensina que Jesus é o Pai. O título "Pai eterno" refere-se ao fato de que Jesus é o Pai da eternidade; em outras palavras, Jesus sempre existiu (João 1:1); Ele não foi criado, não teve princípio (João 17:5). O termo "Pai" não era o título que se costumava usar para dirigir-se a Deus no Antigo Testamento. Assim, este versículo não ensina que Jesus é o "Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (1ª Pedro 1:3); em outras palavras, Jesus não é seu próprio Pai.
João 10:30 – "Eu e o Pai somos um". Se Jesus tivesse querido dizer que ele é o Pai, teria dito: "Eu e o Pai sou um" ou "Eu sou o Pai", que seria a expressão gramatical correta. Jesus não pode ser acusado de ter sido um mal comunicador. "Somos" (gr. esmen), a primeira pessoa do plural. Jesus e o Pai são um em natureza e em essência, porque Jesus é Deus, como o Pai, mas não é o Pai.
É JESUS O ESPÍRITO SANTO?
Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Espírito Santo: 2ª Coríntios 3:17 — "Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade". O texto não diz que "Jesus é o Espírito". Se a passagem dissesse isto, talvez os Unicistas tivessem um ponto forte, mas como não diz isto, eles assumem que a palavra "Senhor" se refere a Jesus Cristo. O "Espírito" aqui é chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Javé (Nome que se refere a Trindade) ou Deus, e NÃO com Jesus, já que o versículo 16 diz: "Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado". Trata-se de uma referência a Êxodo 34:34: "Porém, vindo Moisés perante o SENHOR [Javé] para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado". O contexto sempre é que determina a quem se está referindo quando a palavra "Senhor" é usada. No versículo 17 a palavra "Senhor" está referindo-se a Javé e não a Jesus, já que o versículo 16 e todo o contexto assim demonstra. Se os Unicistas estivessem sempre corretos ao interpretar "Senhor" como "Jesus", como ficaria Filipenses 2:11? O texto diz: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai". Seguindo a linha de raciocínio dos Unicistas, teríamos de concluir erroneamente que: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Jesus...". Isto não é o que este versículo está dizendo, mas o que está ensinando é que: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é Deus. Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo versículo diz que isso será feito "para a glória de Deus Pai".
Depois de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos concluir de que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus. Se Jesus não é o Pai, mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é Jesus e é Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três são o único Deus. Uma coisa é dizer "Eu não entendo a doutrina da Trindade" e outra coisa é dizer que "a doutrina da Trindade é falsa", "pagã", "diabólica", "antibíblica". A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta classe de pessoas quando nos diz: "... Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho".(1ª João 2:22) - "... e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo (I Jo. 1:3)".