sábado, 1 de janeiro de 2011


IGREJA VOZ DA VERDADE E SEU JESUS UNICISTA - Fonte : Fernando Galli
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A Igreja Evangélica Voz da Verdade defende uma das heresias originadas no século II. Naquela época, alguns cristãos, ao mesmo tempo crentes na verdade de haver um só Deus e de que Jesus é Deus, não conseguiam aceitar que Deus subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.

Então optaram por uma forma mais fácil de explicar Deus. Primeiro, Deus se manifesta como Pai, depois o Pai vem como Filho, e depois da ressurreição de Jesus Cristo como Espírito Santo.

Por volta do ano 260 d.C., essa crença chamada de Sabelianismo (nome derivado de Sabélio, seu defensor-mor) ou Modalismo (por ensinar que Jesus teve três modos de se manifestar - Pai, Filho e Espírito Santo, em épocas diferentes) foi rejeitada pela Igreja Cristã e considerada como heresia.

Esta heresia, entretanto, ressurgiu nos Estados Unidos em 1913, e aqui no Brasil em 1945, com a Igreja Pentecostal Unida do Brasil, que deu origem ao Ministério Voz da Verdade, em 1980.

Entendendo a diferença entre o UNICISMO e a TRINDADE Segundo os unicistas, Jesus é Deus. Todavia, Deus não subsiste nem coexiste em três pessoas distintas, mas Jesus era o Pai no Antigo Testamente, depois é o Filho que vem morrer por nós (daí o nome patripassionismo, ou seja, patri=pai, passio=sofrimento, então sofrimento do Pai) e finalmente Jesus retorna como Espírito Santo, ou seja, Jesus teria três modos de se manifestar. Mas conforme os cristãos que guardam a sã doutrina, Deus subsiste ao mesmo tempo em três pernonalidades, ou pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.

A essa crença já ensinada nas Escrituras, a Igreja Católica Romana deu o nome de TRINDADE. Embora esta palavra não se encontra na Bíblia, é ensino Bíblico que: 1. O Pai é Deus "Recomendou-lhe Jesus: [...]: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus." - João 20.17 2. O Filho é Deus "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." - João 1:1. 3. O Espírito Santo é Deus "Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentastes no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus." - Atos 5:3, 4. 4.

O Pai se relaciona com o Filho - Antes de Jesus vir à terra: "Disse o SENHOR (YHWH) ao meu senhor (JESUS): Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés." - Salmo 100.1

- Durante a vinda de Jesus à terra: "E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." - Mateus 3.17

- Após a ressurreição de Jesus Cristo: "Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus." -Hebreus 10.12 5.

O Filho se relaciona com o Espírito Santo: - Antes de Jesus nascer: "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo." - Mateus 1.18


- Durante a vida de Jesus na terra: "A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo." - Mateus 4.1

- Depois da ressurreição de Jesus: "Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim." - João 15.26 6.

O Espírito Santo se relaciona com Jesus "Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar." - João 16:13,14 7.

Pai, Filho e Espírito Santo se relacionam: - Antes de Jesus vir à terra, na Criação: "Façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança." - Gênesis 1.26

- Durante a vida de Jesus na terra: "Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." - Mateus 3.16, 17.

- Depois da ressurreição: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós." - 2 Coríntios 13.14.

Assim, há uma relação interpessoal entre Pai, Filho e Espírito Santo. Há mais de 180 versículos nas Escrituras que mostram esse relacionamento entre as Pessoas do Único Deus. Essa crença tem base bíblica. Um só Deus, que subsiste em Três Pessoas distintas.

Argumentos Unicistas contra o Deus Triúno A Igreja Voz da Verdade anuncia o Jesus dela em suas pregações e lindas canções. Tiveram já a ousadia de distribuir um CD a pastores cristãos contra o ensino bíblico chamado posteriormente de Trindade.

Embora não pretendemos perseguir ou mover pessoas a odiarem esse grupo, o que seria um absurdo, temos o direito de responder a suas argumentações, e educadamente refutá-las uma a uma, da mesma forma que os adeptos desse movimento tentam fazer isso ao se convidarem para cantar em nossas igrejas ou, quando pastores mal-esclarecidos e com pouca instrução nas Sagradas Escrituras, convidam-nos para exibirem seus talentos musicais.

No link do site oficial da Igreja Voz da Verdade, http://vozdaverdade.com.br/estudos/, observamos no Estudo "DEUS É UM", a seguinte argumentação, contra a Doutrina bíblica da Trindade, que será com todos os devidos créditos colocada aqui, em negrito e em cor vermelha. As refutações estarão em preto.

Queremos enfatizar que o objetivo dessa matéria é mostrar em que eles crêem e como raciocinar com eles, à base das Escrituras, e não persegui-los. "DEUS É UM - A Bíblia é clara ao falar do Deus todo poderoso: DEUS ÚNICO."

Refutação apologética - Nunca dissemos que Deus fossem três deuses, como os mórmons, por exemplo, crêem. Para nós, o ÚNICO DEUS, por ser Todo-Poderoso, subsiste em Três Pessoas distintas. Isso o torna mais único ainda e distinto de todos os outros deuses. "Único quer dizer que é um só, de cuja espécie não existe outro, exclusivo, a que nada é comparável, superior a todos os demais."

Refutação apologética - Quando a Bíblia afirma que há um só Yahweh, a palavra hebraica "um só" é unidade composta, "echad", e significa "um" formado por mais. Ocorre, por exemplo, em Gênesis 2:24, onde se diz que homem e mulher são uma só (echad") carne, ou seja, um só casal, formado por duas pessoas. O mesmo ocorre em Deuteronômio 6:4, quando lemos que Yahweh é um só ("echad") Yahweh. Então, entendemos porque o Pai é Yahweh, o Filho é Yahweh e o Espírito Santo é Yahweh: Estas Três Pessoas possuem a mesma essência e natureza divina. Por isso mesmo, não há outro Deus cuja espécie seja comparável ou superior ao Deus Triúno.

"Hoje entendo com mais clareza quando a palavra de Deus fala sobre este Deus verdadeiro que é ÚNICO pois não existe outro igual. Este Deus é onipresente,onipotente e onisciente." Refutação apologética - Concordamos plenamente com a declaração acima, pois de fato nosso Único Deus Verdadeiro é incomparável, e por ser Onipresente, Onipotente e Onisciente, é Todo-Poderoso, sendo assim, não pode ser explicado.

Os grupos sectários, como Testemunhas de Jeová, os Mórmons, os Espíritas, os Cristadelfos, etc - todos eles têm uma explicação mais fácil para essa questão. As Tjs dizem que sóo Pai é Deus, e que ele criou um deus menor, e que o Espírito Santo é a força ativa de Jeová. Os Espíritas dizem que só o Pai é Deus e é o Criador do Espírito de Jesus, o qual é um médim de Deus, e que o Espírito Santo significa todos os espíritos santos que reencarnaram até atingirem o grau de espíritos puros.

Os mórmons resolvem a questão dizendo que o Pai é um Deus, o Filho é um Deus, o Espírito Santo é um Deus, então são três deuses. Os cristadelfos ensinam que o Pai criou Jesus quando ele nasceu aqui na terra, e que o Espírito Santo é o poder de Deus.

E a Igreja Voz da Verdade resolve o problema dizendo que primeiro Jesus era o Pai, depois o Filho e agora Ele é o Espírito Santo. Tudo para explicarem Deus mais fácil.

Nós, cristãos, preferimos a frase: O fato de não explicarmos como Deus pode ser Três Pessoas não significa que isso não seja verdade, mas sim que esse único Deus está muito acima de nossas explicações, pois seus caminhos são muitomais elevadosdo que os nossos. - Isaías 55:8, 9. "Os céus e a Terra foram obra de UM SÓ DEUS . Is 44:24...Assim diz o SENHOR: Eu sou o Senhor que faço todas as cousas, que "SOZINHO" estendi os céus e SOZINHO espraiei a terra." O Senhor fala claramente que Ele sozinho fez os céus e a Terra. Há necessidade de se entender que é sempre Um Mesmo Deus agindo ... "

Refutação apologética - Os cristãos, em toda história do cristianismo, jamais afirmaram que Deus não tivesse feito tudo sozinho. Aliás, quem prega que Deus criou tudo em parceria é o Satanismo, quando afirma que Adonai (O Senhor) e Lúcifer (Satanás) criaram juntos, e que depois Adonai teria roubado a glória de Lúcifer e se feito o dono de tudo. Todavia, não cremos nisso. Cremos que o Deus Único ("echad") criou sozinho, mas disse: "Façamos o homem". (Gênesis 1:26)

A quem Deus disse "façamos"? Aos anjos? Jamais, senão seríamos feitos à imagem de Deus e de anjos. Então, se a Bíblia diz que Pai, Filho e Espírito Santo se inter-relacionam, conversam entre si, ela nos quer ensinar algo: Que o Deus Único, que subsiste em Três Pessoas distintas, criou tudo.

Esse Deus Triúno realmente fez tudo sozinho. "Em Is 45.18: 'Portanto assim diz o Senhor que criou os céus , o ÚNICO DEUS , que formou a Terra, que a fez e a estabeleceu ; que não a fez para ser um caos mas para ser habitada: EU SOU O SENHOR E NÃO HÁ OUTRO." O Deus do Velho Testamento é o mesmo do Novo Testamento. Deus se fez homem e habitou entre nós."

Refutação Apologética - Com certeza, o nosso Deus Triúno é o Único SENHOR, no hebraico, YAHWEH, e conforme já explicamos, em Deuteronômio 6:4 Yahweh é o Único ("Echad") Deus, a tal unidade composta implícita aqui. Perguntamos, então, aos unicistas: Por que Yahweh fez questão de se descrever como "echad" (unidade composta) e não como "Yachid", unidade singular, como é descrito Isaque, o único ("yachid") filho de Abraão? (Ler Gênesis 22:2, 12, 16)

Quanto à alegação de haver um só Senhor, nisto também cremos, mas a palavra Senhor é usada para as Três Pessoas, e nos casos em que Elas conversam uma com a outra. Por isso, lemos em Atos 2:34, numa citação do Salmo 110.1: "Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: 'Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita." Portanto, cremos que Deus (Yahweh), nome polissêmico, seja o Único SENHOR, mas por Deus ser tripessoal, ou Triúno, lemos na Bíblia que: 8. O Pai é Senhor "Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado." - Lucas 10.21 9.

O Filho é Senhor "Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa." - Atos 16.31 10. O Senhor é o Espírito "O Espírito Santo é o Senhor, e onde há o Espírito do Senhor, ali há liberdade." - 2 Coríntios 3.17 11. Há um só Senhor "Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo." - Efésios 4.5

Então, por que a Bíblia chama as Três Pessoas de Senhor? Para indicar que Jesus era Pai, depois o Filho e depois o Espírito Santo? Impossível, porque como já vimos, essas pessoas interagem entre si e, principalmente, o ÚNICO SENHOR DEUS subsiste em Três Pessoas chamadas de Senhor que também interagem uma com a outra.

"Em apocalipse 1:8 e Ap 22:13 está escrito Jesus é o alfa e o ômega ou seja o princípio e o fim. Se Ele é o princípio e o fim significa que não existe outro.

Comparando com o Velho Testamento em Is 44:6 Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu redentor, o Senhor dos Exércitos : EU SOU O PRIMEIRO E O ÚLTIMO E ALÉM DE MIM "NÃO HÁ DEUS". O mesmo Deus que disse esta frase no Velho Testamento é o MESMO Deus do Novo Testamento, não é e nem pode ser outra pessoa distinta. JESUS falou: Eu sou o alfa e o ômega, o principio e o fim. Não pode haver 2 pessoas distintas falando a mesma coisa. Deus não muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente."

Refutação apologética - Todos esses títulos que Deus recebe - "O Primeiro e o Último", "o Alfa e o Ômega" - e a expressão "além de mim não há Deus" - tudo isso apenas prova que há uma só, uma ÚNICA natureza Divina subistindo nas Três Pessoas Divinas que se relacionam entre si. Por isso, cada uma delas pode dizer: "Eu sou o Alfa e o Ômega", "Eu sou o Primeiro e o Último".

Todas as Três Pessoas de Deus não dividem esses títulos, mas compartilham perfeitamente cada um deles. Esse maravilhoso Deus Triúno jamais mudou, pois de eternidade à eternidade foi, é e será o nosso Único Deus.

"Ouvimos muitos irmãos pregarem assim: existem 3 pessoas separadas mesmo, cada um com uma existência própria.Neste caso teríamos o Filho (como homem) e 2 Espíritos pois o Pai que é Espírito seria outra pessoa distinta do Espírito Santo. Aí separam os 3 no Velho Testamento, crendo que os 3 falaram entre si na criação do mundo.Falam também que é uma unidade composta.Veja unidade significa um, composta são vários.É uma contradição!'

Resposta apologética - Não existem "três pessoas separadas mesmo", mas TRÊS PESSOAS DISTINTAS, MAS NUMA ÚNICA ESSÊNCIA, NATUREZA, SUBSTÂNCIA DIVINA.

A palavra "separadas" dá idéia de divisão, e não é assim que a Bíblia prega o Verdadeiro Deus. Matematicamente, como recurso ilustrativo, pois não há como explicar Deus, diríamos que quanto às Pessoas Divinas, há: 1 + 1 + 1 =3 Quanto à natureza das Três Pessoas Divinas, há: 1 x 1 x 1 = 1 Portanto, Deus é Triúno.

Amamos ensinar isso e lamentamos que cristãos preguiçosos não estudem esses assuntos, mas prefiram gastar grande parte do seu precioso tempo assistindo a novelas, ouvindo CDs, usando a Internet, mas não abandonam o leitinho do conhecimento básico da Palavra de Deus, daí, usam palavras impróprias para defenir Trindade aos grupos unicistas.

"Ezequiel 34:11 e 16 "Eu ,O SENHOR TEU DEUS, digo que Eu mesmo procurarei e buscarei as minhas ovelhas. Procurarei as perdidas, trarei de volta as que se desviaram, farei curativo nas feridas e tratarei as doentes".

Lucas 19:10 Jesus disse: "...O FILHO DO HOMEM VEIO BUSCAR E SALVAR O QUE SE HAVIA PERDIDO". DEUS RESGATOU O MUNDO COM SEU PRÓPRIO SANGUE..." - Suely Moysés Cufone.

Refutação apologética - Da mesma forma como Deus disse: "Façamos o homem", e cada Pessoa de Deus participou na Criação, assim também cada Pessoa Divida da Trindade participou da Salvação daqueles que crêem em Jesus Cristo.ong>





Seitas que pregam a crença na vida extraterrestre e arrebanham seguidores mundo afora.

No dia 27 de março de 1997, nada menos do que 39 pessoas foram encontradas mortas numa mansão ao norte de San Diego, na Califórnia, Estados Unidos. Elas haviam cometido suicídio coletivo, levadas pela crença cega em Marshall Applewhite, líder de uma seita denominada Heaven's Gate (literalmente, "Portal do Paraíso"). Applewhite fez seus seguidores acreditarem que alcançariam a vida eterna se morressem no momento da passagem do cometa Halle-Bopp pela Terra, pois o astro abrigaria em sua cauda uma nave espacial.

Fundada em 1970, a Heaven's Gate é só uma das muitas seitas que se espalharam pelo mundo ancoradas em elementos ufológicos. Na maior parte das vezes, seus líderes se dizem pessoas eleitas por "forças extraterrestres" para cumprir alguma missão na Terra. O ufólogo Vanderlei D'Agostino diz que existem três tipos de líderes de seitas: os bem-intencionados, os que têm algum desvio de conduta (eventualmente patológico) e os literalmente charlatães. Ou seja, não dá para generalizar. Nem todos, é claro, levam a um final trágico quanto o do Heaven's Gate. A seguir, conheça mais algumas seitas que arrebanharam seguidores com base em crenças e dogmas ligados à ufologia.

Movimento Raeliano

Fundado em 1975 pelo jornalista francês Claude Vorilhon, que se autodenomina Rael, prega que o ser humano foi criado em laboratório por extraterrestres. Rael, hoje com 59 anos, afirma ter sido contatado e abduzido em 1973 por um ET, que lhe pediu para construir uma "embaixada" na Terra, para receber de volta os alienígenas. O francês teria sido escolhido como o "messias", destinado a conscientizar a humanidade sobre a necessidade de evolução. A seita tem 70 mil seguidores no mundo. Nos últimos anos, tem chamado a atenção por sua defesa da clonagem humana - tida como um meio de atingir a imortalidade. Há rumores de que a Clonaid, empresa criada por Rael em 1997, já teria conseguido gerar uma menina, clone de uma mulher de 31 anos.

Comando Ashtar

Baseia-se em supostos contatos realizados entre humanos e um extraterrestre chamado Ashtar Sheran, que seria o grande "comandante intergaláctico", incumbido de promover a regeneração da Terra. É um movimento forte na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. A figura de Ashtar estaria ligada a mensagens de alerta à humanidade. Nos anos 50, segundo seus seguidores, Ashtar teria entrado em contato com a Terra para evitar que bombas atômicas destruíssem nosso planeta e colocassem em risco o equilíbrio intergaláctico.

Projeto Portal

A seita foi fundada há dez anos em Corguinho (MS) por Urandir Fernandes de Oliveira, que se considera um representante dos ETs na Terra. "Tem causado grandes estragos na vida de inúmeras pessoas que o procuram na busca de curas e contatos com ETs", diz Rafael Cury, presidente da Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil. Urandir chegou a ser preso, sob acusação de participar de um esquema de venda ilegal de lotes de terra em Corguinho. Segundo Urandir, o mundo será castigado por uma grande inundação, mas o lugar que ele chama de "A Cidade dos ETs" - onde ficam os tais lotes de terra - estaria imune à tragédia.

Lineamento Universal Superior (LUS)

Criado pela vidente brasileira Valentina Andrade e por seu marido, o argentino José Teruggi, em Buenos Aires. Segundo eles, só os seguidores da seita seriam salvos do apocalipse, resgatados por naves espaciais. Nos anos 80, Valentina e outros membros do grupo foram acusados de castrar nove meninos de 8 a 14 anos e assassinar seis deles, em rituais satânicos, entre 1989 e 1993, em Altamira, no Pará. "Quando invadiram sua residência em Londrina, no Paraná, encontraram várias fitas de vídeo em que ela, em transe, dizia: 'Matem criancinhas'", conta Rafael Cury. Presa em 2003, Valentina foi julgada e absolvida por falta de provas. Outros quatro acusados foram condenados a penas de 35 a 77 anos de prisão.

Grupo Rama

Começou no Peru, com os irmãos Sixto e Carlos Paz. Após se desentender com o irmão, Carlos mudou-se para o Brasil e criou um braço da seita, o Grupo Amar (Rama ao contrário). Os irmãos organizavam vigílias para aguardar a chegada de naves alienígenas. Afirmavam viajar com freqüência à Constelação de Órion, onde eram recebidos por ETs. Após denúncias sobre a falsidade desses contatos, a seita caiu no ostracismo. Carlos acabou mudando de sexo e Sixto perdeu credibilidade depois de participar de um programa de TV e ser reprovado por um detector de mentiras. As duas vertentes da seita deixaram de existir no início dos anos 90.

Cultura Racional

Foi criada por Manoel Jacinto Coelho em 1935, no Rio de Janeiro, num centro espírita no bairro do Méier. Nos meios usados para sua divulgação, a Cultura Racional cita com freqüência discos voadores e seres extraterrestres. Considera-se um movimento cultural, não uma seita. Nos anos 70 e 80, atraiu milhares de seguidores, entre eles o cantor Tim Maia, que acabou deixando o movimento. Seus princípios se baseavam em um conjunto de livros denominado Universo em Desencanto, considerado por muitos um instrumento de lavagem cerebral.

Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/2005/conteudo_125898.shtml
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Igreja Messiânica Mundial - Natanael Rinaldi
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Quem é o Messias da Igreja Messiânica Mundial?

Não são poucos os cristãos que confundem a Igreja Messiânica Mundial (IMM) com uma igreja evangélica das muitas que existem no Brasil em razão do nome Messiânica ser derivado do nome Messias. Isso se tornou mais notório quando o signatário ministrava um estudo bíblico domiciliar.Entre os participantes havia uma senhora, indagada sobre a sua filiação religiosa, sem reservas, declarou: sou filha de pastor, neta de pastor, ex-organista de uma igreja evangélica e hoje sou membro da Igreja Messiânica Mundial. Naturalmente, isso chocou-me profundamente. É possível que isso ainda esteja ocorrendo com muitos cristãos, pouco informados sobre a IMM, admitindo que ela seja uma entidade evangélica; quando na verdade, não é.

Como sabemos, o nome Messias, proveniente da forma helenizada do hebraico Mashiach, é exclusivo do Senhor Jesus Cristo. Khristós, sua tradução grega e Ungido , é nome ou título exclusivo de Jesus. Isaías, cognominado o profeta messiânico, falou assim a respeito do nascimento virginal de Jesus Cristo: Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome EMANUEL( Is 7.14) Esse versículo é citado em Mt 1.21-23, com a respectiva tradução, Deus conosco. Indagando Jesus os seus discípulos sobre sua identidade, Pedro tomou a palavra e disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mt 16.16). Jesus afirmou que Pedro era abençoado, pois sua declaração tinha sido revelada por Deus.


MOKITI OKADA

Mokiti Okada é o seu Messias. Ele não faz segredo dessa reivindicação pois declara:Não houve outro caso semelhante a não ser Cristo que outorgou sua força aos seus 12 discípulos. (Apostila Para Aula de Iniciação, p. 23, aula 4). Mokiti Okada é também conhecido pelo título Meishu-Sama . Este título significa portador de luz . Uma luz não verdadeira , sem dúvida, pois a respeito de Jesus, João escreveu: Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo (Jo 1.9). Se Jesus é a luz verdadeira, qualquer um que alegue ser portador de luz só pode ser aceito como não verdadeiro. Mokiti Okada , nasceu em Assakussa, Tóquio, no dia 23 de dezembro de 1881. Quando estava com a idade de 45 anos, isto em 1926, no mês de dezembro, teve sua experiência mística, ocasião em que afirma ter atingido o estado de Kenshinjitsu (conhecimento total da verdade de todas as coisas e dos fenômenos do universo e do homem). No alvorecer do dia 15 de junho de 1931, no alto do Monte Nokoguiri, Meishu-Sama recebeu a Iluminação Divina.A respeito dele dizem: Meishu-Sama fundou a Igreja Messiânica Mundial com este propósito: a realização do Céu na terra, com Verdade, Virtude e Beleza que trarão a saúde, a prosperidade e a paz. (A Igreja Messiânica Mundial, 1971/72, p. 13). Faleceu no dia 10 de fevereiro de 1955. Embora esteja morto, os seus os membros da IMM procuram conversar com Mokiti Okada. Certo membro da IMM assim se pronuncia: Fui ao altar, conversei com Meishu-Sama e lhe manifestei o meu desejo.(Oferta de Gratidão, p. 41) Ora, até onde sabemos, a IMM não admite a ressurreição do seu fundador. Como podemos então, falar com ele depois de morto? Naturalmente isso é um tipo de mediunidade, prática proibida por Deus.Vejamos a rpoibição de Deus: nem quem consulte os mortos.(Dt 18.11) A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? A lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva.(Is 8.19,20).

Após a sua morte, foi sucedido pela sua esposa, Yoshi Okada, chamada pelos adeptos como Nidai-Sama. Em Junho de 1955 os messianicos iniciaram seus trabalhos no Brasil. Em Julho 1965 foi fundada a Igreja Messiânica Mundial do Brasil, com sede na cidade de São Paulo, possuindo locais de reunião em outras cidades do Brasil. Por ocasião do falecimento da segunda presidenta, a filha do casal, Itsuki Okada,assumiu a direção da IMM intitulando-se Yoshu-Sama. Embora Mokiti Okada afirme ter realizado muitos milagres ele se enquadra perfeitamente na advertência de Jesus em Mt 24.5: Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. Enquanto os cristãos são orientados a orar ao Pai celestial em nome de Jesus (Jo 14.13,14; 1 Co 1.2), os messiânicos são orientados a orar a Deus e a Meishu Sama. Distribuem um impresso para o pedido de oração com os dizeres: Peço a Deus e Meishu-Sama que me enviem Luz para aliviar este sofrimento, possibilitando que esta pessoa sirva na Obra Divina, o mais rápido possível. Naturalmente, tal forma de orar coloca o messiânico na condição de um idólatra ao orar a Deus e a Meishu-Sama. Isso é proibido biblicamente (Sl 65.2; Is 45.20,22; At 4.12)


A IGREJA

A IMM teve várias alterações de nome. Até 1950 a organização chamava-se NIPON KANNON KYDAN (Igreja Kannon do Japão); Atualmente é conhecida como: SEKAI KYUSEI-KYO - (Igreja Messiânica Mundial). Um dos nomes antigos dados a ela era Empresa Construtora de um Novo Mundo. Reconhecendo que esse título poderia confudi-la com uma empresa construtora comum, resolveram adotar o nome atual (Alicerce do Paraíso, p. 40 - volume 4). O grande objetivo da IMM é criar o paraíso na terra. Foram construídos os solos sagrados de Atami e Hakone, com muitos bosques, lagos e jardins projetados pelo próprio fundador. Admitindo sua vocação divina declara: Logo virá o tempo em que a Igreja Messiânica Mundial será proclamada pelo mundo inteiro. É uma igreja que se caracteriza pelo espírito eclético ou ecumênico. Sobre isso declara a IMM: Nossa Igreja é realmente liberal. (Alicerce do Paraíso, p. 66 - volume 4).


FONTE DE AUTORIDADE RELIGIOSA

Os ensinamentos básicos da IMM são revelações que Meishu-Sama recebeu supostamente de Deus. Afirmam que são portadores de luz e dão testemunho de que milhares de pessoas obtiveram milagres extraordinários simplesmente através da leitura dos Ensinamentos de Meishu- Sama. O respeito aos livros, com os ensinamentos do fundador, é tão grande que os messiânicos são aconselhados a colocá-los em locais altos e separados de outros objetos. Nunca devem pô-los numa cadeira ou no chão. Nenhum objeto deve ser posto acima dos ensinamentos. (Recomendações Para os Messiânicos, p. 26,27).


A FORÇA DE ATRAÇÃO

Os milagres são muito enfatizados pela IMM,pois eles declaram: Na nossa igreja surgem incontáveis milagres: são curadas doenças consideradas incuráveis pela me--------di--cina. Tornando-se messiânica, ela compreenderá, também, que uma das grandes características de nossa religião é a ocorrência de muitos milagres.(Alicerce do Paraíso, p. 19, 55, volume 4). A Bíblia adverte que nem sempre os milagres provam a verdade de uma religião, principalmente quando seus ensinos divergem das Escrituras. Encontramos uma advertência sobre esse assunto em Dt 13.1-3: Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conhecestes, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor com todo o vosso coração e com a vossa alma Jesus também advertiu: Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhi-dos.(Mt 24.24). Esses milagres são atribuídos à prática conhecida como JOHREI.


JOHREI

Surge então a seguinte pergunta: O que é o JOHREI? É uma palavra de origem japonesa, formada por duas palavras: JOH que significa purificar; REI que significa espírito ou corpo espiritual. Explicam nesse caso que: O Johrei foi revelado por Deus, concretizado pelo Mestre e permitido aos fiéis da Igreja Messiânica Mundial. O poder do Johrei emana do mundo de Deus, onde não se interpõe a ação da mente humana nem a força do homem." Ilustram o funcionamento dessa prática dizendo assim:... pode-se supor Deus como a estação de rádio, o Mestre um retransmissor, e o fiel o receptor. É pois [...] "o sagrado ato de purificação." (Igreja Messiânica Mundial, dezembro de 1980, p. 63) Para que os benefícios sejam alcançados , explicam: O Johrei é a Luz de Deus canalizada por Meishu-Sama para o 'OHIKARI'. O Ohikari é uma medalha,presa por um cordão colocado no peito do adepto. O Ohikari é recebido pelo adepto no momento em que termina o curso passa a ser aceito como membro da IMM. Apregoam maravilhas como resultado dessa prática: A Igreja Messiânica é uma religião com poderes suficientes para eliminar os sofrimentos da humanidade. Sua atuação é uma 'Obra de Salvação' ultra religiosa. O Johrei é um dos pontos mais importantes da doutrina messiânica, podendo-se dizer que ele é a essência da mesma, o que melhor a caracteriza, não havendo nada que se lhe compare. "(Alicerce do Paraíso, p. 69, volume 4). Como podemos perceber, essa prática é um dos pontos mais importantes da doutrina messiânica. Se a prática do Johrei é o sagrado ato de purificação, seria razoavel perguntar: purificar-se do quê?


MÁCULAS

Trata-se da purificação das máculas ou manchas humanas, o que nós cristãos denominamos pecado. A Bíblia ensina que o pecado entrou no mundo pela desobediência de Adão e Eva:Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.(Rm 5.12)Os messiânicos, contrariando os ensinamentos da Palavra de Deus, acreditam que as máculas ou manchas humanas são provenientes das seguintes causas:

Herança dos antepassados.

Resultado de encarnações anteriores.

Pensamentos, palavras ou atos de maldade (máculas da atual redenção).

Ingestão de substâncias nocivas (produtos científicos ou medicinais adicionados na alimentação), que turvam o sangue (o sangue é o espírito materializado).

Ensinam então que as máculas mencionadas podem ser apagadas pela prática do Johrei. Esse ensino não é verdadeiro à luz da Bíblia prosseguem, ainda, afirmando que a doação de dinheiro pode acelerar o processo de eliminação das máculas, do seguinte modo:A partir do instante em que doamos dinheiro, espontaneamente gratos a todas as bênçãos recebidas, muitas das nossas máculas serão eliminadas. (Ensinamentos de Nidai Sama, p. 68, volume I). Admitir que dinheiro elimine máculas é inconcebível. É o conhecido pecado de simonia, criticado pelo apóstolo Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o Dom de Deus se alcança por dinheiro. (At 8.20).Existe somente um meio de purificação das máculas do pecado. A Bíblia declara com muita clareza: Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que , por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um Cordeiro imaculado e incontaminado.(1 Pe 1.18,19) ... e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.(1 Jo 1.7) Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.(Ef 1.7); Quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? (Hb 9.14) A prática do Johrei não passa de um tipo de arte mágica e, como tal está ligada ao ocultismo, proibida por Deus em Dt 18.10-12, Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor... Como prova de conversão a Deus, os que praticavam tais artes mági-cas,aprendidas em livros espe-cializados, queimavam tais -li----te-raturas: Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cincoenta mil peças de prata. (At 19.19).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todo cristão familiarizado com os ensinamentos bíblicos não pode concordar com a doutrina e ensinos de Meishu-Sama. Entretanto, a IMM procura ganhar adeptos de outras organizações religiosas. Adotam duas estratégias para a expansão de seu sistema: primeira, propagam o slogan: É proibido proibir. É o que a Bíblia declara ser o caminho largo que conduz à perdição (Mt 7.13,14). Que adianta uma religião dar uma ampla liberdade a seu adepto e por fim ele se perder eternamente? (Mc 8.36,37).

Segundo procuram facilitar a adesão de adeptos proclamando que ninguém precisa abandonar sua religião para se tornar messiânico. Os membros de outras Igrejas não precisarão renunciar às suas religiões para unir-se à nossa igreja... (Igreja Messiânica Mundial, 1971/72, p. 20). Salomão no final de sua vida, admitiu que podia servir a Deus e cultuar os deuses de suas muitas esposas. Fez o que parecia mal aos olhos de Deus: Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do Senhor...(1 Rs 11.6). Elias expôs aos israelitas que era impossível duplicidade de adoração: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e se Baal, segui-o (I Rs 18.21).Não nos enganemos: ninguém pode servir a dois senhores . Jesus é o Senhor(1 Co 12.3).


MAÇONARIA - Natanael Rinaldi
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Profanação no templo

Da Redação

O profano (iniciante) aproxima-se lentamente com os olhos vendados. Ao entrar na loja, o irmão “experto” toca-lhe o peito com a ponta de uma espada. Então, segue o seguinte interrogatório.
O Venerável pergunta:
– Vês alguma coisa, senhor?
A resposta do profano é imediata:
– Não, senhor.
O Venerável prossegue:
– Sentes alguma impressão?
Profano:
– O contato de um objeto aguçado sobre o peito.
Venerável:
– A arma cuja ponta sentes simboliza o remorso que há de perseguir-vos se fordes traidor à associação a que desejais pertencer. O estado de cegueira em que vos achais é o símbolo do mortal que não conhece a estrada da virtude que ides principiar a percorrer. O que quereis de nós, senhor?
Profano:
– Ser recebido maçom.
Venerável:
– E esse desejo é filho de vosso coração, sem nenhum constrangimento ou sugestão?
Profano:
– Sim, senhor.
Venerável:
– Previno-vos, senhor, que a nossa ordem exigirá de vós um compromisso solene e terrível... Se vos tornardes maçom, encontrareis em nossos símbolos a terrível realidade do dever.
Depois de submetido a muitas indagações, o profano é conduzido ao altar dos juramentos e ajoelha-se com o joelho esquerdo, pondo a mão direita sobre a constituição e a Bíblia, que devem ter em cima a espada. À mão esquerda, o profano segura o compasso, apoiando-o no lado esquerdo do peito. Daí, todos se levantam e ouvem o seguinte juramento:
“Eu, (nome), juro e prometo, de minha livre e espontânea vontade, pela minha honra e pala minha fé, em presença do Supremo Arquiteto do Universo, que é Deus perante esta assembléia de maçons, solene e sinceramente, nunca revelar quaisquer dos mistérios que sempre ocultarei e nunca revelarei qualquer uma das artes secretas, partes ou pontos dos mistérios ocultos da maçonaria que me vão ser confiados, senão a um bom e legítimo irmão ou em loja regularmente constituída, nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir ou empregar outros meios pelos quais possa divulgá-los. Juro também ajudar e defender meus irmãos em tudo o que puder e for necessário, e reconhecer como Potência Maçônica regular e legal no Brasil o Grande Oriente do Brasil, ao qual prestarei obediência. Se violar este juramento, seja-me arrancada a língua, o pescoço cortado, e meu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e o refluxo das ondas me mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com Deus, e desonrado para com todos os homens. Amém”.

Em seguida, o neófito é conduzido para uma sala contígua ao templo, onde já se encontram colocadas duas urnas com espírito de vinho aceso. Deitado no chão, sobre um pano preto, deve estar um irmão (maçon), como se estivesse morto, amortalhado com a capa do 1º Experto. Todos os irmãos estarão de pé, sem insígnias, e armados de espada que apontam o neófito. Este é então desvendado pelo Venerável e encontra-se subitamente num ambiente lúgubre, com inúmeras espadas voltadas para ele. E ouve as graves admoestações do Venerável:
“Este clarão pálido e lúgubre é o emblema do fogo sombrio que há de alumiar a vingança que preparamos aos covardes que perjuram. Essas espadas, contra vós dirigidas, estão nas mãos de inimigos irreconciliáveis, prontos a embainhá-las no vosso peito se fordes tão infeliz que violeis vosso juramento”. [i]

Como bem se expressa o Dr. Boaventura Kloppenburg, temos de ponderar que não estamos lendo alguma peça teatral, nem um documento antigo de sombrias épocas de sangue e vingança, mas o ritual prescrito para iniciação no primeiro grau da maçonaria.
Daí a pergunta que não quer calar: “Pode o cristão submeter-se a um ritual e juramento imbuídos de aspectos explicitamente condenáveis pela Palavra de Deus? Como imaginar até mesmo um pastor diante desse sacramento de iniciação maçônico? Como congregar, sob o mesmo teto, evangélicos, espíritas, muçulmanos, umbandistas, católicos, budistas, entre outros grupos religiosos, em nome de uma entidade divina conhecida pelo título de ‘Soberano Grande Criador do Universo’? Será que tais pessoas estão de fato adorando o Deus de Abraão, Isaque e Jacó? Ou seja, o Deus da Bíblia?”.

Dá para imaginar, por exemplo, um cristão indo a um templo hindu para participar de uma cerimônia? Tal cristão poderia presumir que, seguindo os rituais hindus, estaria adorando a Jesus, ainda que participando de uma oração grupal a Vishnu?
Suponhamos, ainda, que os hindus concordem em mudar o nome Vishnu para Soberano Grande Criador do Universo. Ainda que façam isso, certos elementos dos rituais da adoração pagã, como, por exemplo, andar ou dançar em círculos, hão de permanecer. Com a substituição do nome “divino”, seria então aceitável ao cristão participar de uma cerimônia de adoração hindu? E se porventura os hindus permitissem ao cristão participar da liturgia, dos rituais e fazer as orações hindus em nome de Jesus, tal adoração tornar-se-ia cristã?

Escrevendo aos irmãos de Corinto, o apóstolo Paulo disse o seguinte:
“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele?” (1Co 10.20-22).
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis. Pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que consenso há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Pois vós sois o santuário do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor. Não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2Co 6.14-17).

Para abonar essa contestação, devemos antes conhecer alguns segredos dessa entidade tão secreta. Primeiramente, analisaremos vários trechos de livros e manuais da maçonaria, embora muitas obras de sua autoria ainda permaneçam na obscuridade para os de fora. Como referência, tomaremos os livros atuais (nacionais e internacionais), escritos por maçons do mais alto grau, que descrevem o que ocorre dentro das lojas. Ainda que algum maçom negue a autoridade absoluta desse ou daquele autor maçônico, não poderá, no entanto, negar que tais escritos representam a prática e o ensino da maçonaria brasileira e mundial. A análise que faremos será à luz da Bíblia, a única regra de fé e prática dos cristãos evangélicos (2Tm 3.16,17).

O presente artigo nada mais é do que uma reflexão para saber se existe a possibilidade de uma pessoa poder conciliar ou não o cristianismo e a maçonaria. E também para saber se, ao abraçar as duas, ela está participando de duas religiões ou de uma só.
Se porventura o leitor já tiver sua própria posição a respeito do assunto, que o Senhor Deus o ajude a analisar as informações aqui descritas detalhadamente e, sobretudo, a buscar o conhecimento da vontade de Deus, por meio da orientação do Espírito Santo e da própria Bíblia. Somente assim, querido leitor, você terá condições de reavaliar sua posição e defini-la à luz da Palavra de Deus (Ef 5.17).

Um pouco sobre a maçonaria
Segundo afirmações dos próprios maçons, a maçonaria não é uma sociedade secreta. “Isso é calúnia dos adversários”, apregoam. Dizem, ainda, em alto e bom som, que a maçonaria é discreta, não secreta. Na Constituição do Grande Oriente do Brasil, art. 17, onde se especifica os deveres das lojas, sob a letra p vem a seguinte norma: “nada expor, imprimir ou publicar sobre assunto maçônico, sem expressa autorização superior da autoridade a que estiver subordinada, salvo Constituições, Regulamentos Gerais, Regimentos Particulares, Rituais, Leis, Decretos e outras publicações já aprovadas pelos Poderes competentes. Toda e qualquer publicação atentatória dos princípios estabelecidos nesta Constituição ou da unidade da Ordem sujeitará os seus autores às penalidades da Lei”.
É rigorosamente proibido aos profanos (não-maçons) tomar parte nas sessões comuns das lojas, como está relatado no art.19, parágrafo único, da Constituição: “As oficinas, sob nenhum pretexto, poderão admitir em seus trabalhos maçons irregulares; deverão identificar os visitantes pela palavra semestral”.
Com essas declarações de documentos oficiais autênticos, chegamos à conclusão de que a maçonaria é uma sociedade verdadeiramente secreta, no sentido próprio da palavra.

Qual a relação entre o cristianismo e a maçonaria?
Para ser aceito na maçonaria, o profano tem de observar alguns deveres preestabelecidos:
1. “Reconhecer como irmãos todos os maçons regulares e prestar-lhes, e também às suas viúvas, ascendentes ou descendentes necessitados, todo auxílio que puder;
2. Freqüentar assiduamente os trabalhos das oficinas; aceitar e desempenhar, com probidade e zelo, todas as funções e encargos maçônicos que lhe forem confiados, além de esforçar-se pelo bem da Ordem em geral, da pátria e da humanidade;
3. Satisfazer com pontualidade as contribuições pecuniárias que, ordinária ou extraordinariamente, lhe forem legalmente atribuídas;
4. Nada imprimir nem publicar sobre assunto maçônico, ou que envolva o nome da instituição, sem expressa autorização do Grão Mestre, salvo quando em defesa da Ordem ou de qualquer maçom injustamente atacado;
5. Ajudar e proteger seus irmãos em quaisquer circunstâncias e, com risco da própria vida, defendê-los contra as injustiças dos homens;
6. Manter sempre, tanto na vida maçônica como no mundo profano, conduta digna e honesta, praticando o bem e a tolerância, respeitando escrupulosamente os ditames da honra, da probidade e da solidariedade humana, subordinando-se compreenssivamente às disposições legais e aos poderes maçônicos constituídos;
7. Amar os seus irmãos, mantendo bem alta a flama da solidariedade que deve unir os maçons em toda a superfície da terra”. [ii]

Entre os deveres aqui enumerados, temos de acrescentar o que consta no art.1, parágrafo 1, letra g desta mesma Constituição onde se encontra o “requisito essencial” para os profanos, candidatos à iniciação, sem o qual não serão aceitos: “não professar ideologias contrárias aos princípios maçônicos e democráticos”. Se ele infringir essas normas, o art. 32, nº 13, confere ao Grão Mestre Geral, ou ao seu substituto legal, a atribuição de “suspender, com motivos fundamentados, para que sejam eliminados pelos Poderes competentes os maçons que professarem ideologias ou doutrinas contrárias aos princípios da Ordem e da Democracia”.
Assim, como o cristão maçom pode compartilhar suas ideologias cristãs aos companheiros de loja? No Dicionário Filosófico de Maçonaria, de Rizzardo da Camino, 33º grau, membro fundador da Academia Maçônica de Letras, encontramos a seguinte definição para cristianismo:
“A religião cristã, em si, não é adotada pela maçonaria, mas, sim, os princípios cristãos. A maçonaria é adotada em todos os países e proclama a existência de Deus sob o nome de Grande Arquiteto do Universo; não importa a religião que o maçom siga, o que importa é a crença no Absoluto, no Poder Divino, em Deus, seja qual for o nome que se lhe der, como Jeová ou Alá”. [iii]

Como podemos ver nessa declaração, a maçonaria não adota o cristianismo e, conseqüentemente, não aceita a existência de Jesus Cristo como o único Deus. Negar a crença no Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.) é impedimento absoluto para a iniciação na maçonaria [iv], entretanto, é indiferente a crença em Jesus Cristo ou em Buda. Ainda que em seus rituais os maçons falem em Deus ou do Ser Supremo, ignoram a Santíssima Trindade, não mencionando uma vez sequer o santo nome de Jesus. Na verdade, os maçons jamais se dirigem a Deus mediante a Cristo. Diante disso, o verdadeiro cristão não pode aprovar semelhante abstração do cristianismo e muito menos conviver com esse tipo de coisa.

As características distintas dos deuses das diferentes religiões são outra evidência de que eles não são a mesma pessoa. Por exemplo: Brahma, o deus hindu, engloba em si o bem e o mal; Alá, o deus do islamismo, dificilmente perdoa; mas Yahweh, o Deus dos cristãos, é um Deus zeloso (Êx 34.14).
Algumas religiões são politeístas, ou seja, têm vários deuses (como a dos egípcios e a dos gregos). Outras são monoteístas (como o judaísmo e o cristianismo). Os hindus acreditam na reencarnação, sendo que no hinduísmo pode-se regredir e reencarnar em um animal. Os cristãos crêem na ressurreição: à volta do espírito no mesmo corpo. Determinadas religiões acreditam na extinção da vida, enquanto outras pregam a imortalidade da alma ao lado de Deus. Há aquelas que dizem que os homens tornam-se deuses após várias reencarnações. Outras afirmam que só existiu e sempre existirá um único Deus. Diante disso, será que o ser humano pode adorar a deuses tão diferentes (e isso simultaneamente) como se fossem um só?

O sistema maçônico, especialmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, pode ser chamado de “deísta”, ou seja, considera a existência de um deus impessoal, destituído de atributos morais e intelectuais, confundindo-se com a natureza [v]. Os deístas limitam a participação de Deus à criação, como se Ele tivesse deixado o mundo para ser governado pelas leis naturais. [vi] Esse sistema difere do “teísmo” cristão, no qual Deus é um Deus pessoal e interfere permanentemente no destino da humanidade.
Para entendermos melhor o deísmo maçônico, vejamos a declaração de Rizzardo da Camino: “Cada religião expressa Deus, com nome diferente, como os israelitas que o denominam de ‘Jeová’; isso não importa, o que vale é sabermos que esse Grande Arquiteto do Universo é Deus”. [vii]
Os cristãos, no entanto, não concordam com essas palavras. Não é a mesma coisa adorar o Deus verdadeiro e um bezerro de ouro, como os israelistas fizeram no deserto (Êx 32.1-10; Ne 9.6-31). O Deus da Bíblia é pessoal e único. Ele se preocupa com as pessoas e não abandonou a humanidade. Parece lógico seguir a todos os deuses, porque assim, no final, aquele que for o deus verdadeiro vai se manifestar em prol de seus seguidores. Mas o Deus das Escrituras não aceita ser comparado e muito menos igualado a outros deuses, simplesmente porque não existem outros deuses (Sl 115. 2-9).

O nosso Senhor não aceita concorrência e estabelece que sejamos fiéis ao seu nome: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há Deus” (Is 44.6). “... guarda-te para que não esqueças o Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. O Senhor teu Deus temerás, a Ele servirás, e pelo seu nome jurarás. Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à roda de ti” (Dt 6.12-14).

O indiferentismo perante Cristo é impossível: “Quem não é comigo é contra mim” (Mt 12.30), disse Jesus. Mas o verdadeiro maçom, em virtude dos “princípios estabelecidos” pela maçonaria, não pode estar com Cristo seguindo todos os seus ensinamentos e obedecer a todos os mandamentos maçons. Não é possível ser maçom verdadeiro e regular e, ao mesmo tempo, cristão autêntico e convicto.

A maçonaria é uma religião?
O primeiro e principal dever de cada loja maçônica, de acordo com a determinação do art.17, letra a, da Constituição do Grande Oriente do Brasil, é este: “observar cuidadosamente tudo quanto diz respeito ao espírito e à forma da instituição, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição, as leis e as decisões dos Altos Corpos da Ordem”.
Antes de qualquer coisa, vamos analisar o que é religião. No Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, temos a seguinte definição: “culto prestado a uma divindade...”. Essa definição encaixa-se perfeitamente bem com as palavras de Rizzardo da Camino, 33º grau maçônico, autor de mais de quarenta livros: “O maçom, dentro do templo maçônico, através da liturgia, cultua o grande arquiteto do universo” [viii]. Com isso fica provado que o que acontece dentro da loja maçônica nada mais é do que um culto de adoração a uma divindade, ao Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.).
Existe um sistema de adoração dentro das lojas, conforme as palavras do maçom Carl H. Claudy: “As lojas da maçonaria são construídas para Deus. Simbolicamente, ‘construir para Deus’ significa edificar algo em honra, adoração e reverência a Ele. Mal o neófito entra no Portão Ocidental recebe a impressão de que a maçonaria adora a Deus”. [ix] Vejamos ainda o que diz o importante autor maçônico Henry Wilson Coil, em sua Enciclopédia Maçônica: “A maçonaria certamente exige a crença na existência de um Ser Supremo, a quem o homem tem de prestar contas e de quem depende. O que a igreja pode acrescentar a isso, exceto levar o indivíduo à comunhão com aqueles que tenham os mesmos sentimentos?... É exatamente isso que a Loja faz”. [x]

Como a maçonaria exige a crença no Grande Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma para que o candidato se torne maçom, isto se torna uma grande evidência de que essa entidade é religiosa e possui um credo ou uma doutrina. Na cerimônia de admissão e a cada passagem de grau são feitos juramentos que nada mais são do que promessas ou profissões de fé no Grande Arquiteto do Universo e na fraternidade maçônica.
Diante de tudo o que vimos, como fica então? Podemos chamar a loja de templo, mas não de igreja? De fraternidade, mas não de religião? As invocações lá realizadas não são adorações? As liturgias não são cultos? A iniciação não é um tipo de batismo?

Será que as pessoas que insistem em negar a religiosidade da maçonaria não estão com as mentes fechadas? Ou será que escondem que a maçonaria é uma religião para que possam infiltrar-se nas igrejas? Uma coisa é certa: o cristão maçom pode negar que freqüenta duas religiões ao mesmo tempo, mas a sua declaração não muda os fatos.

Os praticantes da maçonaria
Sabemos que a maçonaria aceita qualquer pessoa, independente de seu credo religioso. A loja recebe muçulmanos, espíritas, budistas, entre outros, como membros. E também satanistas, magos e bruxos, inclusive nos mais altos graus. Nomes como Aleister Crowley, Albert Pike, Lynn F. Perkins (fundador da Nova Era), Jorge Adoum (Mago Jefa), Charles W. Leadbeater e o mágico Manly P. Hall [xi] constam de sua lista de participantes.
William Schnoebelen conta que era bruxo quando foi admitido na maçonaria. Para ele, o G.A.D.U. era o próprio Lúcifer (o diabo). Com o tempo, ele descobriu outros satanistas que também faziam parte do grupo [xii]. Parece difícil conciliar cristãos e satanistas sob o mesmo teto, mas isso realmente acontece na maçonaria. Albert Pike, um dos grandes líderes maçons, escreveu que Lúcifer é deus e “portador da luz” e que a maçonaria deve seguir a doutrina luciferiana:
“A religião maçônica deve ser, por todos nós iniciados do alto grau, mantida na pureza da doutrina luciferiana. Se Lúcifer não fosse deus, será que Adonai, cujas ações provam sua crueldade, perfídia e ódio pelos homens, barbarismo e repulsa pela ciência, e seus sacerdotes o caluniariam? Sim, Lúcifer é deus, e infelizmente Adonai também é deus. Pois a lei eterna é que não há branco sem o preto, pois o absoluto só pode existir como dois deuses: as trevas são necessárias como moldura para a luz, assim como o pedestal é necessário para o que é imponente... Desta forma, a doutrina do satanismo é uma heresia; a religião filosófica pura e verdadeira é a crença em Lúcifer, o equivalente de Adonai; mas Lúcifer, deus da luz e deus do bem, está batalhando pela humanidade contra Adonai, o deus das trevas e do mal”. [xiii]

No hebraico, o termo Adonai significa literalmente “Senhor” ou “Mestre”. É sinônimo de Yahweh (transcrito como “Senhor” na Bíblia de Almeida) e Elohim (traduzido “Deus”, ou seja, o nosso Deus). Albert Pike diz, absurdamente, que o nosso Deus é o deus das trevas, que odeia os homens! Que contraste com a revelação bíblica, que afirma: “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jr 31.3). E ainda: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10).
A maçonaria não aceita, e nem poderia aceitar, o cristianismo, porque é impossível conciliar cristianismo e satanismo. O Deus que para nós é o Deus do bem, para o líder maçom é o deus do mal. Será que o cristão pode submeter-se a isso: adorar o Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.), que na maçonaria pode ser o próprio diabo?

O valor da Bíblia
Na Enciclopédia Maçônica de Coil, lemos o seguinte: “A opinião maçônica prevalecente é a de que a Bíblia é apenas um símbolo da Vontade, Lei ou Revelação Divina, e não que o seu conteúdo seja a Lei Divina, inspirada ou revelada. Até hoje, nenhuma autoridade tem mantido que um maçom deve acreditar na Bíblia ou em qualquer parte dela” [xiv]. Para a maçonaria, a Bíblia é “uma das três grandes luzes emblemáticas”, sendo colocada no mesmo patamar dos seus símbolos (esquadro e compasso). Mesmo que Coil não negasse o conteúdo divino da Palavra de Deus, esta atitude comparativa já seria suficiente para demonstrar que a Bíblia não é mais importante do que os símbolos maçônicos. Além disso, segundo a doutrina maçônica, ela pode ser substituída por qualquer outro livro de religião fluente no país. Nos países islâmicos, por exemplo, usa-se o Alcorão, em Israel, a Torá etc. Alguns maçons dizem que a Bíblia é um “livro sagrado” para a loja, mas se ela pode ser substituída por outros livros, então não é sagrada, já que um objeto sagrado é insubstituível.

Oliver Day Street, outro erudito da loja, chega a dizer o seguinte: “Nenhuma loja entre nós deve ser aberta sem sua presença (da Bíblia). Mesmo assim, ela não é mais do que um símbolo... Não há nada de sagrado ou santo no mero livro. É só papel comum... Qualquer outro livro com o mesmo significado serviria...” [xv]. Outro maçom, J.W. Acker, afasta qualquer semelhança entre a maçonaria e o cristianismo bíblico ao declarar: “Os judeus, os chineses, os turcos, cada um rejeita ou o Antigo ou o Novo Testamento, ou ambos, e ainda assim não vemos nenhuma boa razão por que não se devam tornar maçons. Na verdade, a Maçonaria da Loja Azul nada tem a ver com a Bíblia. Não se fundamenta na Bíblia. Se assim fosse, não seria Maçonaria”. [xvi]

Se para os maçons a Bíblia é apenas um enfeite ou uma parte da mobília da loja [xvii], a opinião dos cristãos é diferente, pois, de acordo com o apóstolo Pedro, “... nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20,21).
A Bíblia é a revelação de Deus aos homens!

Uma questão de escolha
Ser religioso não significa apenas freqüentar um local para prestar culto. É muito mais que isso. Ser religioso é seguir fielmente a doutrina que professa. Se a pessoa crê em Cristo, deve ser de Cristo. Se acredita no Alcorão, deve ser islâmica. Não importa se o caminho que escolheu é certo ou errado. Deve ser firme, convicta. Lembremo-nos do que Cristo disse em Mateus 12.30: “Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha”.
Muitos maçons se dizem religiosos porque são líderes em suas Igrejas e ajudam os pobres. Publicamente louvam a Deus, mas no ambiente maçônico ajoelham-se diante do pentagrama e adoram os símbolos dos deuses do Egito e do pecado.
É uma pena que, apesar da controvérsia sobre o assunto, muitos cristãos ainda insistam em ser maçons, demonstrando que não são capazes de abdicar de seus interesses pessoais ou de uma série de interesses em prol da obra do Senhor Jesus. Ao invés de buscarem a união na Igreja, insistem em ser causa de divisão (Ef 4.3). Muitos demonstram e chegam a declarar abertamente que, se for preciso escolherem entre a loja e a Igreja, preferem permanecer na loja. É mesmo o fim dos tempos. Quantos estão apostatando da fé. Suas mentes estão cauterizadas (1Tm 4.1,2; Hb 3.12-19; 2Tm 4.3,4).

A verdade é que os maçons têm a maçonaria como uma religião, isto é, defendem-na como uma religião, freqüentam-na como uma religião. Muitos chegam a dizer que encontraram nessa entidade “paz” e “comunhão” que não encontraram na Igreja! [xviii]. Mas será que o mundo pode oferecer paz semelhante à que Cristo dá? O que Jesus diz em João 14.27?
A Palavra de Deus afirma que aquele que não concorda com as sãs palavras de Cristo é causador de questões e contendas (1Tm 6.3-5). Se a maçonaria se torna, cada vez mais, motivo de confusão e controvérsia entre os irmãos cristãos, por que insistir nessa dissensão? “Porque Deus não é de confusão; e, sim, de paz” (1Co 14.33). Dissensões e facções são obras da carne (Gl 5.19-21). O cristão que abraça a maçonaria escandaliza outros irmãos e coloca dúvidas nos recém-convertidos, que se confundem com opiniões divergentes dentro da Igreja.

O cristão maçom não leva apenas problemas para a Igreja, mas também para a sua casa. Ao chegar da loja, não pode contar nada do que aconteceu lá. É uma situação difícil para o lar cristão: o marido escondendo coisas da mulher. A esposa é aquela para quem ele jurou fidelidade e lealdade. É a sua companheira até que a morte os separe que não pode saber o que ele está fazendo fora de casa. Além da esposa, os filhos e outros familiares passam a viver em um ambiente de mistério e segredos. E isso não agrada o nosso Deus, que quer que sejamos sinceros e falemos sempre a verdade.
Os enigmas de Sansão trouxeram sérios problemas para a sua vida familiar (Jz 14.10-14). Não podemos nos esquecer disso!

[i] A Maçonaria no Brasil – Orientação para os católicos. Ed. Vozes,
[ii] Constituição do Grande Oriente do Brasil. 5ª Ed. 1958, p. 12.
[iii] Camino, Rizzardo da. “Dicionário Filosófico de Maçonaria”. Ed. Madras, p. 47.
[iv] Camino, Rizzardo da. “Maçonaria mística”. São Paulo: Editora Madras, 1996, p.137.
[v] Ankerberg, John; Weldon, John. “Os ensinos secretos da maçonaria” (The Secret Teachings of the Masonic Lodge: A Christian Perspective). São Paulo: Edições Vida Nova, 1990, p.313; Cabral, J. “Religiões, seitas e heresias”. 8ª. Ed. Rio de Janeiro: Editora Universal, 1993, p.27.
[vi] Horrell, J. Scott. “Maçonaria e fé cristã”. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1995, p.35.
[vii] Camino, Rizzardo da. “Maçonaria mística”. Ed. Madras, p. 137.
[viii] Camino, Rizzardo da. “Breviário maçônico”. 2a.Ed. São Paulo: Editora Madras, 1997, p.194.
[ix] Claudy, Carl H. Foreign Countries: A Gateway to the Interpretation and Development of Certain Symbols of Freemasonry. Richmond (U.S.A.), Macoy Publishing, 1971, p. 29.
[x] Coil, Henry Wilson. Coil’s Masonic Encyclopedia. New York (U.S.A.): Macoy Publishing, 1961, p. 512.
[xi] Schnoebelen, William. “Maçonaria, do outro lado da luz” (Masonry - Beyond The Light). 2ª. Ed. Curitiba: Editora Luz e Vida, 1997, p. 207; Ankerberg, John; Weldon, John. “Os ensinos secretos da maçonaria” (The Secret Teachings of the Masonic Lodge: A Christian Perspective). São Paulo: Edições Vida Nova, 1990, p. 306; Adoum, Jorge. “Do mestre secreto e seus mistérios - esta é a maçonaria”. São Paulo: Editora Pensamento, 1997, p. 24.
[xii] Schnoebelen, William. “Maçonaria, do outro lado da luz” (Masonry - Beyond The Light). 2ª. Ed. Curitiba: Editora Luz e Vida, 1997, p.42.
[xiii] A.C. de LaRive. La femme et l` enfant dans la Franc, Maçonneirie Universele, Paris, 1889, p.588.
[xiv] Coil, Henry Wilson. Coil’s Masonic Encyclopedia. New York (U.S.A.): Macoy Publishing, 1961, p. 520.
[xv] Oliver Day Street. Simbolism of the tree degrees, Masonic Service Association, Washington, 1924, p.44-45.
[xvi] Ankerberg, John; Weldon, John. “Os ensinos secretos da maçonaria” (The Secret Teachings of the Masonic Lodge: A Christian Perspective). São Paulo: Edições Vida Nova, 1990, p. 133.
[xvii] Mackey, Albert. Mackeys Revised Encyclopedia of Freemasonry. Richmond (U.S.A): Macoy Publishing, 1966, p. 133. Vol. 1.

[xviii] Claudy, Carl H. Foreign Countries: A Gateway to the Interpretation and Development of Certain Symbols of Freemasonry. Richmond (U.S.A), Macoy Publishing, 1971, p.124.

Candomblé - Desvendando seus segredos - Joaquim de Andrade - www.cacp.org.br
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I - Introdução
O enorme crescimento das religiões mediúnicas no Brasil, nos últimos anos, tráz á reflexão uma série de temas que não podem passar despercebidos. O Candomblé, em especial, tem atraído a atenção de uma variada gama de estudiosos, para não mencionar o fato de que começa a fazer novos adeptos, cada vez mais, nas camadas mais letradas - onde sempre se localizou o preconceito.
O Candomblé, ao lado de outras correntes espirituais, propicia um contato mais aberto com o que a Bíblia denomina: demônios, espíritos das trevas. Podemos observar sua influência na cultura brasileira, basta visitarmos os museus da Bahia, ou observarmos os blocos carnavalescos, a cantigas de roda (samba lele tá doente, tá com a cabeça quebrada...) etc.

II - Entre duas Correntes
Entende-se como cultos afro-brasileiros duas correntes principais, o Candomblé e a Umbanda. Um é a religião africana trazida pelos negros escravos para o Brasil e aqui cultuada em seu habitat natural (onde não era apenas um, mas uma série de diferentes manifestações especificas de cada região), diferenças essas acentuadas pela várias regiões do seu país de origem. Outra é uma religião nova, desenvolvida no Brasil como a síntese de um processo de sincretismo das mais diferentes fontes, que vão do catolicismo, passando pela macumba, pelo Kardecismo, e até pôr cultos tipicamente indígenas. Assim, dentro das duas diferentes correntes básicas, uma série de subcorrentes se manifesta, dando origem a significados às vezes amplamente diversos para o mesmo culto (no final das contas tudo é espiritismo, e provem da mesma fonte: o diabo).

III - As Origens do Candomblé
Com a colonização do Brasil faltaram braços para a lavoura. Com isso, os proprietários da terra tentaram subjugar o índio pensando em empregá-lo no trabalho agrícola. Entretanto, o índio não se deixou subjugar, o que levou os colonizadores a voltarem-se para a África em busca de mão-de-obra para a lavoura. Começa assim um período vergonhoso da História do Brasil, como descreve o poeta Castro Alves em suas poesias ‘Navio Negreiro” e “Vozes D`África
“Acredita-se que os primeiros escravos africanos chegaram ao primeiro mundo já 1502. Provavelmente, os primeiros carregamentos de escravos chegaram em Cuba em 1512 e no Brasil em 1538 e isso continuou até que o Brasil aboliu o tráfico de escravos em 1850 e na Espanha finalmente encerrou o tráfico de escravos para Cuba em 1866. A maioria do três milhões de escravos vendido à América Espanhola e o cinco milhões vendidos ao Brasil num período de aproximadamente três séculos, vieram da costa ocidental da África.
Era muito cruel o tratamento imposto aos escravos desde o momento da partida da África e durante a viagem nos navios chamados “tumbeiros”, que podia se estender a cerca de dois meses. Os maus tratos continuariam depois, para a maioria deles até a morte. Edson Carneiro informa que o tráfico trouxe escravos de três regiões: da Guiné Portuguesa, do Golfo da Guiné (Costa da Mina) e de Angola, chegando até Moçambique. Os africanos chegaram divididos em dois grupos principais: sudaneses (os de Guiné e da Costa da Mina) e os bantos (Angola e Moçambique). Os da Costa da Mina desembarcavam na Bahia, enquanto que os demais eram levados para São Luís do Maranhão, Bahia, Recife e Rio de Janeiro, de onde se espalhavam para outras regiões do Brasil, como litoral do Pará, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo.
A presença do orixá é necessária tanto na Umbanda como no Candomblé. É de origem africana que foram trazidos pelos negros escravizados. Seu culto é a essência do Candomblé, e foi mantido vivo no Brasil. O continente africano, na época das grandes levas de escravos, era ainda mais fragmentado politicamente do que hoje. O conceito de nação ou Estado, em seu significado mais restrito, não encontra correspondente na realidade geopolitica africana desse período. Diversas nações de tribos fragmentavam qualquer idéia de unidade cultural, ainda que, cercada pela selva, muitas dessas comunidades nunca entraram em contato nem tiveram notícia da existência de outras. Isto resulta numa grande diferença de culto de região para região, onde os nomes de um mesmo orixá são absolutamente diferentes.
No Brasil, porém, pode-se notar um culto predominante do ritual e das concepções iorubá - um povo sudanês da região correspondente à atual Nigéria, que dominou e influenciou politicamente e culturalmente um grande número de tribos. Esse culto se estendeu pôr toda a América, com exceção (se bem que há notícias do estabelecimento cada vez maior destes cultos) da América do Norte, com maior destaque para Cuba e Brasil.

IV - Os Orixás e Outras Entidades no Candomblé

1 - Quem São os Orixás
De acordo com o Dicionário de Cultos Afro-Brasileiros de Olga Cacciatore, os orixás são divindades intermediárias entre Olorum (o deus supremo) e os homens. Na África eram cerca de 600 - para o Brasil vieram talvez uns 50, que estão reduzidos a 16 no Candomblé, dos quais só 8 passaram para à Umbanda. Muitos deles são antigos reis, rainhas ou heróis divinizados, os quais representam as vibrações das forças elementares da Natureza - raios, trovões, tempestades, água; atividades econômicas, como caça e agricultura; e ainda os grandes ceifadores de vidas, as doenças epidêmicas, como a varíola, etc.

2 - Origem Mitológica dos Orixás
Quanto à origem dos orixás, uma das lendas mais populares diz que Obatalá (o céu) uniu-se a Odudua (a terra), e desta união nasceram Aganju (a rocha) e Iemanjá (as águas). Iemanjá casou-se com seu irmão Aganju, de quem teve um filho, chamado Orungã. Orungã apaixonou-se loucamente pela mãe, procurando sempre uma oportunidade para possuí-la, até que um dia, aproveitando-se da ausência do pai, violentou-a. Iemanjá pôs-se a fugir, perseguida pôr Orungã. Na fuga Iemanjá caiu de costas, e ao pedir socorro a Obatalá, seu corpo começou a dilatar-se grandemente, até que de seus seis começaram a jorrar dois rios que formaram um lago, e quando o seu ventre se rompeu, saíram a maioria dos orixás . Pôr isto Iemanjá é chamada “a mãe dos orixás”.

3. Os Orixás e o Sincretismo
O sincretismo religioso é também um aspecto significante dos cultos afros. Sincretismo é a união dos opostos, um tipo de mistura de crenças e idéias divergente. Os escravos não abriram mão de seus cultos e suas divindades. Devido a um doutrinamento imposto pelo catolicismo romano, os africanos começaram a buscar na igreja, santos correspondentes aos seu orixás. Muitos dos orixás nos cultos afros encontrará no Catolicismo um santo “correspondente “ - pôr exemplo:

Exu - diabo

Iemanjá - Nossa Senhora

Ogum - São Jorge

Iansã - Santa Bárbara

Iemanjá - Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Imaculada Conceição

Oxóssi - São Sebastião

Oxalá - Jesus Cristo - Senhor do Bonfim

Omulú - São Lázaro

Ossain - São Benedito

Oxumaré - São Bartolomeu

Xango - São Jerônimo


4. As Outras Entidades
Também presentes nos cultos afros-brasileiros estão espíritos que representam diversos tipos de humanos falecidos, tais como: caboclos (índios ), pretos-velhos (escravos), crianças, marinheiros, boiadeiros, ciganos, etc.

V - Considerações à Luz da Bíblia

1. A Questão Histórica: Verdade ou Mito?
a.) Nos cultos afros. Ao analisarmos os cultos afros, uma das primeiras coisas que observamos é a impossibilidade de se fazer uma avaliação objetiva sobre a origem dos orixás. Existem muitas lendas que tentam explicar o surgimento dos deuses do panteão africano, e estas histórias variam de um terreiro para o outro e até de um pai-de-santo para o outro. Não há possibilidade de se fazer uma verificação científica ou arqueológica; não há uma fonte autoritativa que leve a concluir se os fatos aconteceram mesmo ou se trata-se somente de mitologia, sendo difícil uma avaliação histórica dos eventos relatados.

b. No cristianismo. Ao contrário, a Bíblia Sagrada resiste a qualquer teste ou crítica, sendo sua autenticidade provada pela arqueologia (alguém já disse que cada vez que os arqueólogos abrem um buraco no Oriente é mais um ateu que sepultamos no Ocidente), pela avaliação de seus manuscritos (existem milhares deles espalhados em museus e bibliotecas do mundo), pela geografia, história, etc. Toda informação relevante para a fé no cristianismo tem que estar baseada nas Escrituras. É impossível encontrar no Cristianismo cinco a dez versões diferentes sobre a vida dos profetas ou qualquer personagem bíblica.

2. O Relacionamento com Deus
a.) Nos cultos afros. Um fato que devemos considerar é a posição tradicionalmente dada aos orixás nos cultos afros como intermediários entre o deus supremo (Olorum) e os homens. (No Catolicismo Romano, Maria recebe também o título de intermediária). Além disso, os filhos-de-santo, uma vez comprometidos com os orixás, vivem em constante medo de suas represálias.

Não pode ser esquecido também que os filhos-de-santo, uma vez comprometidos com os orixás, vão viver em constante medo de suas represálias ou punições. Note um trecho de uma entrevista no livro de Reginaldo Prandi:
“O Pesquisador - Gostaria de perguntar só seguinte: desde que há regras, quando a regra é quebrada, quem pune essa ação?
“Mãe Juju - O próprio santo, ou a mãe-de-santo : Olha você não venha mais aqui, não venha fazer isto aqui que esta errado, quando você estiver bêbado, ou quando você estiver bebendo, não venha mais dar santo aqui, não venha desrespeitar a casa”.
“O Pesquisador - Como é a punição do orixá? Será que eu poderia resumir assim: doença, morte, perda de emprego, perder a família, ficar sem nada de repente e sem motivo aparente, enlouquecer, dar tudo errado, a própria casa-de-santo desabar, isto é, todo mundo ir embora...?
“Todos - Isso”
Além do constante medo de punições em que vive o devoto do orixá, ele deve ainda submeter-se a rituais e sacrifícios nada agradáveis a fim de satisfazer os deuses.

b.) No cristianismo. Escrevendo a Timóteo, Paulo declara: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”. (I Timóteo 2:5)/. É somente pela obra redentora do Calvário que somos reconciliados com Deus (Efésios 2:11-22). Temos um Pai amável que conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó (Salmos 104:14). Deus não nos deu o espírito de medo (II Timóteo 1:7), e o cristão não é forçado a seguir a Cristo, mas o faz espontaneamente (João 6:67-69). A Bíblia diz que aquele que teme não é perfeito em amor, pois no amor não há temor (I João 4:18). Ainda que haja fracassos na vida do cristão, ele não precisa ter medo de Deus, pois Ele é grandioso em perdoar (Isaías 55:7), e que temos um sumo-sacerdote que se compadece de nossas fraquezas (Hebreus 4:15). Este é, de maneira bem resumida, o perfil do Deus da Bíblia - bem diferente dos orixás, que na maioria das vezes, são vingativos e cruéis com seus “cavalos”.

3. O Sacrifício Aceitável
a.) Nos cultos-afros. Ao evangelizar os adeptos dos cultos- afros, é necessário conhecer também o significado do termo “ebó”. De acordo com Cacciatore, ebó é a oferenda ou sacrifício animal feito a qualquer orixá. Às vezes é chamado vulgarmente de “despacho”, um termo mais comumente empregado para as oferendas a Exú (um dos orixás, sincretizado com o diabo da teologia cristã), pedindo bem ou mal de alguém.
b.) No cristianismo. Precisamos lembrar o que o apóstolo Paulo tem a dizer sobre isto: “Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”(I Coríntios 10:20_21). Os sacrifícios de animais no Antigo Testamento apontavam para o sacrifício perfeito e aceitável de Jesus Cristo na cruz. A Bíblia diz em Hebreus 10:4: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados. Somente Jesus pode fazê-lo, pois ele é o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”(João 1:29). “Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”(Hebreus 9:22), e o “sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado”(I João 1:7). Concluímos esta parte com Hebreus 10:12: “Mas este (Jesus), havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus.”

4. Encarando a Morte
a.) Nos cultos afros: Ao dialogar com os adeptos dos cultos-afros - principalmente do Candomblé - alguém se cientifica de que os orixás têm medo da morte (quem menos tem medo da morte é Iansã). Quando um filho ou filha-de -santo está próximo da morte, seu orixá praticamente o abandona. Esta pessoa já não fica mais possessa, pois seu orixá procura evitá-la.
b.) No cristianismo. Isto é exatamente o contrário do que o Deus da Bíblia faz. Suas promessas são sempre firmes. “Não te deixarei, nem te desampararei”(Hebreus 13:5). O salmista Davi tinha esta confiança em Deus ao ponto de poder dizer. “Ainda que eu andasse na sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam: (Salmos 23:4). Nosso Deus não nos abandona em qualquer momento de nossas vidas, e muito menos na hora de nossa morte. Glória a Deus!5. Salvação e Vida Após a Morte
a.) Nos cultos afros. Nestas religiões o assunto de vida após a morte não é bem definido. Na Umbanda , devida à influência kardecista, é ensinada a reencarnação. Já o Candomblé não oferece qualquer esperança depois da morte, pois é uma religião para ser praticada somente em vida, segundo os seus defensores. Outros pais-de-santos apresentam idéias confusas, tais como: “quando morre, a pessoa vau para a mesa de Santo Agostinho”ou “vai para a balança de São Miguel.”
b.) No cristianismo. A Bíblia refuta claramente a doutrina da reencarnação (ver Hebreus 9:27; :Lucas 16:19-31)./ Ela ensina que, para o cristão, estar ausente do corpo é estar presente com o Senhor (II Coríntios 5:6). O apóstolo Paulo afirma que a nossa cidade está no céu (Filipenses 3:20), e que para os cristãos há um reino preparado desde a fundação do mundo (Mateus 25:34)

6. A Verdadeira Liberdade
a.) Nos cultos afros. Freqüentemente, as pessoas tem medo de deixar os cultos afros para buscar uma alternativa. Foi-lhes dito que se abandonarem seus orixás (ou outros “guias”) e não cumprirem com suas obrigações, terão conseqüências desastrosas em suas vidas.
b.) No cristianismo. Entretanto, isto não é verdade. Estas pessoas podem sair e encontrar a liberdade e uma nova vida em Cristo, como é o caso de Helena Brandão (Darlene Glória) e de muitos outros. A Bíblia diz que “Para isto o Filho de Deus se manifestou; para desfazer as obras do Diabo ( João 3:8; veja ainda Números 23:23; Lucas 10:19; João 8:32-36 e I João 4:4; 5:18).

VI - Conclusão
Pela graça e misericordia de Deus temos visto muitas pessoas abandonando os cultos afros e se entregando a Jesus, como no caso da irmã Nadir que foi 19 anos mãe-de-santo e hoje pode testemunhar da verdadeira liberdade que Jesus oferece a todos os adeptos do Candomblé e Umbanda, Foi isso também o que aconteceu com Georgina Aragão dos Santos, ex-mãe-de-santo. Sua transformação foi contada pelo bispo Roberto McAlister, da Igreja de Nova Vida, no Rio de Janeiro, no livro Mãe-de-Santo.” Ao nascer, foi marcada com quatro cortes de faca no braço direito. A parteira que a marcou, uma africana do Candomblé, ainda fez a declaração: “Esta menina tem de ser mãe-de-santo. Não poderá fugir nunca a esse destino”. Aos nove anos de idade teve o seu primeiro contato com o Candomblé. Veio depois a iniciação, tornando-se mais tarde mãe-de-santo e cartomante. Envolveu-se também com a Umbanda. Pôr muitos anos, viveu experiências incríveis e até mesmo repugnantes impostas pelos guias. O encontro com Cristo, a libertação, a paz e a alegria do Espírito Santo tornaram-se realidade em sua vida quando passou a ouvir a Palavra de Deus no auditório da A.B.I. no centro do RJ. Ainda bem que Nadir e Georgina não são as únicas,, pois são inúmeros os casos de pessoas que passaram muito tempo escravizadas pelos guias e orixás e hoje levam uma vida feliz com Jesus.

Outras fontes:

Dr. Paulo Romeiro
BUDISMO - A RELIGIÃO DE BUDA: O ILUMINADO - www.icp.com.br
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“Ali [em Jesus] estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo” (Jo 1.9)
O budismo é uma das mais antigas religiões não-cristãs, e, séculos após séculos, continua fazendo discípulos muito além das terras orientais. A origem do budismo está no hinduísmo, religião na qual Buda é considerado a nona encarnação ou avatar de Vishnu.

Trata-se do sistema ético, religioso e filosófico criado na região da Índia pelo príncipe hindu Sidarta Gautama, o Buda, que viveu entre 563 e 483 a.C., aproximadamente. Buda, que é um título e não um nome próprio, significa “aquele que sabe” ou “aquele que despertou”, e deriva-se de Bodhati, que quer dizer “ele desperta-se” ou compreende”. Tal título é aplicado a alguém que atingiu um nível superior de entendimento e a plenitude da condição humana.

Quem foi Sidarta Gautama?

Sidarta nasceu em uma família nobre do Nepal e, desde a natividade, recebeu o título de príncipe. Foi criado em confinamento no palácio até os 29 anos, idade em que, ao desabrochar para o mundo e conhecer suas fragilidades, ficou extremamente chocado ao descobrir as doenças, a velhice e a morte. A partir daí, esmerou-se por obter respostas que pudessem explicar as causas do sofrimento humano. Uniu-se a um grupo de ascetas, indivíduos que praticavam o exercício prático que levava à efetiva realização da virtude e à plenitude da vida moral e, então, iniciou um período monástico de seis anos, no qual apenas jejuou e meditou.

Esta autoflagelação, entretanto, não proporcionou a Sidarta a elucidação de seus questionamentos, frustração que o levou a separar-se do grupo originário. Nesse período, segundo ele, estava sentado, sozinho, sob uma figueira, quando teve a revelação das “quatro verdades nobres” do budismo, cujo conteúdo sintetiza sua doutrina.

Segundo consta, Sidarta morreu aos oitenta anos de idade, aproximadamente. E, de acordo com a tradição, o Buda teria sido cremado e suas cinzas distribuídas pelo território, para que fossem guardadas como relíquias sagradas. É a partir daí que a veneração budista tem o seu início.


O canôn budista

O Tripitaka é a principal obra canônica budista, conhecida como coleção budista e traduzida no sânscrito para “coleção tripla” ou “três cestos”. Esta obra encerra os escritos budistas mais antigos e consta da organização de 31 livros em três volumes, ou cestos. O primeiro é o cesto da disciplina (vinaia pitaca), que versa sobre normas que devem ser observadas pelos monges e monjas. O segundo é o cesto de discursos (suta pitaca), cujo conteúdo constitui-se dos sermões e parábolas de Sidarta e seus discípulos. E, finalmente, o terceiro, o cesto da última doutrina (abidama pitaca), que são comentários baseados nas doutrinas budistas em geral.

Pontos doutrinários básicos do budismo

Buda ensina que a verdade foi descoberta por ele e não inventada. Assim, qualquer pessoa poderá, também, descobri-la seguindo seus ensinamentos. Segundo os budistas, crer em Buda não significa crer em sua imagem e muito menos adorá-la, mas, sim, crer e adorar a “verdade” que ele descobriu e que constitui a Lei da Natureza. A fé, na concepção budista, é uma predisposição interior que propicia ao homem abrir o coração para a chamada “tríplice pedra preciosa”: o Buda; o Dharma (a lei do budista) e o Sangha (sua comunidade). Esta fé, entretanto, permite ao budista acumular a prática de antigas religiões nas quais desenvolveu crenças, podendo, inclusive, definir, dentre quantas desejar, a divindade a qual deverá devotar sua adoração.

A concepção de Buda a respeito de Deus era semelhante à do ateísmo, divergindo apenas quanto à existência de Deus. Ou seja, para Sidarta tal existência era inútil, porque ele achava que a confiança em divindades ou em demônios não ajuda nem atrapalha. O homem deveria sempre depositar sua confiança em si mesmo e vencer o sofrimento, essência da vida humana. Sidarta enfatizava que o sofrimento procedia do desejo e que, para se atingir a salvação, seria necessário eliminá-lo. Quando se consegue isso, entra-se em um estado de “bem-aventurança”, que seria o nirvana. Quando se alcança o nirvana, a alma humana torna-se uma com o Absoluto, isto é, a realidade última. Os ensinos (Dharma) de Sidarta encontram-se resumidos nas “quatro verdades nobres”. São elas:

A realidade do sofrimento. Todo sofrimento humano é resultado do carma passado. As ações de uma pessoa determinarão o ciclo de reencarnações pela qual ela terá de passar até chegar ao nirvana.
A causa do sofrimento. A causa do sofrimento é o desejo: gratificação, o desejo da existência e também o desejo da não-existência.

O fim do sofrimento. O sofrimento pode e deve ser totalmente eliminado. O objetivo central do budismo é dar ao homem a eterna libertação do sofrimento por meio da libertação de todo o desejo, o que equivale a ser liberto do ciclo interminável de reencarnações e entrar no bem-aventurado estado do nirvana.
O caminho para a eliminação do sofrimento. Trata-se de oito passos básicos destinados a suprimir o desejo e, desta maneira, abrir o caminho para a iluminação, conhecido como “os oito caminhos nobres”. Os caminhos estão divididos em três categorias. Vejamos. Moralidade: palavras, ações e vida corretas. Concentração: sabedoria, esforço e pensamento corretos. Visão (ou compreensão) correta e aspirações corretas.
Estas doutrinas têm sido compreendidas e proclamadas principalmente por três grandes escolas de filosofia budista, a Hinayana, a Mahayana e a Vajrayana.

O pequeno veículo

O Hinayana é a forma mais remota dessa religião. Forma que também é conhecida como Theravada, cujo significado é “pequeno veículo”, uma expressão que explica o fato de só os monges terem acesso a esta corrente, possuindo maior expressividade nos países do sul da Ásia, como Sri Lanka, Mianmar, Camboja, Laos e Tailândia. Seus seguidores acreditam que a única forma de se alcançar o nirvana (estado de ausência total de sofrimento) é detendo a paz e a plenitude que a pessoa obtém por meio de uma evasão de si mesma na expansão da sabedoria, além de resignar-se a um estilo de vida dentro de uma ordem monástica.

A sociedade dos monges está dividida em duas partes, cada qual para o respectivo sexo. Seus componentes seguem uma rotina bastante sistemática: levantam-se cedo, buscam a esmola antes do meio-dia e, num ato contínuo, realizam a única refeição diária. À tarde, entregam-se à meditação e ao repouso até a hora estabelecida para a leitura das escrituras, durante a reunião pública. A noite é reservada para o banho purificador, seguido por um longo período de diálogo que se desenrola entre grupos de dois ou mais irmãos da casta monástica. Além do costumeiro jejum praticado entre os monges e monjas, há uma reunião para a celebração do uposatha (observância), ritual que se constitui em um retiro de rigorosos jejuns realizado a cada quarto de Lua.

O grande veículo

Trata-se do budismo Mahayana. Esta vertente do budismo surgiu no século 2 a.C. e, no sânscrito, é traduzida por “grande veículo”, por permitir que um grande número de pessoas alcance a salvação. O Mahayana define que (ainda que a aspiração final do ser humano seja o nirvana) o sábio (conhecido como bodhisattva ou futuro Buda) tem o poder e o dever de adiar sua morte e libertação do sâmsara para dedicar-se a ensinar aos seus semelhantes os meios para se chegar ao nirvana, e isso por meio de atitude prioritária de compaixão para com os demais seres humanos.

Duas correntes budistas se projetam com destaque dentro desta filosofia bastante conhecida no Ocidente: o budismo tibetano e o zen-budismo.

O budismo tibetano despontou no final do século 8, depois da fusão das tradições que derivavam do budismo e do hinduísmo, quando passou a ser reconhecido como a primitiva religião do Tibete. É nesta ramificação budista que se encontra o representante de uma famosa ordem monástica, o chefe espiritual dalai-lama, considerado um bodhisattva.
Já o zen-budismo nasceu no século 6, na China, onde foi introduzido pelo mestre indiano Bodhidarma. Difundiu-se, principalmente, no Japão, a partir do final século 12, e passou a influenciar a cultura e as artes marciais e, acima de tudo, o modo de pensar do povo japonês. Está alicerçado no exercício da meditação e na prática da postura e da respiração como meios de se atingir os ápices desejados e confere muito mais ênfase a esta nuança da seita do que aos exercícios teóricos e aos estudos das escrituras. Os praticantes desta modalidade do budismo acreditam que o corpo é dotado de sabedoria própria e que tal sabedoria deve ser empregada para fins de ordenamento da vida cotidiana.

O zen-budismo tem como base os chamados sutras que, na literatura da Índia, são tratados nos quais se reúnem, sob a forma de breves aforismos, as regras do rito, da moral e da vida cotidiana. Os sutras do rito Mahayana são quatro: o da sabedoria, o da flor de lótus, o do lótus sublime e o do Buda Amina.

O veículo do diamante

Trata-se do budismo Vajrayana, traduzido também por “veículo do diamante”. É a corrente menos difundida, porém, a que mais aponta diversidade com as origens do budismo, perseverando em aspectos que mereceram apenas a crítica de Buda, ou seja, o ritualismo, a mística e a magia. Reclamou espaço como corrente budista no século 6, propagando-se posteriormente pela Mongólia e Tibete, onde é conhecido como Lamanismo, uma vez que reconhece a autoridade tanto política quanto religiosa do dalai-lama, personalidade máxima no budismo tibetano.

O budismo hoje

Embora os preceitos budistas não tenham a pretensão de possuir uma validade absoluta, contempla-se entre seus adeptos um ardor missionário bastante expressivo. Esta filosofia propaga o próprio desejo de Buda, de que seu conhecimento seja transmitido ao mundo e não restrito a um grupo específico no meio budista. Após a morte de Buda, o grupo religioso passou a se alastrar em regiões muito além de suas origens. Apresentando um discurso que versa sobre a libertação de todos os homens, o budismo hoje possui um número de seguidores equiparável ao número de evangélicos, conquistando a simpatia de inúmeras pessoas no Ocidente.

A simbologia da flor de lótus

“As portas da iluminação se abrirão para todos, indiscriminadamente, com uma única condição: a fé e a compaixão”. Fé como sentimento que nos une por meio da essência; e compaixão como atividade que nos une por meio da prática e vivificação desta essência. Este é um fragmento do sutra de lótus, muito reverenciado entre os mais de oitenta mil ensinamentos atribuídos a Buda.

A flor de lótus é sagrada no budismo. É a responsável por conferir designação à posição mais tradicional para a prática de meditação budista. A planta desabrocha em mangues, mas sem que sua flor seja maculada com as impurezas do local. Os budistas entendem como local impuro o mundo em que vivemos e a flor de lótus, a prática transformadora na fé e na compaixão, em sintonia com Buda. Assim essa flor jamais se manchará. É importante salientar que esta flor possui a característica de desabrochar com a semente do próximo fruto. Logo, se perpetua, assim como deve se perpetuar e gerar frutos as práticas dos budistas.

O budinha

Quem nunca viu a imagem carismática do budinha japonês, barrigudo e baixinho, sentado na posição de lótus? Muito comum em nosso país, essa silhueta de Buda é completamente equivocada. Sidarta Gautama era hindu e nunca teve estas características, antes, diz-se que chegou a emagrecer até a ponto de ficar em “pele e osso” por se dedicar a práticas austeras.

A crendice popular prega que o ato de deixar a imagem do budinha de costas para a porta é capaz de impedir que os males entrem em casa. É muito freqüente também o depósito de moedas à sua volta, como uma espécie de oferenda.

Entretanto, essa imagem não surgiu do imaginário popular. O budinha realmente existiu. A verdadeira identidade do budinha é Hotei ou Hotei-san. Era um monge zen chinês peregrino que possuía exatamente os traços anatômicos aqui destacados. Devido à sua aparência farta, artisticamente foi integrado em muitas obras artísticas e poesias. Não há dados precisos acerca de quando e porquê ele passou a figurar entre os santinhos da sorte. Hotei-san faleceu em 916 d.C.
Ateísmo


A loucura dos que não crêem - Eguinaldo Hélio de Souza
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Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada em 2000, dá conta de que aumentou o número dos ateus, pessoas que afirmam abertamente não crer na existência de algum deus ou de um mundo sobrenatural.
A maioria desse contingente é atéia na prática, ou seja, não apresenta nenhum tipo de fé religiosa e não “perde” tempo refletindo sobre a existência de Deus. São pessoas que, de fato, assumiram um modus vivendi em que não há espaço para a religião. Mas, apesar de suas convicções, não apresentam argumentos sólidos para o seu ateísmo.
Um número mais reduzido desse grupo, tanto no Brasil quanto no exterior, pode ser classificado como ateus filosóficos, isto é, pessoas racionalmente preparadas para justificar sua descrença, pois se ocupam em formular argumentos lógicos que justifiquem a sua posição. Poderíamos, ainda, chamar os ateus filosóficos de “incrédulos conscientes”.

Também, vale destacar um outro tipo de ateu, mais agressivo, detectado pela pesquisa em pauta: o militante. Esses ateus não somente não crêem na existência de Deus como também são contra aos que crêem. Tanto é que procuram persuadir os outros para a sua “fé sem deus”. Então, criaram o site Sociedade da Terra Redonda, cujo objetivo é reunir todos os ateus em sua militância. O site possui 820 colaboradores e recebe cerca de 75.000 visitas por mês.
Salientamos que os ateus militantes parecem dirigir toda a sua animosidade principalmente aos cristãos. Seus sites estão repletos de refutações à Bíblia e, entre eles, existem pessoas que se ocupam em desmentir os milagres de cura que ocorrem nas igrejas evangélicas e também em apontar as falhas da Igreja Cristã através da História, entre outras coisas. Além de negarem a existência de Deus de forma geral (pois ateu significa “sem Deus”), acabam se tornando, na maioria das vezes, antideus, isto é, contra Deus, ou, mais precisamente, anticristãos.

O ateísmo hoje
O ateísmo, como vem sendo propagado atualmente, não se contenta apenas em não crer na existência de Deus. Prega que a religião não é só inútil, mas também é má. E, ao lado de sua crítica à religião, divulga uma crença que dá possibilidade ao homem de resolver seus próprios problemas sem necessitar de uma força exterior. Em verdade, é um humanismo, não um humanismo que valoriza o ser humano, mas um humanismo que opõe Deus e homem, colocando este último como senhor e salvador de si mesmo.

O Credo Americano Ateísta corrente declara:
“Um ateísta ama a si mesmo e ao seu próximo ao invés de amar um deus. Um ateísta aceita que céu é uma coisa pela qual nós devemos trabalhar agora, aqui na terra, para que todos os homens possam desfrutar juntos. Um ateísta admite que ele não pode conseguir ajuda pela oração, mas que devemos encontrar em nós mesmos a convicção interior e a força para achar a vida, para resolver seus problemas, para subjugá-la e para desfrutá-la. Um ateísta aceita que somente no conhecimento de si mesmo e de seu próximo os homens podem encontrar o entendimento que o ajudará em uma vida de plenitude”.

Um aspecto importante que precisa ser mencionado: os ateus não negam apenas a existência de Deus, mas de qualquer realidade que não seja material, isto é, que não possa ser percebida pelos cinco sentidos. Para eles, não existe uma dimensão espiritual, habitada por anjos ou demônios. A única coisa que existe é o mundo físico, tangível, e nada mais além disso.

O impacto do pensamento científico
“A fundação indestrutível do edifício inteiro do ateísmo é a sua filosofia: o materialismo, ou naturalismo, como também é conhecido. Essa filosofia considera o mundo como ele é na verdade, visto na luz dos dados providos pela ciência progressiva e experiência social. Materialismo ateísta é o resultado lógico de conhecimento científico ganho durante os séculos” (grifo do autor).

A colocação acima pertence ao artigo “Materialismo versus idealismo”, de Madalyn Murray O’Hair, fundadora da organização American atheists (“Ateístas americanos”), que serve de inspiração para os ateus brasileiros. Com essa afirmação, a autoria lança uma das pedras de toque do pensamento ateísta: o conhecimento científico.
Embora não signifique que todos os envolvidos com o pensamento científico sejam ateus, o contrário geralmente é verdade. Os ateus atribuem sua incredulidade quanto às coisas divinas e espirituais alegando que as mesmas não podem ser comprovadas cientificamente. Basta lembrar que Yuri Gagarin, o primeiro russo a andar no espaço, fez questão de dizer “Não vi nenhum Deus”.

Desde o período do Iluminismo1, o conhecimento científico foi adquirindo mais e mais prestígio. Os benefícios trazidos pela tecnologia criaram um sentimento geral de que o homem poderia, sozinho, resolver seus próprios problemas, bastando, para isso, ter o conhecimento necessário. De repente, o Universo não era mais um objeto misterioso movido pelas mãos do Altíssimo, mas uma máquina perfeita regida por leis que podiam ser medidas e utilizadas em proveito próprio. O século XVIII viu surgir a filosofia materialista de Hume2, na qual não havia lugar para quaisquer coisas que não fossem tangíveis, palpáveis. A física de Newton e a química eram ciências suficientes para explicar todos os fenômenos.

É óbvio que a descoberta das leis da física e da química não é um fundamento aceitável para negar a existência de Deus. Toda lei tem seu legislador e a coisa mais fácil de concluir é um Universo regido por leis estabelecidas pelo Criador. Mas muitos, no afã de menosprezar a fé, lançaram mão desse instrumento para afirmações ateístas.
Há um site americano que divulga uma lista de “celebridades ateístas” que inclui filósofos (Thomas J. Altizer, Paul e Patrícia Churchland, Paul Edwards, Antony Flew, Michael Martin e Kai Nielsen), cientistas (Francis Crick, Richard Leakey e Stephen J. Gould), políticos (Fidel Castro e Tom Metzger), famosos (Woody Allen, Ingmar Berman, Bill Blass, Marlon Brando,Warren Buffett, George Carlin, Dick Cavett, George Clooney, Patrick Duffy, Katherine Hapburn, Arthur Miller, Jack Nicholson e Penn and Teller) e homens de negócio (Bill Gates, entre outros também conhecidos).

Todavia, ser cientista não obriga ninguém a ser ateu. Se isso fosse verdade, todos os cientistas seriam ateus, o que não é um fato. Inclusive, um dos maiores pensadores do século XX, autor do best-seller Uma breve história do tempo, não vê qualquer dificuldade em crer na existência de Deus. Muito pelo contrário: “O pai da cosmologia moderna, o inglês Stephen Hawking, acha fascinante a chamada hipótese teológica, a idéia de que entender Deus seria o alvo supremo da física, mas alega que o caminho para chegar lá é a ciência, e não a metafísica ou o misticismo. Quando lhe perguntam se Deus teve um papel no Universo antes do Big Bang, a suposta explosão primordial que teria criado o cosmo, Hawking admite que sim: acho que só Ele pode responder porque o universo existe” (grifo do autor).3
Sobre este assunto, uma citação do teólogo Charles Hodge, que deveria ser observada por aqueles que defendem o pensamento científico:
“Desde os primórdios da ciência moderna, vêm emergindo constantemente aparentes discrepâncias entre a natureza e a revelação, o que, por algum tempo, tem ocasionado grande escândalo a crentes zelosos; em cada exemplo, porém, sem a menor exceção, tem sido descoberto que o erro se encontra ou na generalização apressada da ciência, devido ao conhecimento imperfeito dos fatos, ou na interpretação tendenciosa das Escrituras”.4

O efeito Darwin
“Após ter lido A origem das espécies, de Charles Darwin, Marx escreveu uma carta ao seu amigo Lassalle na qual exulta porque Deus - ao menos nas ciências naturais - recebeu o golpe de misericórdia”.5
Não que essa fosse a intenção do naturalista Charles Darwin, mas suas idéias foram e ainda são utilizadas pelos ateus do mundo inteiro como argumento para provar que o simples fato de o mundo existir não demanda a existência de um Criador. Segundo a teoria da Evolução das Espécies, o mundo é o resultado de bilhões de anos de evolução, pela qual as formas de vida mais simples evoluíram para as formas de vidas mais complexas, até chegarem no homem.

Essa questão ferveu na Inglaterra do século XIX e, depois, no mundo inteiro. Conceber o Universo em termos evolutivos foi o padrão que, desde então, serviu para considerar a evolução como algo inerente à natureza de todas as coisas. Assim, não havia a necessidade de um agente externo, ou seja, Deus. Com sua teoria, Darwin proporcionou aos incrédulos aquilo que ainda lhes faltava: uma “base científica” para a negação de Deus.

Isso, no entanto, não significa que Darwin estava negando a existência de Deus. Em verdade, ele estava atribuindo o fato biológico ao Criador. Mas aqueles que buscavam ensejo para anular o argumento da criação como prova da existência de Deus usaram sua teoria como base. Logo, ser ateu por causa da evolução era uma opção de crença, e não uma conseqüência da teoria de Darwin. Até porque havia muitos teístas (pessoas que admitem a existência de um Deus pessoal como causa do mundo) entre aqueles que acreditaram na evolução.

Nosso propósito aqui não é discutir sobre a teoria da Evolução das Espécies. Mas é importante saber que, mais de cem anos depois, muitas dúvidas ainda pairam sobre essa teoria, insuficiente para explicar a origem do homem. Embora admita a evolução, o historiador sueco Karl Grimberg, no princípio de sua História Universal, comenta o seguinte: “se (conjunção condicional) a estrutura anatômica do homem é o culminar de uma longa evolução, foi, no entanto, repentino o nascimento da sua inteligência. Tudo faz supor que o limiar por onde se ascendeu diretamente o pensamento foi transposto de uma só vez” (grifo do autor).6

Grimberg fez essa declaração em 1941. Mas é impressionante a recente observação da revista Veja sobre o comentário de um dos maiores neodarwinistas da atualidade: “... o biólogo Ernst Mayr, da Universidade de Harvard, também concorda que apenas o desenrolar das leis naturais talvez explique o surgimento da vida na Terra – mas isso certamente não pode ser invocado para explicar o aparecimento de seres inteligentes. Lendário pelo ceticismo, Mayr não fala em milagre. Nem pode. Ele é considerado o maior neodarwinista vivo. Mas seu cálculo sobre a possibilidade de a natureza produzir seres inteligentes pelos processos evolutivos conhecidos é quase uma sugestão de que os seres humanos são mesmo produtos sobrenaturais” (grifo do autor).7

A espada de Karl Marx
De todos os movimentos que se rebelaram contra a crença em Deus, o marxismo foi o mais relevante. Toda a ideologia marxista e as demais que dele se originaram (comunismo, socialismo, leninismo e maoísmo) apresentavam uma aversão profunda contra toda e qualquer religião, principalmente o cristianismo. O ateísmo foi ensinado nas escolas e inculcado nos cidadãos que viviam sob essa orientação ideológica desde a mais tenra idade e em todo lugar. Muitos dos argumentos que os ateus atuais lançam contra Deus eram comumente utilizados pelos países comunistas/socialistas.

“O ateísmo de Marx certamente era de uma espécie extremamente militante. Ruge escreveu a um amigo: Bruno Bauer, Karl Marx, Christiansen e Feuerbach estão formando uma nova ‘Montagne’8 e fazendo do ateísmo o seu lema. Deus, religião e imortalidade são derrubados de seu trono e o homem proclamado Deus”. E George Jung, um jovem próspero, advogado de Colônia e partidário do movimento radical, escreveu a Ruge: “Se Marx, Bruno Bauer e Feuerbach, juntos, fundarem uma revista teológico-filosófica, Deus faria bem em cercar-se de todos os seus anjos e se entregar à autopiedade, pois estes certamente o tirarão de seu céu [...] Para Marx, de qualquer forma, a religião cristã é uma das mais imorais que existe” (grifo do autor).9

Como vemos, nem sempre o ateísmo existiu como uma crença passiva, como uma indiferença à religião. Dentro do conceito marxista, o ateísmo deveria substituir a crença em Deus, nem que para isto fosse necessário usar de violência. Não precisamos registrar aqui os milhares de mártires resultantes da implantação da ideologia comunista. Como escreveu Richard Wurmbrand, fundador da Missão a Voz dos Mártires: “Poso entender que os comunistas prendam padres e pastores como contra-revolucionários. Mas por que os padres foram forçados a dizer a missa sobre excrementos e urina, na prisão romena de Piteshti? Por que cristãos foram torturados para tomarem a comunhão com esses mesmos elementos? Por que a obscena zombaria da religião?”.10

O ateísmo militante no Ocidente
O atual movimento ateísta pode não ser algo tão inofensivo quanto se imagina. Marx foi um filósofo, não um carrasco. Mas não podemos dizer o mesmo de muitos de seus filhos ideológicos, como, por exemplo, Lênin e Stalin, na ex-URSS, e Mao Tse Tung, na china. A perseguição religiosa durante os seus governos, e também depois, mostra claramente que o ateísmo pode tornar-se tão intolerante quanto qualquer religião.
O ateísmo morreu com a queda da cortina de ferro para, agora, renascer no Ocidente, apoiado pela liberdade democrática, com o risco de tornar-se uma crença intolerante e agressiva.

A postura acadêmica de muitos ateus ocidentais da atualidade está em agudo contraste com alguns dos mais coloridos ateístas dos tempos passados. A fundadora da organização American atheists (“Ateístas americanos”), Madalyn Murray o’Hair, ficou conhecida mais por sua linguagem grosseira e ultrajes explosivos contra manifestações públicas de religião do que por suas proezas intelectuais. Ela veio a público em 1963, mas foi em 1959 que sua causa judicial, envolvendo seu filho, chegou à Suprema Corte. No caso Murray versus Curlett, a Corte declarou ilegal a oração obrigatória nas escolas públicas e, com isso, incentivou Murray, com uma carreia de mais de 30 anos, a criar uma América livre de religião.
Murray, freqüentemente, debatia em público, denunciando, de forma voraz, o cristianismo e lutando em favor do ateísmo. Iniciou muitos processos para que a sociedade americana ficasse livre de qualquer religião. Em um deles, a solicitação para que as notas e moedas americanas não trouxessem a frase “Em Deus nós confiamos”.

Chegou a afirmar, algumas vezes, que a American atheists tinha mais de 75.000 adeptos, porém, o mais exato é que tivesse apenas cerca de 5.000.
Em 1995, ela e sua família desapareceram com grandes porções dos fundos de suas várias organizações, exceto seu filho William Murray (objeto de seu processo judicial inicial), isolado por ela por ter-se convertido a Cristo. Os desaparecidos foram considerados assassinados.

Bases históricas dos ateus
Alguns sites, como o www.oateufeliz.com.br, por exemplo, fazem menção das mortes efetuadas pela Inquisição católica e pela colonização protestante na América para combater a crença em Deus. Todavia, querer provar que Deus não existe por esse motivo é um tanto quanto sem fundamento. Os ateus não podem esquecer que Stálin, Lênin e Mao Tse Tung mataram milhões de pessoas inspirados no socialismo ateu, conforme divulgado por Karl Marx.

Da mesma forma, o Nazismo dizimou a raça judaica e milhares de outras minorias por conta de suas teorias racistas, baseadas no darwinismo e no filósofo ateu Friederich Nietzsche.11 Mas não podemos negar a existência de Marx, Darwin e Nietzsche pelo fato de seus escritos terem sido utilizados de forma perversa.

Na verdade, as guerras e os massacres ocorrem motivados pelo desejo de poder e pela ambição por riquezas. A religião apenas serve de justificativa para tais atos, assim como o ateísmo serviu de motivo para que milhares de cristãos fossem massacrados em países comunistas. Assim, se a religião, por motivos históricos, pode ser classificada como nociva, o ateísmo também pode. Se, porém, separarmos os frutos bons dos ruins, veremos que a fé em Deus produziu os melhores.
Se os homens erraram dentro da História do Cristianismo, isso apenas indica que eles estavam fora dos padrões de Deus, e não um fundamento que sirva para provar que Deus não existe. Uma coisa é dizer que Deus não existe. Outra bem diferente é mostrar que o homem não tem obedecido a Deus como deveria.

Deus realmente existe
As Escrituras não procuram, em nenhum ponto, provar a existência de Deus. Ela apenas o admite. Os santos do Antigo e do Novo Testamento que falaram inspirados por Deus não diziam que acreditavam em sua existência, mas que o conheciam – o que depreende bem mais. Com certeza, o conhecimento de Deus, conforme a Bíblia, é algo diferente do conhecimento científico baseado nos sentidos.

Mas, então, para que tentar provar a realidade de Deus?

Em primeiro lugar, porque muitos são sinceros em suas dúvidas.
É verdade que alguns não querem crer e, por isso, procuram desculpas para sua atitude. Outros querem acreditar sim, mas, infelizmente, encontraram diversos motivos para não fazê-lo. É aí que entramos com a evidência.
Em segundo, porque tudo aquilo que fortalece a nossa fé é útil. É por isso que muitos buscam provas, não para crerem, mas porque já crêem.
E em terceiro, porque esta é uma maneira de estarmos conhecendo um pouco mais da natureza de Deus e, com certeza, isso é algo bom e recomendável.

1. A criação
Alguém que ainda não tenha lido a complicada teoria de Darwin achará óbvio a existência de um Criador. Toda criação pressupõe um criador. Esta maravilha toda não pode ter surgido por acaso. Como já disse alguém: “Faz tanto sentido concluir que o cosmo é o mero resultado de uma explosão quanto achar que um livro pode surgir da explosão de uma gráfica”. Independente do que digam os ateus ou os cientistas, a criação é uma prova inegável da existência de Deus. “Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder quanto a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.20).

2. Desígnio e ordem
O Universo não apenas existe, mas existe com ordem, com desígnio, com evidências de uma inteligência criadora. A ordem no Universo mostra que ele fora criado com inteligência e com propósito, não surgiu e se tornou o que é por mero acaso. “Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo pela sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12). Um mero sacerdote do século VII a.C. percebeu e registrou isto de forma poética e inspirada, mas os céticos modernos se recusam a aceitar o óbvio.
“Galeno, célebre médico de inclinações ateísticas, depois de ter feito a anatomia do corpo humano, examinando cuidadosamente seu arcabouço, visto quão adequada e útil é cada parte, percebido as diversas intenções de cada pequenino vaso, músculos e ossos, e a beleza do todo, viu-se tomado pelo espírito da devoção e escreveu um hino ao seu Criador”.12

3. Senso comum
“Visto que o que de Deus se pode conhecer, neles (nos homens) se manifesta, porque Deus lhes manifestou” (Rm 1.19).
Desde o Iluminismo, a “crença” dos incrédulos era que, à medida que o conhecimento científico fosse aumentando entre a população, a religião entraria em decadência. Engano. O contrário sim, é verdade. E isso é testemunhado pelas próprias estatísticas.
Embora um ateu rejeite isso como prova, a verdade é que a própria natureza humana é um inegável testemunho a favor da existência de um ser supremo. Em todos os povos e em todas as épocas, a idéia de um Ser supremo sempre esteve presente, independente do grau de desenvolvimento. Mas não havia ateus materialistas? Sim, mas em um grau tão pequeno que não passavam de exceções confirmando a regra. Podemos até afirmar que o ateísmo é antinatural, é contra o comportamento e a noção comum do ser humano.

“No início do século XX acreditava-se que quanto mais o mundo absorvesse ciência e erudição menor seria o papel da religião. De lá para cá, a tecnologia moderna se tornou parte essencial do cotidiano da maioria dos habitantes do planeta e permitiu que até os mais pobres tivessem um grau de informação inimaginável 100 anos atrás. Apesar de todas essas mudanças, no início do século XXI o mundo continua inesperadamente místico. O fenômeno é global...” (grifo do autor).13
Os ateístas apresentam páginas e páginas de teorias para negar a existência de Deus. Mas todas elas despedaçam-se diante dos fatos. A crença do homem em Deus pode até ser confundida, mas a realidade mostra que jamais pôde ser apagada. Sobre isso se pronunciou o teólogo Evans:
“O homem, em toda parte, acredita em um Ser supremo ou seres a quem é moralmente responsável e a quem necessita oferecer propiciação. Tal crença pode ser crua ou grotescamente representada e manifestada, mas a realidade do fato não é mais inválida por tal crença do que a existência de um pai é invalidada pelas cruas tentativas de uma criança para desenhar o retrato de seu pai”.14

Raciocínios fúteis e corações insensatos
No decorrer da história cristã, os teólogos desenvolveram enormes argumentos filosóficos e naturais para provar a existência de Deus. Muitos desses argumentos apresentam uma profundidade de pensamento impressionante. Só por esse aspecto é fácil concluir que o conhecimento natural não é, de forma nenhuma, inimigo do conhecimento de Deus. O que impede muitos eruditos de admitir esta verdade é o orgulho e a presunção, pois, em verdade, não existem barreiras intelectuais reais que os impeçam de admitir-se a existência de Deus. Sobre isso, deixamos a palavra de Paulo, o sábio e erudito apóstolo que lançou os fundamentos da teologia cristã.
“Pois tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes seus raciocínios se tornaram fúteis, e seus corações insensatos se obscureceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.21,22).

Por Eguinaldo Hélio de Souza